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Estado de Minas Minas 300 anos

Ref�gio dos lobos-guar�s, Santu�rio do Cara�a promove imers�o na natureza e na hist�ria mineira

Al�m de uma rica diversidade animal e vegetal, o Cara�a tamb�m � conhecido pela visita, em 1881, do Imperador dom Pedro II; atualmente, local funciona com restri��es


10/11/2020 04:00 - atualizado 10/11/2020 17:46

Catedral Nossa Senhora Mãe dos Homens, a primeira em estilo neogótico do Brasil, se destaca aos pés da Serra do Espinhaço
Catedral Nossa Senhora M�e dos Homens, a primeira em estilo neog�tico do Brasil, se destaca aos p�s da Serra do Espinha�o (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)


Como j� dizia dom Pedro II ao visitar o Santu�rio do Cara�a, no final do s�culo 19: “S� o Cara�a paga toda a viagem a Minas”. N�o � toa. Al�m de ser uma das maravilhas da Estrada Real, o complexo encanta pelas belezas natural e arquitet�nica, gastronomia mineira, cultura e hist�ria do Brasil. Localizado entre os munic�pios de Catas Altas e Santa B�rbara, a 120 quil�metros de Belo Horizonte, o santu�rio � como um lar para grande n�mero de esp�cies animais e vegetais, al�m de ser um ponto de paz e equil�brio entre a natureza, a f� e os turistas que por l� passam.
 
O local foi fundado em 1774, a princ�pio como um hosp�cio, como ent�o era chamada a hospedaria para acolher peregrinos, e uma ermida – capela barroca dedicada a Nossa Senhora M�e dos Homens.  Ap�s a morte de seu criador, o portugu�s irm�o Louren�o de Nossa Senhora, atendendo a pedido dele, o local deu lugar ao Col�gio do Cara�a. J� em 1912, as instala��es passaram a abrigar o semin�rio. Em 1968, a constru��o foi tomada por um inc�ndio, que transformou em cinzas grande parte da edifica��o. Reconstru�do, o santu�rio se tornou o centro de preserva��o e conscientiza��o ambiental conhecido nos dias atuais.
 

Para al�m da hist�ria e tradi��o, o Santu�rio do Cara�a � um destino de encher os olhos. Por l�, a celebra��o de missas segue os padr�es passados, aqueles que deram origem ao ent�o complexo. Por�m, a experi�ncia do turista vai al�m. H� belas cachoeiras, piscinas naturais, museus e visitas ilustres, como a do lobo-guar� e a da famosa anta. Ainda, outras dezenas de esp�cies d�o o ar da gra�a aos amantes da natureza, a enorme diversidade local.
 
A Reserva Particular do Patrim�nio Natural do Santu�rio do Cara�a faz parte de duas importantes �reas de preserva��o ecol�gicas: a da Biosfera da Serra do Espinha�o Sul e a da mata atl�ntica. Diversas esp�cies de flora e fauna s�o encontradas somente no Complexo do Santu�rio do Cara�a, que fica na transi��o entre mata atl�ntica e cerrado. Em suas serras h� nascentes, ribeir�es e lagos, que t�m �guas de colora��o escura e carregam material org�nico em suspens�o.
 
O complexo, tombado como Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional e Estadual, conta, tamb�m, com um amplo conjunto arquitet�nico, onde est�o localizadas a primeira igreja de estilo neog�tico do Brasil, o pr�dio do antigo col�gio – hoje, museu e biblioteca –, instala��es e muitas outras atra��es.
 

Em casa 

Desde 1982, o Santuário do Caraça oferece um jantar especial para os lobos-guarás
Desde 1982, o Santu�rio do Cara�a oferece um jantar especial para os lobos-guar�s (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
 

 
 No centro das aten��es em todo o pa�s depois que teve a imagem estampada na nota de R$ 200, o lobo-guar� – considerado o maior can�deo da Am�rica do Sul –, � destaque no Santu�rio do Cara�a. Amea�ado de extin��o e considerado pelo Minist�rio do Meio Ambiente como esp�cie em estado vulner�vel, o animal, que muitas vezes sofre com a aus�ncia de seu h�bitat natural e conflitos com produtores rurais, encontra no Cara�a�rea protegida e pr�pria para sua sobreviv�ncia, reconhecida como Reserva Particular do Patrim�nio Natural (RPPN) desde 1994.
 
