
Tamb�m na rodovia, o viajante vai encontrar, de cara, pe�as em pedra-sab�o na forma de esculturas, de todos os tamanhos, com inspira��o que vai das imagens sacras a bijuterias e lembrancinhas para amigos e parentes. Vale a pena curtir a Feira dos Artes�os e tamb�m as 10 lojas especializadas. A melhor dica � deixar as compras para o fim da visita, depois de conhecer, principalmente, a Matriz Nossa Senhora de Nazar�, do in�cio do s�culo 18.
Palco da Guerra dos Emboabas (1707-1709) e da Revolta de Filipe dos Santos (1720) ou Sedi��o de Vila Rica, a qual representa, segundo especialistas, o “nascimento” de Minas, Cachoeira do Campo tem na Matriz Nossa Senhora de Nazar� a principal refer�ncia da f� cat�lica dos moradores e tamb�m ponto tur�stico de grande visita��o. Certamente, o viajante vai se encantar com a hist�ria, a arte e a preserva��o do templo, tombado h� 71 anos pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan).
Mesmo que n�o tivesse a comunh�o perfeita de barroco e f�, o templo j� seria de grande import�ncia na mem�ria de Minas e do pa�s. “Muita gente passa na estrada e n�o ‘entra’ para conhecer esta maravilha”, diz, com seu jeito bem mineiro, uma moradora do distrito. Tem raz�o.
Foi dentro da matriz, ainda em constru��o, em 1708, que o portugu�s Manuel Nunes Viana se sagrou, por aclama��o popular, o primeiro governador das Gerais. Eram tempos da Guerra dos Emboabas e Cachoeira do Campo figurou como campo da batalha mais sangrenta na disputa pelo ouro.
Durante o per�odo colonial, os governadores da Capitania de Minas assistiam � missa na Matriz de Nossa Senhora de Nazar�, pois havia em Cachoeira do Campo um pal�cio da Coroa portuguesa. J� no imp�rio, mais especificamente em 1881, o primeiro visitante ilustre foi dom Pedro II (1825-1891), que registrou a viagem a Minas em c�lebre di�rio.
Em estilo nacional-portugu�s, o primeiro do barroco, a igreja tem altares suntuosos, com ricos elementos art�sticos. No adro da matriz, ocorreu a pris�o de Felipe dos Santos, que se rebelou contra a cobran�a abusiva de impostos pela Coroa portuguesa e liderou a Sedi��o de Vila Rica, em refer�ncia ao antigo nome de Ouro Preto.
Hist�ria gravada na arquitetura
Em Cachoeira do Campo, a Pra�a Felipe dos Santos, diante da Matriz Nossa Senhora de Nazar�, ainda guarda casar�es hist�ricos, um deles com as letras ME na fachada e a data 1904. A explica��o � de que, embora constru�do no s�culo 18, o im�vel teve a frente refeita no come�o do s�culo passado por um homem chamado Manuel Elias, da� a data e as iniciais. Conforme estudos, havia no distrito 230 im�veis de import�ncia hist�rica, metade sobrados, metade casar�es.
Caminhando com calma, parando para tomar um caf� e bater um papo com os moradores, o visitante vai descobrir outros pontos de destaque. No interior de Minas, � comum ver muita gente sentada nas escadarias de pedra das igrejas � espera do �nibus, dos filhos que saem da escola, de algum amigo. � assim diante da Capela Nossa Senhora do Bom Despacho, localizada na Pra�a Benedito Xavier.
Restaurada recentemente, a constru��o tem uma hist�ria envolta em lendas e partes obscuras, j� que at� hoje n�o foram encontradas datas referentes � edifica��o. Para o historiador Augusto de Lima J�nior (1889-1970), ocorreu ali a sagra��o de Manuel Nunes Viana como primeiro governador de Minas, em 1708. O argumento � que a capela servia, naquela �poca, como matriz, enquanto a Igreja de Nazar� estava sendo constru�da na parte alta de Cachoeira. No distrito, apenas a matriz fica aberta � visita��o; ent�o, diante das capelas, a exemplo da Nossa Senhora das Dores, no Bairro Santa Luzia, as selfies ser�o apenas da fachada.
TESOURO
Conforme pesquisas hist�ricas, Cachoeira do Campo tem suas origens entre 1700 e 1701, quando uma grande fome se abateu sobre os moradores da regi�o das minas, os quais debandaram � procura de alimentos. Pela fertilidade do solo e amenidade do clima, o povoado se tornou, ent�o, um dos centros de produ��o agr�cola das minas de ouro rec�m-descobertas. O lugarejo atraiu agricultores, fazendeiros, senhores de terra e comerciantes. Come�aram, a partir de ent�o, constru��es pioneiras, entre elas a ermida onde hoje se encontra a Matriz Nossa Senhora de Nazar�. � prov�vel, segundo estudiosos, que o altar-mor e os dois laterais sejam daquela �poca.
SERVI�O
Compras: Objetos de pedra-sab�o, nas lojas e Feira dos Artes�os na Rodovia dos Inconfidentes, que liga a BR-040 a Ouro Preto
Visitas: Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazar�, do in�cio s�culo 18. Fica na Pra�a Felipe dos Santos. Aberta de ter�a-feira a s�bado, das 14h �s 18h
Restaurante: Bandeirantes Grill – Rua Nova, 43, Cachoeira do Campo