(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas MINEIRIDADE EM DESTAQUE

Pal�cio em BH recebe joias feitas do barro de 'reis e rainhas' de Minas

Exposi��o "Jequitinhonha: Origem e gesto" d� o merecido reconhecimento �s mulheres do Vale o valor de grandes artistas que realmente s�o


04/08/2023 12:21 - atualizado 04/08/2023 13:46
681


 
O cortejo anuncia o que estar� por vir. Ao canto de “seja bem-vindo, bendito seja”, o grupo, na maioria mulheres, entoa o sentimento de acolhida no local. Com passos firmes, elas chegam at� a entrada de uma galeria. L�, um portal se abre, e dentro dele faz-se o mergulho no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Paredes cobertas de terra vermelha remetem � regi�o mineira que tem no barro a express�o m�xima da arte popular. Nesse ambiente, as pe�as em cer�mica ocupam, pela primeira vez, o devido merecimento de ser expostas como obras de arte: s�o joias raras, feitas a m�o por ‘reis e rainhas’, artes�os e artes�s, do Vale. Vale de mulheres guerreiras. Vale de almas. Vale de mineiridade.
 
 boneca de cerâmica
Como se estivesse em um altar, a boneca de cer�mica � a manifesta��o genu�na da arte popular. Exposi��o no Pal�cio das Artes apresenta 100 pe�as surpreendentes (foto: Carlos Altman/EM)
 
Na galeria que j� abrigou obras de renomados artistas brasileiros e do exterior como Tarsila do Amaral, C�ndido Portinari, Anita Malfatti, Alfredo Volpi, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Emeric Marcier, C�cero Dias, Iber� Camargo, Fayga Ostrower, Burle Marx, Alberto da Veiga Guignard, Inim� de Paula, Arlindo Daibert, Sebasti�o Salgado, Escher e Ziraldo, recebeu, na noite de ontem, nomes de artistas populares com o quilate desses mestres das artes e n�o s�o conhecidos do grande p�blico. Ent�o, guardem esses nomes: dona Rita, N�sia, Sabrina, Zezinha, J�nia, Pedrelina, Tereza, Terezinha e o Gabriel.
 
 
A mostra  “Jequitinhonha: Origem e gesto” inaugurada na Galeria Alberto Veiga Guignard, no Pal�cio das Artes, no Centro de Belo Horizonte, � composta por 100 pe�as hist�ricas, vindas de acervos particulares, do Centro de Arte Popular (CAP), com obras da colecionadora Priscila Freire, e do Sebrae/MG, al�m de cria��es atuais feitas especialmente para o evento.


Vidas retratadas no barro

representação feminina
As famosas bonecas do Vale s�o a representa��o feminina do cotidiano das ceramistas conhecidas como noivinhas da seca (foto: Carlos Altman/EM)

Falecida em 2014, dona Izabel, a bonequeira mais famosa de Minas Gerais, teria orgulho de ver que, ao abrir as portas para tantas outras mulheres simples do Vale do Jequitinhonha, deixou um legado. Hoje, suas ‘aprendizes’ coroam a mais importante galeria de arte de Minas. Como j� disse Priscila Freire: “As bonecas s�o de uma import�ncia �nica. Inconfund�veis, parecem rainhas, santas de altar”.
 
Dona Rita
Dona Rita sente orgulho em ter seus vasos em cer�mica expostos na Grande Galeria. A arte dela � de uma autenticidade sem igual, ela coloca boca e nariz em potes de barro (foto: Carlos Altman/EM)
 
As bonecas apresentadas na exposi��o s�o registros do cotidiano de muitas mulheres do Vale, conhecidas como noivinhas ou vi�vas de maridos vivos. A turism�loga da Prefeitura de Turmalina Poliana Caldeira explica por que as representa��es em cer�mica s�o, em sua maioria, femininas: “Na nossa regi�o, historicamente, os homens sa�am para trabalha e ficavam sete ou oito meses fora e as mulheres ficavam em casa, tomando conta da casa, dos filhos, da lavoura, ent�o, elas tomavam conta de tudo. E, mesmo que inconsciente, elas retratam tudo o que viviam.. Essas mulheres foram conhecidas como vi�vas da seca ou noivas da seca. � o retrato do cotidiano delas, como nas cirandas como os filhos e no pil�o. Por isso, tem poucas pe�as retratando homens”, explica  
 

