
Depois do museu, decidi ir ao centen�rio mercado � beira do Mar B�ltico. No caminho, para me proteger da chuva, entrei na Capela Kamppi, que muitos conhecem por Capela do Sil�ncio e teve projeto dos arquitetos Mik- ko Summanen, Niko Sirola e Kimmo Lintula. A forma chamou minha aten��o e, pelo folheto dispon�vel em portugu�s, fico sabendo que o templo � administrado em conjunto pelas congrega��es luteranas de Helsinque e pelo Departamento de Servi�os Sociais e Cuidados de Sa�de da Cidade. Constru�da com tr�s tipos diferentes de madeira e 11,5 metros de altura, a capela, na parte externa, tem paredes revestidas com um tipo especial de cera. � porta, um jovem pastor luterano me mostra desenhos feitos por crian�as a respeito da forma da capela: uma enxergou uma x�cara, outra, um barco, uma terceira, colmeia, e a �ltima, um vaso de flores. N�o sei o porqu�, talvez pelo estado de esp�rito, vi ali o globo terrestre, para surpresa do religioso.

Resolvi enfrentar a chuvinha, entrei num shopping e depois num supermercado. Distra� um temp�o olhando para a vitrine, na qual dan�ava uma fam�lia de ursos-polares carregando presentes. Um homem n�o se conteve e fotografou – segui seu exemplo e, logo depois, ganhei a rua em dire��o ao mercado. Como todo ambiente em Helsinque, a calefa��o torna o lugar mais aconchegante. Numa vitrine, caviar de todos os pa�ses do Norte europeu e regi�es da R�ssia, carne de rena, e um doce (halva) no formato de queijo que me intrigou. Perguntei � vendedora e ela me explicou que leva pistache e outros ingredientes.

Parei em outra banca e comprei geleia de blueberry, e a simp�tica vendedora me “confidenciou” que as frutinhas s�o da Lap�nia, terra de Papai Noel. Sobraram alguns euros, comprei chocolate. E, destemido, ajeitei o cachecol, arrumei a touca e abri a porta principal. Na rua, ventava e apertei o passo admirando os navios ancorados no porto. De repente, vi a carteira de um homem caindo do bolso e, de imediato, um pedestre a pegando e entregando a ele.

De longe, enxerguei a bel�ssima Catedral de Uspenski e confesso que, � primeira vista, imaginei um castelo vermelho– s� depois vi a cruz dourada no alto da torre central, O templo da Igreja Ortodoxa fica numa parte mais alta, onde se chega subindo uma escada de pedra. Quando me sentei, vi entrar um grupo de cerca de 40 crian�as ciceroneadas pelo padre jovem de cabelos louros escorridos, mais parecido com um rockstar. Ele estava de batina preta e, pelo que imaginei da cena, falava sobre os �cones (quadros de santos). Ouvi um ru�do e notei, no alto, um restaurador trabalhando na parte superior do templo. Comprei postais e puxei conversa com o vendedor, que, naquele momento, estava mais preocupado com a tela do celular.
