ATIVISMO

Wagner Moura e outros artistas que usam a fama para causas políticas

Do cinema à música, relembre personalidades brasileiras que, assim como o ator de 'Guerra Civil', não se calam diante de temas importantes para o país

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A voz de Wagner Moura ecoou pelas ruas de Salvador no início de junho, mas não para divulgar seu novo filme, “Guerra Civil”. O ator baiano subiu em um carro de som para se posicionar contra uma proposta de emenda constitucional que tramita no Congresso, conhecida como “PEC da Blindagem”. O gesto, que rapidamente viralizou, colocou em evidência um movimento cada vez mais visível: o de artistas que usam sua fama como megafone para causas políticas e sociais.

Longe de ser um caso isolado, Moura integra um grupo de personalidades brasileiras que não se omitem diante de debates cruciais para o país. Eles entendem que o alcance de suas vozes pode transformar discussões complexas em pautas de interesse público, mobilizando milhões de seguidores e provocando reflexões que ultrapassam as bolhas políticas tradicionais. Da música ao cinema, esses artistas provam que a arte e o ativismo podem, e muitas vezes devem, caminhar juntos.

Leia: Wagner Moura, em Salvador, contra PEC da Blindagem: 'Aqui não, pai'

Wagner Moura

O engajamento de Wagner Moura não é recente. Antes mesmo de se tornar uma estrela internacional, ele já era conhecido por suas posições firmes. Seu papel como o Capitão Nascimento em “Tropa de Elite” gerou debates acalorados sobre segurança pública no Brasil. Anos depois, ele mergulhou na história política do país ao dirigir e estrelar “Marighella”, filme sobre o guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar.

Além do cinema, Moura atua como Embaixador da Boa Vontade da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência da ONU. Nessa função, ele participa de campanhas globais contra o trabalho escravo, defendendo condições dignas para trabalhadores em todo o mundo. Sua presença em atos públicos, como o de Salvador, reforça seu compromisso em usar a visibilidade para pautas que considera urgentes.

Lázaro Ramos e Taís Araújo

Juntos, Lázaro Ramos e Taís Araújo formam um dos casais mais influentes do Brasil, não apenas pela carreira artística, mas pelo forte ativismo na luta antirracista. Ambos são vozes ativas na promoção da igualdade racial e na valorização da cultura negra. Eles usam suas plataformas para denunciar o racismo estrutural e para cobrar mais representatividade na mídia, na política e em espaços de poder.

Lázaro é autor de livros como “Na Minha Pele”, onde discute suas experiências como homem negro no Brasil, enquanto Taís usa sua imagem em campanhas e debates sobre empoderamento feminino e racial. O trabalho do casal vai além dos discursos e se materializa em projetos que impulsionam outros artistas negros, criando oportunidades e abrindo caminhos para novas gerações.

Daniela Mercury

A rainha do axé é também uma das maiores vozes na defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ no Brasil. Desde que tornou público seu casamento com a jornalista Malu Verçosa, em 2013, Daniela Mercury se tornou um ícone da luta por visibilidade e direitos civis. Ela participa ativamente de Paradas do Orgulho LGBTQIA+ e não hesita em usar o microfone em seus shows para fazer discursos contundentes.

Sua militância é constante e se estende às redes sociais e entrevistas, onde rebate preconceitos e defende a importância do amor e do respeito à diversidade. Daniela transformou sua própria história em uma bandeira política, mostrando que a vida pessoal de um artista pode ter um impacto público profundo e inspirador.

Marina Sena

No último domingo, 21/09, a cantora mineira participou da manifestação no Rio de Janeiro contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia para condenados por atos golpistas. Ela se juntou a grandes nomes da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan e Chico Buarque.

Marina Sena tem se destacado como uma das principais vozes da nova geração a se posicionar politicamente.

Leia: Chico, Gil e Caetano puxam coro de 'sem anistia' em ato no Rio de Janeiro.

Chico Buarque

A trajetória de Chico Buarque se confunde com a história política recente do Brasil. Durante a ditadura militar (1964-1985), suas canções se tornaram hinos de resistência. Músicas como “Cálice” e “Apesar de Você” driblavam a censura com metáforas geniais para criticar o regime autoritário. Por sua postura, o artista foi perseguido e chegou a se exilar na Itália.

Mesmo após a redemocratização, Chico Buarque nunca abandonou o debate público. Ele continua sendo um observador crítico da política nacional, manifestando suas opiniões em artigos e aparições públicas. Sua obra e sua biografia são um exemplo duradouro de como a arte pode ser uma ferramenta poderosa de contestação e reflexão social.

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