Em dezembro do ano passado, Carlos Bracher inaugurou, na Casa Fiat de Cultura, uma exposição com obras que expressam seu amor por Belo Horizonte. Aberta ao público no dia 12, data do aniversário da cidade, a mostra “Belo Bracher Horizonte” reuniu 60 obras, a maior parte inédita, produzida recentemente – pinturas que retratam paisagens da capital mineira e personalidades que compõem seu caldo cultural. A iniciativa se deu dentro do programa “Série BH”, que ganha agora dois novos capítulos.
Nesta terça-feira (24/6), às 19h, a Academia Mineira de Letras abriga o lançamento o livro “Belo Bracher Horizonte”, com sessão de autógrafos com o artista e exibição do filme “Minas, teu nome é liberdade”, com direção de Fred Tonnucci e Blima Bracher. A publicação reúne reproduções de óleos, aquarelas e desenhos apresentados na exposição, com trechos de textos de grandes nomes da literatura, como Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Pedro Nava, Henriqueta Lisboa e Juscelino Kubitschek, entre outros, que focam BH.
Na quinta-feira (26/6), às 19h, Bracher participa de um bate-papo com o público na Sala Multimeios do Centro Cultural Unimed-BH Minas. O tema é a forma como expressa seu amor pela capital mineira por meio de suas obras e a conexão que estabelece entre vida e arte. O artista vai compartilhar observações e percepções que tem sobre a cidade no evento, que tem inscrições gratuitas. Essa relação de Bracher com Belo Horizonte tem raízes familiares e se relaciona com seu desenvolvimento humano e artístico.
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Origens familiares
“É minha série de amor a Belo Horizonte”, diz, recapitulando que a família de seu avô se mudou, em 1927, de São Paulo para a capital mineira, onde seu pai conheceu sua mãe, natural de Diamantina. Eles se casaram, tiveram quatro filhos e, em 1940, se mudaram para Juiz de Fora, onde, no fim daquele mesmo ano, o artista nasceu. Ele conta que, na cidade da Zona da Mata Mineira, vivia só com os pais e os irmãos, sem contato com outros parentes.
“O que acontecia é que, nas férias escolares, vínhamos todos para Belo Horizonte. Conheci meus parentes nessas viagens. Meus tios por parte de pai eram todos artistas, da pintura, da música, da poesia, das artes cênicas. Entre a primeira infância e a adolescência, todos os anos eu ia me alimentando desse ambiente de amor e arte, coisas conjugadas na minha formação elementar. A cidade foi se afigurando como algo muito mágico, extraordinário”, diz.
Ele adianta que é, basicamente, essa história que ele pretende levar para o encontro com o público na próxima quinta-feira. Bracher destaca que a exposição na Casa Fiat, que agora, com o lançamento do livro, está ao alcance de um público maior, é um ato de gratidão. As obras reunidas cobrem, conforme aponta, um longo período de tempo, desde 1963, quando pintou o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, até os dias atuais, com quadros recentes da Praça da Liberdade e do Museu Abílio Barreto.
Viés literário
Com relação ao livro que será lançado logo mais, ele diz que o classifica dessa forma – e não como mero catálogo – em função de seu viés literário. Além de extratos de poemas, contos e crônicas de autores que se projetaram de Minas Gerais para o Brasil e para o mundo, saudando o estado e sua capital, há textos de nomes como Angelo Oswaldo, Mauro Werkema e Rogério Faria Tavares, entre outros, contextualizando a produção artística de Bracher.
“Belo Bracher Horizonte”
Lançamento do livro “Belo Bracher Horizonte”, de Carlos Bracher, com sessão de autógrafos com o artista, e exibição do filme “Minas, teu nome é Liberdade”, de Fred Tonnucci e Blima Bracher, nestas terça-feira (24/6), às 19h, na Academia Mineira de Letras (rua da Bahia, 1.466, Lourdes). Entrada gratuita. Palestra “Série BH”, com Carlos Bracher, na quinta-feira (26/6), às 19h, na Sala Multimeios do Centro Cultural Unimed-BH Minas (rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Entrada gratuita.