Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto fazem concerto gratuito em BH
Show começa às 18h deste domingo (27/7) e traz grandes sucessos do pernambucano, como "Tropicana" e "La Belle de Jour", além de canções lado B
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A parceria entre a Orquestra Ouro Preto e o músico pernambucano Alceu Valença já existe há mais de uma década. É a mais duradoura do grupo mineiro, fundado em 2000. Juntos, eles acabam de retornar de uma turnê internacional pela Europa. O roteiro passou por sete cidades, entre elas Paris, Londres, Berlim e Amsterdã. Neste domingo (27/7), o artista e a orquestra se apresentam em um concerto gratuito e aberto ao público na Praça da Liberdade, a partir das 18h.
A experiência nos palcos europeus superou todas as expectativas. Rodrigo Toffolo, maestro da orquestra, conta que, pelo porte do convidado, já imaginava plateias cheias. Mas, o que encontraram o impressionou ainda mais. “Esgotamos todas as datas. Foi muito melhor do que poderíamos sonhar”, afirma. Em Londres, por exemplo, os ingressos se esgotaram dois meses antes do concerto. “São salas imensas, com capacidade para mais de 2 mil pessoas”, conta.
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O regente ainda adianta que a turnê foi registrada em vídeo e vai render um documentário, ainda sem data de estreia confirmada. “Alceu é um furacão. Por onde ele passa, deixa uma marca. Muita gente vai se emocionar ao ver o que a gente viveu lá fora”, diz Toffolo, que ainda tenta assimilar a experiência. “Sentado no meu sofá em casa ainda não consigo entender o que aconteceu. O mais legal é que descobrimos um equilíbrio entre brasileiros e estrangeiros nas plateias”, reflete.
O maestro Rodrigo atribui o êxito do projeto à força da obra de Alceu Valença. “Ele é um poeta. Acredito que é isso que tem encantado tanta gente nesses últimos anos”, avalia. Outro diferencial da parceria está na nova leitura proposta para as canções de Alceu, que vão além da imagem carnavalesca ou das festas juninas, com a qual o músico costuma ser associado.
O repertório da apresentação é baseado nos álbuns “Valencianas I e II”, lançados em 2014 e 2022, respectivamente. O primeiro foi concebido para celebrar os 40 anos de carreira do artista, enquanto o segundo foi gravado ao vivo na cidade do Porto, em Portugal. Os arranjos de ambos os volumes são assinados por Mateus Freire.
“Para nós, estar com o Alceu é uma aula de música. Quando tocamos com ele, a gente sempre sai maior do que entrou. Ver as formas dele pensar e de conduzir os arranjos com a orquestra é muito rico”, diz Rodrigo Toffolo.
GRANDES SUCESSOS
No repertório, grandes sucessos como “La belle de jour”, “Tropicana” e “Anunciação”, e também músicas lado B, como “Borboleta”, “Tesoura do desejo” e “Solidão”. Esta é a 14ª vez que o maestro rege o espetáculo apenas neste ano. “Quem já conhece, vai ouvir exatamente o que foi gravado. Quem for pela primeira vez, vai se impactar com os arranjos”, garante Rodrigo.
Esta será a quarta vez que a Orquestra Ouro Preto se apresenta na Praça da Liberdade. A última foi em 2023, com o concerto Rotorquestra de Liquidificafu, realizado em parceria com a banda mineira Pato Fu.
“Um dos nossos grandes objetivos é promover a descentralização e a democratização do acesso à arte. Tocar em um lugar como a Praça da Liberdade, dando oportunidade para quem quiser chegar e ouvir, é algo muito especial”, destaca Toffolo.
A formação de público para a música orquestral também tem se mostrado bem-sucedida nas plataformas de streaming. Atualmente, o grupo soma mais de 100 mil ouvintes mensais – o equivalente a 100 Palácios das Artes lotados acompanhando o trabalho da Orquestra Ouro Preto todos os meses.
“Isso é uma transformação no gosto musical, uma transformação no acesso à música orquestral, à música de concerto. E é uma prova de que o trabalho está sendo bem feito”, destaca o regente.
No segundo semestre de 2025, a Orquestra Ouro Preto terá como foco as óperas brasileiras. Está prevista uma turnê nacional com a montagem de “Hilda furacão”, que passará por Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Boa Vista, em Roraima. Também está programada a estreia em BH da ópera “Feliz ano velho”, baseada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, autor de “Ainda estou aqui”, que teve estreia nacional em janeiro na Praia de Copacabana.
“A gente tem feito óperas brasileiras com libretos e histórias contemporâneas, todas baseadas na literatura nacional. Todas cantadas em português, com orquestrações de Tim Rescala, um compositor brasileiro. Isso representa uma transformação no gosto operístico também. A maioria dos títulos que se escuta hoje ainda é em italiano. Estamos trazendo essa nova ópera brasileira. Queremos mostrar que é possível investir e colher resultados com produções nacionais”, afirma Rodrigo Toffolo.
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“ALCEU VALENÇA E ORQUESTRA OURO PRETO”
• Neste domingo (27/7), às 18h, na Praça da Liberdade.
• Entrada gratuita sem retirada de ingressos.