Cidade com pouco mais de 100 anos, a cosmopolita Tel-Aviv ostenta modernidade de sobra, noite movimentada, vida cultural intensa (o Museu da Di�spora deve ser visitado) e juventude explodindo de energia: para o visitante se situar, vale saber que a maioria da popula��o da capital est� na faixa de 35 a 37 anos, e h� muitas empresas do setor de alta tecnologia. P�blico e not�rio, e o guia Elias vai logo informando, a capital israelense tem a maior parada gay do Oriente M�dio, o que nem surpreende tal o n�mero de bandeiras com as cores do arco-�ris nas janelas e portas de apartamento e lojas.
Atente para os pr�dios no estilo Bauhaus, vanguarda alem� da arquitetura que, aqui, ganhou reconhecimento como patrim�nio da humanidade. A grande concentra��o dos edif�cios na Cidade Branca decorreu da persegui��o dos nazistas aos judeus, obrigando arquitetos europeus a bater em retirada na d�cada de 1930.
Nas andan�as pela cidade, entre visitas a museus e curti��o nos restaurantes, � um dever passear no Mercado Carmel, quase um t�nel no tempo pela profus�o de mercadorias, temperos arom�ticos, produtos t�picos, lembrancinhas para os amigos e familiares (pechinchar � preciso!), m�sica ritmada e todos os idiomas se entrela�ando no ar.
O dinheiro local � o shekel, mas os comerciantes, em todo o pa�s, aceitam tranquilamente o d�lar. Compra-se at� t�maras nas barraquinhas. O dono de uma loja de artesanato, Moshe, judeu nascido na Argentina, d� a dica, em espanhol, de restaurante. Sigo na companhia do casal carioca Leonardo e Danielle Garcia, tamb�m em sua primeira incurs�o ao pa�s. “Esta � uma experi�ncia bem interessante: vir ao Oriente M�dio e conhecer um mercado t�pico, com todas as caracter�sticas”, diz Leonardo enquanto bebe uma cervejinha gelada. Uma boa dica: para facilitar a vida dos brasileiros, h� voos diretos da Latam para Tel-Aviv saindo de Guarulhos (SP).
CONTRASTE Bem perto da modernidade da capital israelense, e num contraste espetacular com a diversidade, fica a antiga Jaffa, com cerca de 3 mil anos, que se tornou bairro da capital e esbanja charme. Jaffa � a cidade-porto b�blica de Joppa e teria sido fundada por Jaf�, filho de No�. Com ruelas de pedra e arcos talhados para dar boas-vindas, o lugar tem muitas lojinhas, ateli�s de artistas e vista magn�fica. No alto da Igreja de S�o Pedro, num trecho ornamentado por jardins, o visitante desfruta da vis�o do Mediterr�neo. Sempre � bom ficar esperto e olhar bem onde pisa, pois as pedras s�o lisas demais e o visitante, num vacilo, pode cair. Portanto, vale um t�nis de boa ader�ncia, nada de mocassins e sapatos derrapantes.
Na volta para o hotel, caminhe pela praia ou cal�ad�o. S�o alguns quarteir�es que merecem o esfor�o, mesmo se a perna cansar. H� muito ainda para conhecer – e tudo vale a pena, se a alma n�o � pequena, j� dizia o poeta. No caminho, ou�o um israelense comentar com um brasileiro: “Tel-Aviv � leve, Jerusal�m tem um clima mais forte”. Entendo o “forte” como a intensidade dos acontecimentos milenares e mantenho a certeza de que, neste lado do mundo, todos os caminhos conduzem a Jerusal�m, independentemente da f�. Quem guia, mesmo, � o cora��o.