 Zezinha é outra ceramista de Turmalina
Ao lado de suas cria��es, Zezinha � outra ceramista de Turmalina que registra em suas bonecas, a vida que leva l� no Jequitinhonha (foto: Carlos Altman/EM)

 

Leia tamb�m:

 

 

Pal�cio aberto ao popular

Cultura e Turismo Leônidas Oliveira
Para o secret�rio estadual de Cultura e Turismo Le�nidas Oliveira, a arte feita em Minas Gerais � motivo de orgulho. Ela atrai turistas e promove o estado mundo afora (foto: Carlos Altman/EM)
 

 

Na abertura, o secret�rio de Cultura e Turismo de Minas Le�nidas Oliveira falou da import�ncia da manifesta��o de arte popular ocupar o espa�o no templo das artes em Minas: “O Pal�cio das Artes � o pal�cio do Jequitinhonha. N�s somos o estado de esp�rito como diz Guimar�es Rosa. E somos, tamb�m, Minas Gerais como o estado da Cultura. Quando n�s vemos o IBGE trazendo o aumento do turismo do estado, como 720% acima da m�dia nacional e o turismo puxado pela cultura � muito orgulho pra todos n�s nessa terra. Seja nas artes, seja na cultura alimentar, seja nas express�es da cultura popular que voc�s fazem de forma magn�fica no barro”, emociona.


S�rgio Reis, presidente da Funda��o Cl�vis Salgado, destaca a presen�a da arte popular em ocupar a principal galeria do Pal�cio das Artes: "Pela primeira vez na hist�ria, abrimos a Grande Galeria para uma express�o do povo, de um dos lugares mais ricos de Minas Gerais, que � o Vale do Jequitinhonha. Fomos muito bem acolhidos nesta regi�o fant�stica. Quem n�o conhece, v� conhecer.Com carinho e casas abertas, a gente conseguiu inspira��o para essa beleza de exposi��o. Voc� poder� vivenciar as ocupa��es art�sticas trazidas para essa galeria e, tamb�m, apreciar o novo espet�culo da Cia de Dan�a”. 
 
Em tons terrosos
As pe�as ganham um sobressalto na montagem do idealizador Marco Paulo Rolla. Em tons terrosos, a ambienta��o te faz viajar para o vale (foto: Carlos Altman/EM)

A Galeria Alberto Veiga Guignard, recebeu ambienta��o inspirada na paisagem do Vale do Jequitinhonha. Terra, barro, casa de pau a pique, �rvores secas est�o por todo lado. Marco Paulo Rolla, que assina a curadoria da exposi��o e a dire��o do espet�culo, afirma que “ tinha que fazer alguma coisa para receber � altura de voc�s. Voc�s merecem ser colocadas nesse local de arte, por conta da total notoriedade criativa, humana e cultural de seus trabalhos. Isso me alegra muito, podendo retribuir tudo o que voc�s fazem pela humanidade.” 

Outro destaque que chama a aten��o dos visitantes � a identidade visual feita pelo design Gabriel Figueiredo. Em tons terrosos, ele cria um chamativo para quem passa pela avenida Afonso Pena ter o desejo de conhecer a arte das meninas do Vale.

Nesse mesmo cen�rio, ocorrer�, nesta sexta-feira (4/8), �s 20h, a estreia da coreografia da Cia. de Dan�a Pal�cio das Artes, Nos finais de semana, de agosto a outubro, sempre �s 20h, a coreografia ser� encenada em sess�es gratuitas, na pr�pria galeria. N�o deixe de ir e se emocionar




Informa��es: (31) 3236-7400


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)