NO CINEMA

Thrillers hitchcockianos são destaque no Cine Humberto Mauro em agosto

Programação segue até o dia 29 deste mês, às sextas-feiras, com filmes de nove diretores e duas sessões comentadas

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Em julho, o Cine Humberto Mauro deu início ao ciclo de filmes “A vida em 24 horas”, cuja proposta curatorial é exibir tramas que se desenrolam no intervalo máximo de um único dia. A primeira fase foi dedicada ao gênero “coming of age”, centrado em histórias de amadurecimento. Em agosto, o foco se volta para os thrillers.

A nova etapa começa nesta sexta-feira (1º/8) e segue até o 29/8, com sessões sempre às sextas-feiras. Serão exibidos nove filmes, com curadoria de José Ricardo Miranda Júnior.

Professor de cinema na UNA, José Ricardo coordenou no ano passado o ciclo “Estudos de cinema”, que debateu diversos temas ligados à sétima arte, também no Cine Humberto Mauro. Ele conta que a ideia do recorte temporal sempre o atraiu, principalmente pelas soluções criativas que o cinema precisa encontrar para dar conta da experiência humana em um tempo delimitado.

“Em geral, são filmes muito intensos. Eles têm muito para fazer. A vida tem que caber em alguns minutos”, observa.

A seleção de agosto é dedicada ao thriller hitchcockiano, subgênero em que o espectador sabe onde está o perigo, mas os personagens não. Para o curador, esse é um tipo de filme que provoca uma verdadeira experiência de montanha-russa de emoções.

“Quando a gente pensa em thriller hitchcockiano, estamos pensando em um filme que vai passar por diversas emoções. Ele sai rapidamente da tensão para o riso”, comenta. O que torna o gênero envolvente é o suspense compartilhado com o espectador: “Ele tem consciência da situação, mas não pode fazer nada e, daí, gera-se a tensão.”

Outro traço comum entre os filmes selecionados é o uso de cenários únicos ou bastante limitados. As histórias acompanham personagens diante de decisões difíceis e complexas. São, em geral, filmes curtos também – o maior deles tem cerca de 100 minutos.

Corrupção e poder

Na curadoria, títulos populares se misturam a obras menos conhecidas. As sessões são organizadas em torno de temas específicos. A programação de hoje, por exemplo, traz os filmes “Festim diabólico”, de Alfred Hitchcock (1899 -1980), e “A morte e a donzela”, de Roman Polanski.

Ambos tratam de questões éticas e da corrupção provocada pelo excesso de poder. “São personagens que ganham poder demais e esse poder os corrompe”, aponta José Ricardo.

Em “Festim diabólico”, os protagonistas estrangulam um colega da escola apenas para experimentar a sensação de cometer o crime perfeito.

• Trailer original de 'Festim diabólico' ('Rope'):

Já em “A morte e a donzela”, mulher reconhece o homem que a torturou durante ditadura e decide fazê-lo confessar. As duas narrativas vão além do limite das 24 horas, elas acontecem em tempo real.

O interesse da mostra não está no mistério clássico de “quem matou”, mas no modo como a tensão é construída. “São filmes em que a chave está no estilo e na abordagem”, diz o organizador.

Boa parte dos diretores da mostra já são nomes consagrados, mas há também cineastas contemporâneos, como a norte-americana Karyn Kusama, conhecida por “Garota infernal”.

No dia 15 de agosto, será exibido o filme dela de 2015, “O convite”. Nele, durante um jantar entre amigos, um homem começa a desconfiar que os anfitriões têm intenções perturbadoras.

No mesmo dia, faz parte da programação o filme “Testemunha muda”, de Anthony Waller, em que mulher surda testemunha um assassinato e precisa lutar para provar o que viu.

“É uma sessão centrada em personagens que estão ilhados na percepção deles. Ou seja, eles estão excluídos de um contexto, mas conseguem perceber algo que ninguém mais vê”, observa Miranda Júnior.

Sessões comentadas

A programação terá duas sessões comentadas por José Ricardo Miranda Júnior: no dia 8, com o filme “Olhos de serpente”, de Brian De Palma, e no dia 29, com “Voo noturno”, de Wes Craven. Ambos usam o boxe como elemento estrutural para abordar os bastidores do esporte.

Os comentários partirão dos filmes exibidos em cada data, mas se expandirão para abordar o ciclo como um todo.

“A análise parte da sessão específica, mas se amplia para um comentário que abrange toda a curadoria, usando os demais filmes como pontos e contrapontos”, garante José Ricardo.

PROGRAMAÇÃO

• Nesta sexta (1º/8)

15h - “Festim diabólico” (1948), de Alfred Hitchcock
17h - “A morte e a donzela” (1994), de Roman Polanski

• 8/8

15h - “Punhos de campeão” (1949), de Robert Wise
16h30 - “Olhos de serpente” (1998), de Brian De Palma. Sessão comentada por José Ricardo Miranda Júnior

• 15/8

15h - “Testemunha muda” (1995), de Anthony Waller
17h - “O convite” (2015), de Karyn Kusama

• 22/8

15h30 - “Assalto à 13ª DP” (1976), de John Carpenter

• 29/8

15h - “Tempo esgotado” (1995), de John Badham
17h - “Voo noturno” (2005), de Wes Craven


“A VIDA EM 24 HORAS”

Sessões à tarde nas sextas-feiras de agosto. Cine Humberto Mauro (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). A entrada é gratuita, com retirada de até dois ingressos por CPF, exclusivamente pela plataforma Eventim, a partir de uma hora antes de cada sessão.

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