“O lobo-guar� � nossa esp�cie bandeira, representa para o Santu�rio do Cara�a uma importante causa ambiental, a conserva��o da pr�pria esp�cie e seu ecossistema”, destaca M�rcio Mol, gerente-geral do Santu�rio do Cara�a. E os lobos se sentem mesmo em casa. N�o � toa, ao cair da noite, eles costumam aparecer para um jantar.
 
A tradi��o teve in�cio em maio de 1982, quando, a princ�pio, as lixeiras passaram a amanhecer reviradas. Em um primeiro momento, pensou-se que a “bagun�a” era feita por cachorros da regi�o. Por�m, segundo relatos de M�rcio, a observa��o permitiu descobrir que o “grande cachorro”, na verdade, era o famoso Chrysocyon brachyurus, que quer dizer “animal dourado de cauda curta”. O nome guar� foi adotado porque em tupi-guarani, l�ngua dos ind�genas, a palavra significa vermelho.
 
“Desde ent�o, os respons�veis pelo Cara�a come�aram a colocar bandejas de carne nos dois port�es da frente da casa e, aos poucos, os lobos se aproximaram da escada da igreja. Depois, a bandeja foi levada para o adro, onde todas as noites � colocada at� hoje. Essa tradi��o exerce importante papel de educa��o ambiental e conscientiza��o sobre fauna e flora”, conta o gerente-geral do Santu�rio.
O lobo-guar� costuma aparecer para o jantar por volta das 18h30, a conhecida “hora do lobo”, a qual os turistas esperam pela apari��o do animal. Enquanto o lobo n�o chega, o Santu�rio do Cara�a proporciona aos h�spedes um per�odo de informa��o e educa��o ambiental.
 

Cultura, sabor e cachoeiras 

 
Repleto de cultura e antiguidades hist�ricas, o Centro Hist�rico do Santu�rio do Cara�a conta com a bela igreja de Nossa Senhora M�e dos Homens, que tem celebra��es di�rias de missas e conta com o primeiro �rg�o de tubos fabricado no Brasil.
 
Entre tantas cachoeiras, a Cascatinha é de rara beleza e de melhor acesso
Entre tantas cachoeiras, a Cascatinha � de rara beleza e de melhor acesso (foto: �lvaro Duarte/EM/D.A Press )
Al�m disso, o santu�rio conta uma extraordin�ria Santa ceia pintada pelo Mestre Ata�de, e bel�ssimos vitrais franceses, presente de dom Pedro II. Dentro das ru�nas do col�gio ficam o museu e a biblioteca, dois atrativos tur�sticos imperd�veis. Outro ponto de visita��o s�o as catacumbas, onde est�o sepultados padres e irm�os que atuaram no santu�rio desde 1774.
 
A gastronomia tamb�m � marcante, daquelas de conquistar o paladar. “Na adega, d� para ver o processo de produ��o do vinho tinto, do hidromel e dos fermentados de laranja, jabuticaba e morango. H� tamb�m a padaria, que produz p�es, bolos e biscoitos, e a doceria, para doces, geleias e compotas. O queijo minas artesanal � uma das iguarias mais procuradas no santu�rio”, destaca o gerente-geral do Santu�rio do Cara�a, M�rcio Mol.
 
Para se ligar � natureza, a dica �: aproveite os banhos de cachoeiras e piscinas e, claro, as trilhas. A Cascatinha � um local que n�o pode deixar de ser visto, at� mesmo pelo seu f�cil acesso. Mas, al�m disso, sua beleza � rara e suas �guas relaxantes. Tem-se ainda a Cascatona, a Bocaina e o Tanque Grande.
 
