
Zema se lança à Presidência em aposta restrita ao bolsonarismo
Ao abraçar acriticamente as narrativas bolsonaristas, Romeu Zema também restringe o campo político para a articulação da candidatura de Mateus Simões
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Em meio à crise do tarifaço e o recrudescimento do embate do bolsonarismo com o Supremo Tribunal Federal (STF), o governador Romeu Zema (Novo) irá lançar a sua candidatura à presidência da República em 16 de agosto, no centro de negócios da Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. Com ingressos a R$ 100, Zema enviou ontem convite aos deputados estaduais governistas.
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Com um partido pequeno e sem estrutura nacional, o mineiro se antecipa no processo, lançando todas as fichas da aposta na narrativa bolsonarista. Zema precisa deste nicho orgânico do eleitorado para alcançar alguma tração na corrida presidencial. Mas, a lista da concorrência é longa: são mais três governadores – Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Junior (PSD-PR), além dos familiares Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Michelle Bolsonaro (PL), que devem ter a primazia da indicação, segundo reivindica o próprio Eduardo Bolsonaro.
Enquanto o espólio eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) é disputado, o ex-presidente da República segue afirmando que será candidato. Está inelegível, neste momento em prisão domiciliar e provavelmente será condenado pela trama golpista em julgamento previsto para setembro. Mas, sabe que precisa cozinhar em banho-maria a sucessão presidencial em seu campo político, sob pena de perder o controle sobre os aliados.
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O histórico de sua trajetória também não deixa dúvidas de que quando não mais puder postergar, a decisão recairá sobre um familiar ou um aliado de sua mais profunda confiança e subordinação. Não seria o caso de nenhum dos governadores em questão. Para Zema, a aposta no apoio de Bolsonaro seria difícil até mesmo para uma eventual vaga de vice em chapa encabeçada por um familiar do ex-presidente.
Ao abraçar acriticamente as narrativas bolsonaristas, Romeu Zema também restringe o campo político para a articulação da candidatura do vice-governador Mateus Simões (Novo). Passa a ter mais dificuldades para se expandir para o centro e, no campo bolsonarista, vai enfrentar a candidatura do senador Cleitinho (Republicanos). Entre deputados estaduais do bolsonarismo autêntico, Mateus Simões já não pode esperar a adesão. Insatisfeito com o tratamento do governo do estado para a segurança pública, Eduardo Caporezzo avisa que irá defender, dentro do PL, o encaminhamento de uma candidatura própria. Na impossibilidade desta, o apoio ao senador Cleitinho (Republicanos). Ônus e bônus em toda a decisão.
Contagem
Com 42% das exportações de Contagem voltadas para os Estados Unidos, a prefeita Marília Campos (PT) se reuniu, ontem, com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços Geraldo Alckmin (PSB) para conversar sobre medidas de apoio às empresas impactadas pelo tarifaço. Foi acompanhada de outros prefeitos da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), que articula canais de diálogo com a United States Conference of Mayors (USCM), entidade que representa políticos de igual cargo dos EUA.
Ciclos do MDB
Depois de passar por 15 cidades brasileiras, a Fundação Ulysses Guimarães vai promover em Belo Horizonte, hoje, mais uma etapa do ciclo de debates “O Brasil precisa pensar o Brasil”. Iniciado em março com encerramento em outubro, o tema será a reforma do sistema eleitoral e do sistema de governo, a partir das 14h, no Centro Universitário Dom Helder Câmara. Na mesma solenidade, será lançado o ciclo de debates “Minas pensando Minas”, que percorrerá o estado. A integração tarifária entre os 34 municípios da Região Metropolitana será o primeiro grande tema e será levado também à Assembleia Legislativa, segundo decisão do presidente da Casa, Tadeu Martins Leite (MDB).
Referendo e quórum
Ainda operando em câmera lenta no retorno do recesso parlamentar, duas tendências se desenham na Assembleia na apreciação da PEC 24/23, conhecida como PEC do Referendo. O texto retira a exigência do referendo popular para a desestatização da Cemig e da Copasa. Adicionalmente, suprime o quórum qualificado para a aprovação de lei que autorize a alteração da estrutura societária dessas empresas. Passar a supressão do referendo tem mais chance de ser construída do que parlamentares abrirem mão de suas atribuições, liberando o quórum qualificado. A conferir. A partir da semana que vem a Casa retoma o ritmo e a pauta, que está na Comissão de Constituição e Justiça.
Escolha técnica
O novo procurador-geral de Belo Horizonte será Flávio Freire, especialista em direito administrativo e eleitoral. A informação foi publicada no Diário Oficial de ontem. Com trajetória consolidada no meio jurídico, é mestre em direito público e pós-graduado em direito público, político e eleitoral. Membro do Instituto dos Advogados de Minas Gerais, já foi procurador-geral da Câmara de Ribeirão das Neves entre 2011 e 2016 e procurador-geral da mesma cidade, entre 2017 e 2018. Freire, que também integra o Centro de Estudos de Direito Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) substitui Hercules Guerra, que deixou o cargo esta semana.
Primeira vaga
Será em 13 de agosto a eleição na Assembleia Legislativa para a primeira das três vagas abertas de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), de indicação do legislativo. O deputado estadual Alencar da Silveira (PDT) será eleito, em acordo entre as candidaturas apresentadas, mediado pelo presidente Tadeu Martins Leite (MDB). Pelo momento, não há previsão para o início das conversações na Casa em torno da segunda vaga.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.