Improviso e precariedade sacrificaram o Espaço Forró na Virada Cultural
Estrutura oferecida pela organização da Virada ficou muito aquém da necessidade, lamenta o coletivo Forró Sound System, encarregado do arrasta-pé na Tupinambás
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Siga noDentre as 300 atrações previstas para a 10ª edição da Virada Cultural de BH, o Espaço Forró seria o único com programação 24 horas. Das 18h de sábado (23/8) às 17h de domingo (24/8), 40 atrações estavam previstas para o espaço montado na Rua dos Tupinambás. Mas a organização da Virada não tratou o forrozeiro como ele merece, aponta Guilherme Veras, produtor do coletivo Forró Sound System.
O espaço deveria estar pronto às 18h do sábado, porém neste horário a estrutura ainda não estava montada. Segundo Guilherme Veras, não houve atraso.
“O nosso técnico de som já estava no espaço desde as 16h, porque antes de ter o som precisamos ter a ligação da Cemig para liberar a energia. Ele demorou uns 40 minutos para montar e por volta das 17h30 o som já estava ligado baixinho, às 18h a música já estava rolando normalmente”, disse Guilherme Veras
Porém, a reportagem do Estado de Minas esteve no local às 18h e a música ainda não tocava no Espaço Forró, como afirmou Guilherme.
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Às 19h, o espaço ainda não havia sido montado. Segundo o produtor, a tenda precisou ser improvisada com chitas pela própria equipe do Forró Sound System.
“O que a produção do evento nos deu foram dois banheiros químicos e a limpeza deles. Era pouco, precisávamos de mais pela quantidade de gente. Deram também alguns gradis para colocar em torno da tenda e deixaram uma tenda aberta. Precisei levar nosso background e a nossa lona para fechar a tenda, pelo menos um pedaço dela, para os artistas poderem trocar de roupa com o mínimo de privacidade.”
Segundo Guilherme, a organização da Virada Cultural forneceu o que foi prometido. “Nós aceitamos isso, porque era assim ou tornar inviável tecnicamente a nossa proposta, e o evento seria cancelado na Virada. Então, tivemos de fazer uma escolha: ou iríamos com os recursos mínimos, mesmo que eles não nos atendessem, ou ficaríamos de fora”, argumentou.
O produtor disse que a Rua Tupinambás foi reservada para o espaço, porém, havia carros estacionados no local proposto para o palco pelo coletivo, em um dos muros da rua.
“Talvez tenha sido erro de comunicação com a BHTrans, porém os carros estavam lá. Nosso técnico montou o som na rua, porque não tinha como colocar em cima do passeio, o som iria bater nos carros. Desesperadamente, nós precisamos resolver a questão da cenografia. Às 20h, o palco já estava montado, tudo feito pela gente.”
"Belo Horizonte é capital do forró no mundo. É um lugar onde há mais casas de forró e DJs de forró. É um movimento muito bonito, mas infelizmente ele fica à margem dos eventos da prefeitura, do poder público”, reclamou Veras.