Entre grutas, capelas e piscinas naturais, o chamado Banho do Imperador n�o pode ser esquecido nem deixado de fora do roteiro de qualquer turista que se aventure pelo Santu�rio do Cara�a. Imperador? Dom Pedro II? Isso mesmo. � justamente por isso que o local carrega esse nome. Antes usadas pelos meninos do Col�gio do Cara�a para se banhar, as �guas do local foram utilizadas por dom Pedro II para tomar um banho, relato registrado pelo pr�prio imperador em seu di�rio.
 
“� um lugar muito procurado para lazer e confraterniza��es, por sua beleza, pelo clima agrad�vel e ameno, devido �s sombras das �rvores, e pela facilidade para nadar. Al�m disso, muitos outros registros da passagem do imperador pelo Santu�rio do Cara�a podem ser apreciados no local, como o vitral franc�s que decora os fundos do altar da igreja, a tela pintada por George Grimm em 1885, a pedido do imperador, e alguns outros objetos que comp�em a exposi��o fixa do Museu do Cara�a”, conta Mol.


Protocolos

Para a retomada segura do turismo no Santu�rio do Cara�a, o local aderiu ao Programa Turismo Respons�vel, do Minist�rio do Turismo, e, inclusive, recebeu o selo de “Limpo e seguro”. “Esse � um incentivo para que os consumidores se sintam seguros ao viajar e frequentar o santu�rio, que obedece aos protocolos espec�ficos e padronizados pelo Minist�rio do Turismo para a preven��o da COVID-19”, diz o gerente-geral, M�rcio Mol.

Atualmente, apenas 50% das acomoda��es est�o sendo utilizadas para hospedagem e o n�mero de visitantes se restringe a 150 pessoas por dia. Por�m, h� medidas sanit�rias a serem seguidas, como aferi��o de temperatura no acesso � portaria e refeit�rios e o uso obrigat�rio de m�scara fora dos quartos. Al�m disso, todas as acomoda��es e demais ambientes s�o higienizados e a troca de roupas de cama durante a hospedagem do turista s� � feita se for solicitada.

Abertas, as igrejas tamb�m est�o seguindo um rigoroso protocolo sanit�rio: o n�mero de fi�is por celebra��o � limitado a 60 pessoas. Todas elas devem fazer uso de m�scaras de prote��o individual e higieniza��o das m�os, e a dist�ncia entre os assentos deve ser respeitada.

COMO CHEGAR O Santu�rio do Cara�a est� localizado a cerca de 120 quil�metros de Belo Horizonte. Por isso, os meios mais f�ceis de chegar at� o local s�o de carro, �nibus, van ou trem. Tendo em vista a pandemia de COVID-19 e a necessidade de manter o distanciamento social, o autom�vel particular surge como a melhor op��o. O caminho at� l�? Basta pegar a BR-381, sentido Vit�ria (ES), at� o trevo para as cidades de Bar�o de Cocais, Santa B�rbara e Cara�a. Depois, � preciso seguir pela MG-436 via Bar�o de Cocais. O acesso est� � direita, antes de Santa B�rbara.

HOSPEDAGEM As acomoda��es da pousada do Cara�a s�o uma �tima op��o.S�o 41 apartamentos e oito quartos com banheiros externos, al�m de algumas casas, com acomoda��es mais simples. As di�rias incluem pens�o completa, com direito a caf� da manh�, almo�o e jantar, e entrada na Reserva Natural. � importante que as reservas sejam feitas com anteced�ncia. H�, tamb�m, a Fazenda do Engenho, uma pousada aut�noma.
 
O Santu�rio do Cara�a cobra uma tarifa de entrada, por pessoa, no valor de R$ 14, de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana e feriados, a quantia sobe para R$ 20. Moradores da regi�o – Catas Altas, Santa B�rbara e Bar�o de Cocais –, ciclistas e idosos, a partir de 60 anos, t�m direito a 50% de desconto. Crian�as at� 5 anos n�o pagam. A entrada no local � permitida entre as 8h e as 15h30, sendo a perman�ncia liberada at� as 17h. 
 
SERVI�O

Reservas de hospedagem: (31) 3942-1656 (fixo), (31) 98978-3179 ou (31) 98978-3180
 
 
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Carlos Altman  


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