“Rei! Rei!” – o visitante vai logo aprender a sauda��o em finland�s para cumprimentar algu�m (Oi! Ol�!), sem esquecer jamais que k�tos (pronuncia-se quitos) significa obrigado. Sem d�vida, ao fazer o agradecimento, vai ganhar um sorriso e se sentir bem � vontade neste pa�s de 5,5 milh�es de habitantes, de maioria luterana (75%), que est� � frente em tecnologia, tem o meio ambiente como bandeira m�xima, prima pela limpeza urbana e p�e a economia circular (ciclo produtivo que n�o gera res�duos) na ordem do dia. E tamb�m da noite.
Na capital, de 624 mil habitantes, faz muito frio nesta �poca do ano, na faixa de zero grau ou um pouco menos (-2oC). A neve, em alguns lugares, j� se faz presente. Imposs�vel sair sem guarda-chuva, botas imperme�veis, luvas, gorro e casaco grosso com capuz. Vale a dica: em Belo Horizonte, comprei uma roupa para ser usada sobre a pele, cujos fios s�o desenvolvidos com aditivo de cascas de caf� carbonizadas, retendo o calor natural do corpo e retardando a perda. Um achado! Caminhando pelo Centro da cidade, v�-se que moradores mais animados de Helsinque continuam embalados nas bicicletas, fazendo corrida na rua, embora protegidos dos p�s � cabe�a e nariz, e prestigiando os lugares p�blicos.
Est� longe o ver�o, que dura tr�s meses (de junho a agosto) e tem 20 horas de sol por dia, com centenas de atrativos para os turistas em todo o pa�s. A esta��o quente � sempre exaltada nas conversas e, paci�ncia, n�o custa esperar. Ent�o, vamos aproveitar o momento e encontrar, pelo caminho, pessoas que falam com amor de Helsinque e cidades vizinhas, sem tempo para se queixar do inverno. Afinal, o “general”, como se refere a ele uma mulher, � s� mais um personagem na hist�ria de Suomi, nome da Finl�ndia na l�ngua p�tria.
S�o 21h e a noite ainda est� presente. Depois de saborear uma tigela de aveia com frutas vermelhas (muitas berries, aquelas que parecem amoras mi�das), l� vou em dire��o ao Museu Nacional, pr�dio com aspecto de muito antig�o, mas, descubro logo, foi constru�do em 1965 especialmente para abrigar o acervo. Com v�rios ambientes, conta a hist�ria do pa�s desde os prim�rdios. Quem curte s�ries de tev� como Game of thrones, Vikings e outras hist�ricas vai gostar da cole��o de espadas de ferro. Por sinal, nesta sala tem at� um filme sobre um garoto perseguido e isolado numa casa, mas isso a� j� � outra hist�ria...
PRIM�RDIOS
Para compreender melhor o que se v�, vamos a um pouco de hist�ria. Por mais de 10 mil anos, o Norte da Europa esteve coberto de gelo. Quando derreteu, as pessoas, vindas particularmente do Sul, come�aram a povoar o territ�rio hoje conhecido como Finl�ndia. Passa o tempo e, nos ambientes do museu, o visitante vai conhecer a influ�ncia da religi�o, em especial sobre a Reforma Protestante que se propagou pela Su�cia e Finl�ndia no in�cio do s�culo 16, sendo seguida, no 17, pelas guerras que envolveram o pa�s vizinho e os finlandeses.
Pela localiza��o de suas fronteiras, Su�cia e R�ssia entraram em conflito por s�culos, – as pelejas com a R�ssia n�o acabaram at� a Su�cia perder a Guerra da Finl�ndia, em 1808/1809. Assim, Suomi se tornou um gr�o-ducado sob dom�nio russo, embora mantendo sua legisla��o e administra��o anteriores. A independ�ncia s� viria em 1917. Est�o l� a sala do trono, pintura do imperador russo e gr�o-duque da Finl�ndia Alexandre I (1777-1825), vestes reais e mobili�rio.
Cada parte do museu � uma descoberta, e h� espa�o at� para a crian�ada desenhar, se divertir e montar num cavalo que parece de verdade. Cada visitante faz sua escolha, e gostei particularmente da recria��o de uma sala de jantar do in�cio do s�culo 19, com o piano, um viol�o sobre o sof�, quadros com cenas cotidianas e um ar rom�ntico. Gostei tamb�m de um painel em movimento com rostos da popula��o em 100 anos – e l� est� um sorridente Papai Noel. Na lojinha do museu, a variedade de produtos n�o � muito extensa, mas sempre tem um suvenir para os amigos, como canetas, l�pis, chaveiros e bloquinhos de papel – viagem, sempre � bom lembrar, n�o � para trazer presentes, mas um “mimo”, tipo estava l� e me lembrei de voc�.