Mais de 99% das pessoas que sofreram doença cardíaca coronária (DCC), insuficiência cardíaca ou derrame pela primeira vez tinham pelo menos um fator de risco para tais eventos acima dos níveis ideais, de acordo com estudo publicado em setembro no Journal of the American College of Cardiology.
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Pesquisadores analisaram dados de mais de 9,34 milhões de indivíduos da Coreia do Sul e mais de 6 mil dos Estados Unidos. Eles procuraram quatro sinais ou fatores de risco em níveis não ideais antes do primeiro evento de DAC, insuficiência cardíaca ou AVC – pressão arterial, glicose, colesterol e tabagismo.
O estudo analisou especificamente a ocorrência das seguintes condições que precederam os problemas: pressão arterial excedendo o nível de 120/80 ou tratamento para redução da pressão arterial; colesterol total acima de 200 mg/dL ou tratamento para redução de lipídios; glicemia de jejum acima de 100 mg/dL ou tratamento para redução da glicose ou diagnóstico de diabetes e tabagismo anterior ou atual.
Pesquisadores descobriram que, entre os coreanos com cardiopatia congênita, 99,7% apresentavam pelo menos um fator de risco em nível não ideal. Esse número era de 99,6% entre os americanos. Padrões semelhantes foram observados na insuficiência cardíaca, com 99,4% dos coreanos e 99,5% dos americanos apresentando pelo menos um fator de risco não ideal. Para AVC, esses números foram de 99,3% para coreanos e 99,5% para americanos.
Em suma, a ocorrência de pelo menos um fator de risco em níveis não ideais foi observada em 99% dos coreanos e americanos antes de sua primeira doença coronariana, derrame ou insuficiência cardíaca (IC), independentemente do sexo.
Dois ou mais fatores de risco em níveis não ideais antes de tais eventos médicos foram observados em mais de 93% dos indivíduos. A Universidade Northwestern, cujos pesquisadores lideraram o estudo, disse que a pressão alta (hipertensão) era a culpada mais comum em eventos de DCV, ocorrendo em mais de 95% dos coreanos e mais de 93% dos americanos.
“Acreditamos que o estudo mostra de forma muito convincente que a exposição a um ou mais fatores de risco não ideais antes desses resultados cardiovasculares é de quase 100%”, disse o autor sênior Philip Greenland. “O objetivo agora é trabalhar mais arduamente para encontrar maneiras de controlar esses fatores de risco modificáveis, em vez de se desviar do caminho e perseguir outros fatores que não são facilmente tratáveis e não são causais.”
Sem querer tirar a importância do estudo, me preocupa descobrir o problema, uma vez que pressão em 120/80 até o mês passado era considerada perfeita, colesterol total acima de 200 mg/dL era aceitável e glicemia de jejum em 100 mg/dL indica pré-diabetes. Nenhum desses índices sugere problema grave. Será que os médicos verão, nisso, um alerta? Espero que sim. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)