Regina Cas� se entregou �s emo��es da batalhadora Lurdes em “Amor de m�e”. A novela das 21h da Globo voltou com cap�tulos in�ditos ap�s quase um ano fora do ar. Na fase final da trama de Manuela Dias, a personagem enfrentar� as maldades de Thelma (Adriana Esteves), que n�o poupar� esfor�os para esconder que Danilo (Chay Suede) �, na verdade, Dom�nico. O reencontro entre a m�e e o filho vendido pelo pr�prio pai promete comover o p�blico. Na entrevista a seguir, a carioca, de 67 anos, relata como foi voltar a interpretar Lurdes com a pandemia do coronav�rus como pano de fundo. Al�m disso, ela fala sobre o processo de grava��es com protocolos de seguran�a. E a atriz ainda comenta quais foram, para ela, as cenas marcantes da primeira fase do folhetim.
Como foi vivenciar a pandemia do coronav�rus em “Amor de m�e”?
Eu era a pessoa que mais preocupava todos, por ser a mais velha. Mas tamb�m era quem mais se jogava. Lurdes � uma personagem arrebatadora. Ent�o, me joguei de um jeito que, para puxar o freio de m�o, foi dif�cil. Todas as pessoas tinham cuidado umas pelas outras; criamos uma fam�lia. Na �poca da paralisa��o, tinha acabado de estrear uma pe�a, um filme, plantei e, quando fui colher, ficou tudo represado. Quando voltei aos est�dios, queria pular em todo mundo, para abra�ar e beijar. Me senti muito segura, porque a Globo foi a primeira emissora que parou. Depois, na volta, ficamos uma semana no hotel antes de testar, higienizando tudo, sempre de m�scara.
Quando soube que “Amor de m�e” voltaria a ser gravada, o que sentiu?
Quando come�ou a conjecturar a volta, a Manu (Manuela Dias, autora) me disse que era invi�vel gravar se a pandemia n�o estivesse inserida na fic��o, mesmo com todos os protocolos. Achei �timo. Viver o que a gente est� vivendo, no mundo e no Brasil, provoca emo��es que nunca tivemos antes. J� passamos por situa��es dif�ceis, mas essas emo��es s�o novas e j� est�o na novela. Eu diria que isso � um p�s-naturalismo. Se a gente acha que a Lurdes � muito humana, a pandemia deu mais humanidade ainda a ela.
Voc� precisou fazer um novo trabalho de composi��o para a personagem ap�s ficar meses sem gravar?
N�o. A bolsa, a sombrinha e a toalha da Lurdes est�o at� penduradas na porta da minha casa. Quando comecei a novela, fiquei com vergonha de colocar sotaque porque j� fiz muitas nordestinas. Mas n�o tinha jeito e sa�a com sotaque. O texto sempre vinha escrito com "voc�", mas eu falava "tu". Quando passaram seis meses e recomecei a gravar, coloquei os �culos, pendurei a bolsa, ajeitei a toalhinha e a Lurdes n�o demorou nem um segundo para voltar.
Que cenas foram marcantes para voc� na primeira fase de “Amor de m�e”?
A formatura da Camila (J�ssica Ellen) me ensinou o que era fam�lia, a rela��o da Lurdes com os filhos, com a vida. Me mostrou com mais clareza como era a personagem. Outras sequ�ncias tamb�m foram importantes, como a que estou com o Magno (Juliano Cazarr�) no �nibus e falo: "Tua m�e est� aqui". Depois, ela procurando o Sandro (Humberto Carr�o) no pres�dio para ver quem poderia ser o filho; a do hospital, com a Camila... Uma cena em que me vi dentro do notici�rio foi a do tiroteio no cemit�rio. Tive a sensa��o de estar morrendo de medo e, ainda assim, entrar na frente de um tiro. Foi muito forte, violenta, de uma coragem que, talvez, eu sa�sse correndo. Mas a Lurdes s� se interessava em salvar o filho. A gente assiste a isso tantas vezes. Foi quase um document�rio.
Como foi descobrir o desfecho da trama?
Toda hora eu dou entrevista e quase dou spoiler. Sobre o que vai acontecer com a Lurdes, s� vou dizer uma coisa: perto da Thelma, a Carminha � uma fofa. � muito punk essa volta para mim. Se queriam me tirar da zona de conforto, fui para a maior zona de desconforto poss�vel. Foi muito barra pesada.