Vitor Kley faz show em BH com turnê do disco 'Pequenas grandes coisas'
Apresentação neste sábado (27/9), no BeFly Minascentro, traz repertório do álbum mais recente do artista, mas também inclui sucessos do cantor, como "O sol"
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Os últimos meses trouxeram lições intensas para Vitor Kley. Fim de um relacionamento, desvinculação de uma gravadora com a qual permaneceu por 10 anos e a morte do pai. Foram acontecimentos que serviram de ponto de partida para “Pequenas grandes coisas”, o mais recente disco do músico gaúcho. O álbum terá show neste sábado (27/9), no BeFly Minascentro.
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As letras do projeto valorizam a beleza nos detalhes e a importância de apreciar os momentos simples da vida. “Fiquei muito reflexivo sobre a questão do mercado musical, sobre a nossa vida mesmo. Me perguntei se as pessoas estão dando valor certo para as coisas que realmente merecem”, conta o artista.
Na capa do disco, o cantor olha para sua versão infantil. A sombra dele é menor que a da criança. “Como quem diz mesmo ‘As pequenas grandes coisas’”, afirma. A imagem também é uma homenagem às crianças que acompanham seus shows. “Mantenho meu caminho conectado à minha criança interior e deixo claro que não quero perder minha essência, mesmo com dinheiro, sucesso ou fama”, explica.
A nova era do artista é marcada pela cor azul, em contraste com o roxo do disco anterior, “A bolha”. Para Kley, o azul simboliza céu, novos voos, leveza e infinito. Entre “A bolha” e este disco, ele passou por um hiato de cinco anos sem lançamentos, período em que seu lado criativo se intensificou.
Temas profundos
Agora com lançamentos independentes, após uma década de contrato com a Midas, Kley toca sua carreira do jeito dele, aproveitando a experiência acumulada. “Chegou a hora de fazer as coisas do jeito que eu quero, de ir atrás das pessoas com quem eu queria trabalhar e assinar a produção de um disco do começo ao fim. Antes, eu seguia muitos passos de alguém”, conta.
Pela primeira vez, o artista assina a produção musical de um álbum próprio, dividindo a função com Paul Ralphes, Giba Moojen, Felipe Vassão e Marcelo Camelo. O ex-Los Hermanos contribui com as faixas “Vai por mim” e “Tudo de bom”. “Queria um álbum com várias ideias, várias linguagens”, diz Kley.
O artista diz gostar de escrever letras que tratam de temas profundos, mas sem explicitar demais. A faixa “Que seja de alegria”, por exemplo, fala sobre um fim de relacionamento. “Mesmo que o término doa muito, precisamos continuar sorrindo”, comenta. Já “Vai por mim” aborda a depressão, doença contra a qual o pai, o tenista Ivan Kley, lutou por muitos anos.
A participação do filósofo Clóvis de Barros Filho encerra a faixa com a reflexão “Nossa vida vale pela capacidade de amar e pela sorte de ser amado”. Vitor não conseguiu mostrar a canção ao pai em vida, mas a tocou em seu velório, em abril deste ano.
A turnê “Pequenas grandes coisas” é descrita por Kley como mais solta. Pela primeira vez, a apresentação chega a duas horas, incluindo músicas do novo álbum, de trabalhos anteriores e os grandes sucessos da carreira, como “O sol”.
Arte pela democracia
“Estamos trazendo uma dinâmica diferente. Antes, o show era muito ensaiado e igual em todos os lugares. Agora, escolhemos músicas que queremos tocar no dia, fazendo uma votação com os fãs no camarim”, explica. A dinâmica envolve escrever em guardanapos, à moda antiga, as músicas que o público deseja ouvir. “Como nos tempos em que eu cantava em bares”, relembra.
Sobre o debate recente em torno do posicionamento político de artistas, sobretudo após as manifestações contra a já arquivada PEC da Blindagem, Vitor Kley afirma que não recebeu cobranças do público, que já conhece suas convicções. “Sou contra a violência e qualquer ato que envolva armas apontadas para o céu. Fico extremamente feliz que a arte possa nos levar adiante pela democracia. Como dizia Elvis Presley: ‘Melhor do que falar é cantar’. Se minha música transmitir isso, fico muito feliz.”
VITOR KLEY – “PEQUENAS GRANDES COISAS”
Show neste sábado (27/9), às 21h, no BeFly Minascentro (Av. Augusto de Lima, 785 –Centro). Ingressos à venda no Sympla. Setor 1: R$ 350; setor 2: R$ 290; e setor superior: R$ 230 (inteira).