Não foi desta vez que uma brasileira ganhou o Oscar de  Melhor Atriz. A brasileira que concorria pelo papel de Eunice Paiva em “Ainda estou aqui” perdeu a estatueta para Mikey Madison, protagonista de "Anora", filme dirigido por Sean Baker. 

O anúncio dos vencedores da 97ª edição do Oscar foi feito neste domingo (2/3), com a disputa de Melhor Atriz tendo ficado para o trecho final da cerimônia, já na madrugada de segunda.

O longa de Walter Salles é baseado no romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva e mostra como Eunice lida com o desaparecimento do marido, o ex-deputado Rubens Paiva, e sua luta para conseguir do Estado o reconhecimento do assassinato dele, em 1971. Rubens Paiva foi preso, torturado e morto pelo regime militar. Seus restos mortais nunca foram encontrados.

Galeria de fotos: Veja quem disputou o prêmio de Melhor Atriz com Fernanda Torres

Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro como Melhor Atriz em Filme de Drama pelo papel. Ela se tornou a segunda brasileira a concorrer ao Oscar de Melhor Atriz. A primeira indicação de uma artista do país foi para sua mãe, Fernanda Montenegro, em 1999, pela Dora de “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles.

Fernanda Torres veste Chanel na cerimônia do Oscar, em Los Angeles, mantendo a elegância que exibiu desde a estreia mundial de 'Ainda estou aqui', há seis meses, no Festival de Veneza Robyn Beck/AFP
Fernanda vestiu The Row para o jantar dos indicados ao Oscar 2025, em Los Angeles Valerie Macon/AFP
Fernanda com o tradicional look Chanel para evento pré-Bafta, em Londres Instagram/Fernanda Torres
Fernanda vestiu McQueen para evento da Academia de Artes e Ciências Cinematógráficas Instagram Fernanda Torres/reprodução
Fernanda vestiu Phoebe Philo na sessão especial de 'Ainda estou aqui' em Londres Redes sociais/reprodução
Fernanda vestiu Bottega Veneta no Festival de Cinema de Londres Redes sociais/reprodução
Fernanda vestiu Olivier Theyskens quando ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Globo de Ouro, em Los Angeles Amy Sussman/Getty/AFP
Fernanda vestiu Chanel no Festival de Palm Springs, na Califórnia, do qual participou ao lado de Walter Salles, diretor de 'Ainda estou aqui' Redes sociais/reprodução
Fernanda vestiu Alexandre Herchcovitch no tapete vermelho do Festival de Veneza, na Itália, onde 'Ainda estou aqui' estreou em setembro de 2024 Alberto Pizzoli/AFP
Fernanda vestiu Dior na cerimônia do Prêmio Bafta, o 'Oscar britânico', em Londres Ben Stansall/AFP
Às vésperas da cerimônia do Oscar, neste domingo (2/3), na qual concorre ao Oscar de Melhor Atriz, Fernanda Torres foi anunciada como o novo rosto da Arezzo. Substitui Gisele Bündchen como a estrela da campanha de inverno da marca, que foi criada nos anos 1970 em Belo Horizonte. Arezzo/reprodução

Naquela ocasião, a vitória foi de Gwyneth Paltrow, por “Shakespeare apaixonado”, de John Madden.

As demais concorrentes ao Oscar deste ano eram Cynthia Erivo (“Wicked”), Mikey Madison (“Anora”) e Karla Sofía Gascón (“Emilia Pérez”), primeira atriz transexual indicada na categoria, mas que teve suas chances perdidas depois que vieram à tona tuítes racistas e xenófobos.

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“Ainda estou aqui” estreou em 7 de novembro do ano passado e já foi visto por mais de 5 milhões de pessoas no Brasil. Com participação em aproximadamente 50 festivais, acumula 38 prêmios.

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"Anora", por sua vez, é um drama sobre stripper que se casa com cliente milionário. Madison interpreta Ani (apelido de Anora), a tal stripper. Descendente de russos, ela passa seus dias e noites fazendo danças eróticas. Vive com uma irmã numa casa modesta e cuida de sua profissão com pragmatismo.

Certo dia, seu chefe no clube a apresenta a Ivan, jovem russo milionário que se e ncanta com ela. Rapidamente, os dois se tornam um casal. Ani deixa o clube em que trabalha e passa a frequentar festas regadas a drogas e álcool com os jovens amigos russo-americanos de Ivan. Até que ele a pede em casamento.

A reviravolta ocorre depois que os pais de Ivan ficam sabendo do casamento realizado em Las Vegas e fazem de tudo para anular o matrimônio.

Aos 25 anos, Mikey Madison era pouco conhecida até chegar a "Anora". Sean Baker a convidou para sua primeira protagonista depois de vê-la como Sadie, uma das integrantes da Família Manson em "Era uma vez em...Hollywood" (2019), de Quentin Tarantino. A interpretação da atriz – sangue, suor e lágrimas, uma força da natureza – é o coração do filme.

"Isso é uma coisa surreal. Perdoe-me, eu estou nervosa", disse Madison no discurso de agradecimento. "Eu cresci em Los Angeles, e Hollywood sempre parecia muito longe de mim. Então, estar aqui nesse recinto hoje é uma coisa incrível", acrescentou.

A atriz ainda agradeceu as profissionais do sexo que serviram como consultoras.

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