Bertha Maakaroun
Bertha Maakaroun
Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
EM MINAS

Filiação de Mateus no cardápio de Zema e Kassab

Os possíveis cenários nacionais estarão no centro da pauta. Há muitas perguntas em aberto, das quais depende a sucessão mineira

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O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, tem programado para esta terça-feira: um bate-volta entre São Paulo e Belo Horizonte, atendendo a convite para almoço com o governador Romeu Zema (Novo), na Cidade Administrativa. Se nenhum imprevisto ocorrer, programaram participar da mesa, além do anfitrião, o vice-governador Mateus Simões (Novo) e o presidente estadual do PSD, deputado estadual Cássio Soares.

Ainda que a “conjuntura política” possa ser o esperado tema para a socialização nesta terça-feira, o cardápio mais específico abordará a perspectiva da filiação de Mateus Simões ao PSD. A eventual candidatura ao Planalto de Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, será discutida, assim como sondagens e cenários para uma composição ao Planalto dos governadores do Paraná e de Minas Gerais.

Os possíveis cenários nacionais estarão no centro da pauta. Há muitas perguntas em aberto, das quais depende a sucessão mineira. Da primeira e mais importante se desdobram as demais: o presidente Lula (PT) seguirá recuperando os seus indicadores de desempenho positivo ou vive um momento fugaz?

Nesta segunda-feira, o presidente brasileiro marcou mais um ponto em sua agenda internacional, confirmando a abertura de diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nas redes, os bolsonaristas que trabalham para inviabilizar as conversas da pauta econômica entre os dois presidentes tentaram desqualificar mais esse movimento de reaproximação, resultado de intensa diplomacia e atuação de empresários brasileiros e norte-americanos com negócios nos dois países.

Trump à parte – que interessa de perto ao setor produtivo nacional –, políticos sabem que o bolso do eleitor será o mais importante ativo nas eleições presidenciais. O crescimento da perspectiva de poder em torno de Lula afeta inclusive as dinâmicas legislativas. Na medida em que o presidente passa a ser visto como favorito da sucessão de 2026, PP e União, que haviam anunciado o desembarque do governo federal, amenizam o discurso.

O PSD, com os seus três ministérios, vai cozinhando o galo. O MDB empurra a decisão de que posição tomará em 2026. Nesse embalo, Lula, pelo momento, recupera condições para a governabilidade: aprovou na Câmara dos Deputados o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) – importante pauta na plataforma de campanha do petista. Há outros temas que refletem demandas populares na fila.

Se Lula vai bem, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) dificilmente será candidato, arriscando-se em detrimento de uma reeleição garantida. Daí seguem os derivativos: Ratinho Junior (PSD), governador do Paraná, passa a ser a alternativa primeira à reeleição de Lula dos setores produtivos paulistas. Zema isolado na corrida presidencial tem baixa chance; mas numa composição com Ratinho que se prepara para polarizar com Lula, poderá ver crescer as probabilidades na bolsa de apostas.

Mateus Simões segue trabalhando para ingressar no PSD. Quer uma data. Não apenas ele, mas também os deputados estaduais da legenda gostariam de apressar decisões para projetar com mais clareza em que contexto será composta a chapa proporcional da legenda. Por isso, a nova conversa com Kassab.

Mas o senador Rodrigo Pacheco (PSD) não pretende deixar a legenda. E pré-candidato ao governo de Minas que segue – em que pese a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso siga sendo foco de pressão e incerteza –, Pacheco tem afirmado a interlocutores que se Mateus Simões se filiar ao PSD enquanto ele lá estiver, irá para a convenção decidir quem levará a indicação do partido para concorrer ao Palácio Tiradentes. Com tantas nuvens em movimento, nem o próprio Kassab tem interesse em ir com sede ao pote. 

Copasa

A mesa de conciliação ainda não foi formalmente admitida pelo presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Durval Ângelo. Mas o governo de Minas já a solicitou. O tema principal são os ajustes da estatal ao novo marco legal do saneamento básico. Auditoria em curso no tribunal trouxe 28 recomendações, uma das quais a ampliação da coleta e tratamento do esgoto sanitário nos municípios com baixos índices de atendimento. A controvérsia está centrada sobre a forma e a viabilidade dessa ampliação. O Ministério Público emitiu parecer com entendimentos divergentes daqueles apresentados pelo estado. E diante da urgência da matéria, a mesa de conciliação é o caminho mais rápido.

Dívida

Ainda nesta mesa de conciliação, será discutida uma forma de ressarcimento de mais da metade dos 637 municípios com os quais a Copasa mantém contrato. No passado, houve cobrança indevida sobre o tratamento do sistema de esgotamento sanitário, sem que tivesse sido efetivamente executado. No contexto em que a empresa será privatizada pelo governo de Minas, o Executivo quer ter clareza de qual é o tamanho da dívida e eventual negociação para estender a sua quitação.

Disputa interna

Com a chapa “Voz e Ação”, o promotor de Justiça João Medeiros será candidato à presidência da Associação Mineira do Ministério Público de Minas Gerais (AMMP-MG); a promotora Liliane Kissila Avelar Lessa será a vice. Na outra chapa concorrerão a vice-presidente da AMMP, Luz Maria Romanelli de Castro, tendo o ex-procurador-geral de Justiça, Carlos André, como vice. A associação é presidida pela promotora Larissa Rodrigues Amaral. O mandato é de dois anos, com a possibilidade de concorrer a uma reeleição. As inscrições vão até 20 de outubro. A eleição será em 19 de novembro.

Rede Minas

O deputado estadual professor Cleiton (PV), presidente da Comissão de Cultura, aprovou requerimento para audiência pública nesta quinta-feira, 9, com a presidência da Empresa Mineira de Comunicação e Corregedoria Geral do Estado para debater eventual uso indevido da Rede Minas. O deputado estadual Jean Freire (PT) representou ao Ministério Público, denunciando o programa “Opinião Minas”, exibido em 26 de setembro, em que é entrevistado o presidente estadual do partido Novo, Christopher Laguna. O parlamentar apresentou áudio de trecho do programa, em que o dirigente do Novo promove a legenda. 

Vice-liderança

O vereador Diego Sanches (Solidariedade) é o novo vice-líder do prefeito Álvaro Damião (União Brasil) na Câmara Municipal, em substituição ao Helton Júnior (PSD), desligado da função por se posicionar favoravelmente ao projeto de lei que previa a Tarifa Zero nos ônibus municipais. 

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Na PBH

O presidente da Câmara Municial, professor Juliano Lopes (Pode), assume hoje interinamente o governo municipal até o próximo dia 19. O prefeito Álvaro Damião (União) estará em missão na China.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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