Coral Lírico se apresenta com regente argentina
Maria Clara Marco Fernández volta a comandar uma apresentação do grupo mineiro, nesta terça (15/7), com obras de Lili Boulanger, Brahms, Beethoven e Schubert
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Em menos de duas semanas, a maestrina argentina María Clara Marco Fernández rege pela segunda vez o Coral Lírico de Minas Gerais. A apresentação desta terça (15/7), às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, faz parte da série “Lírico em concerto”. A primeira parceria entre a regente e o grupo mineiro ocorreu em 3 de julho, no Museu Inimá de Paula.
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No programa desta noite estão obras de compositores europeus do século 18 ao 20, como Johannes Brahms, Lili Boulanger, Ludwig van Beethoven e Franz Schubert. Algumas peças de Beethoven e Schubert foram apresentadas no concerto anterior.
As peças da francesa Lili Boulanger, que venceu o Prix de Rome para compositores em 1913, abrem o concerto. Serão interpretadas como músicas “Sous bois” (“Sob o bosque”) e “Soleils de septembre” (“Sóis de setembro”). "As canções de Boulanger são de sonoridade mais leve e íntima. Com a colaboração do piano, tem filhos cuidadosos", observa a maestrina María Clara, que diz ter se aprofundado na obra da compositora enquanto preparava a apresentação.
Peças dramáticas
Na sequência, segundo afirma a regente, o repertório ganha contraste com peças em alemão. "São canções compartilhadas. Elas são muito mais dramáticas e sempre falam do poder divino, como ele se expressa através da natureza, especialmente nas obras de Schubert e Beethoven", diz.
Do austríaco Franz Schubert, foram escolhidas as composições românticas “Hymne an dem unendlichen” (“Hino ao infinito”) e “Gott im ungewitter” (“Deus na tempestade”). Já de Beethoven, o canto coral “Meeresstille und glückliche Fahrt” (“Mar calmo e viagem feliz”), um retrato sobre a dualidade entre a calmaria e o movimento das travessias marítimas.
O Coral Lírico ainda interpreta 11 canções do ciclo “Zigeunerlieder” (“Canções ciganas”), de Johannes Brahms, que mergulharam no folclore melódico dos ciganos húngaros. "Brahms tinha uma ligação muito profunda com a música e ele a expressa através destas canções. Elas falam do amor e estão cheias de ritmos e sonoridades próprias", comenta María Clara.
A maestrina observa que os três compositores escolhidos têm peças próprias para o canto coral.
"Schubert, Brahms e Beethoven são compositores fundamentais para as vozes corais. Conheço a obra deles e sei que o repertório é variado, mas ideal para o que procuramos para estes concertos", afirma.
María Clara reside atualmente em Goiânia e foi convidada para reger o Coral Lírico pelo argentino Hernán Sánchez Arteaga, que ocupou o posto de regente titular da formação de março de 2023 a dezembro de 2024.
Ela é graduada em artes musicais, com especialização em regência orquestral pela Universidade Nacional das Artes, em Buenos Aires. Também é mestre em regência musical de ópera pelo Instituto Superior de Arte do Teatro Colón.
Mesmo com o pouco tempo de convivência com o grupo, a maestrina se diz impressionada com o coral mineiro. "O nível musical do Coral Lírico de Minas Gerais é muito alto e eles conseguem fazer um trabalho realmente maravilhoso, além de muito profissional. Estou contente com a sonoridade do coro, a musicalidade e como eles trabalham bem", afirma.
“LÍRICO EM CONCERTO”
Regência de Maria Clara Marco Fernández. Nesta terça (15/7), às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro).Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na plataforma Eventim e na bilheteria do teatro.
*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes