POLÊMICA

'O avesso da pele' deve ser redistribuído para jovens com mais de 18 anos no Paraná

Governo do estado pretende destinar obra recolhida do Ensino Médio para escolas que adotam o EJA

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Desde a polêmica que causou a retirada de exemplares do livro “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório, de escolas públicas, o destino dos mais de 2000 exemplares recolhidos no Paraná era incerto.

Na última quarta-feira (20/3), o secretário de educação do estado afirmou que uma das possibilidades é redistribuir os livros para alunos do EJA (Ensino de Jovens e Adultos), que têm mais de 18 anos de idade.

"Primeiro estamos fazendo uma avaliação pedagógica, que deve ser concluída na semana que vem. Mas há possibilidade agora de a gente encaminhar para as escolas com EJA. Há uma tendência a este caminho. Só estamos aguardando a conclusão da análise pela equipe pedagógica", disse Roni Miranda

A censura começou pela manifestação de professores, diretores e vereadores que foram contrários à obra vencedora do Prêmio Jabuti de 2021 de romance literário.

 

Recolhimento da obra

"Eu li o livro. Ele é bom, é de qualidade. Porém, as páginas 29 e 30 têm uma linguagem obscena, vulgar, chula. E a escola tem que fazer um trabalho de nortear. Por exemplo: se você vai assistir a um filme hoje, tem uma classificação de idade. Se este livro se transformasse em filme, ele provavelmente seria um filme classificado para mais de 18 anos", afirmou o secretário que chegou a afirmar em outra ocasião que, para ele, a polêmica cena infringe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Ainda segundo Mirando, um dos motivos do recolhimento da obra foi a reclamação de pais de alunos. "Hoje nós temos uma sociedade mais conectada e, quando saiu a polêmica nas redes sociais, eles [os pais] foram procurar se o livro tinha nas escolas".


O livro havia sido selecionado via Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), programa que, junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), compra e distribui livros e materiais didáticos para professores e estudantes de escolas públicas de todo o país.


Noventa mil exemplares foram comprados e distribuídos pelo Ministério da Educação (MEC) como parte do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) em 2022, durante o governo Jair Bolsonaro. Com a repercussão da polêmica, as vendas da obra chegaram a subir 400% na Amazon.


Questionado sobre o fato de o livro ter sido incluído no catálogo disponível depois de análise do Ministério da Educação, o secretário afirmou que "respeita a decisão, mas nem tudo a gente concorda".

Petição 


Com a repercussão da censura a “O avesso da pele” em Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, artistas e intelectuais criaram petição em apoio a Jeferson Tenório. O documento soma mais 7 mil assinaturas, incluindo nomes como Ailton Krenak, Antônio Fagundes, Drauzio Varela, Djamila Ribeiro, Mia Couto e Ziraldo.

(Com Folhapress)

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