Mineiros estão entre os semifinalistas da 67ª edição do Prêmio Jabuti
A Câmara Brasileira do Livro divulga a lista dos selecionados na 67ª edição da premiação literária que traz diversos nomes de peso do estado
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A Câmara Brasileira do Livro divulgou ontem (25/9) os semifinalistas da 67ª edição do Prêmio Jabuti, e na longa lista – são 10 candidatos em cada uma das 23 categorias – figuram vários mineiros. Alguns concorrem diretamente entre si. É o caso da Daniela Arbex, de Juiz de Fora, e de Tiago Rogero, de BH, que disputam na categoria Biografia e Reportagem, respectivamente, com “Longe do ninho” (Intrínseca) e “Projeto Querino: um olhar afrocentrado sobre a história do Brasil” (Fósforo).
O livro dela é sobre os meninos que morreram no centro de treinamento do Flamengo. Já o trabalho de Rogero propõe um olhar sobre a história do Brasil a partir da centralidade do povo negro. Daniela já venceu o Jabuti na categoria Livro Reportagem, em 2016, por “Cova 312: a longa jornada de uma repórter para descobrir o destino de um guerrilheiro, derrubar uma farsa e mudar um capítulo da história do Brasil”, e ficou em segundo lugar na mesma categoria, em 2014, por “Holocausto brasileiro”.
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Outros dois mineiros que concorrem entre si são os ilustradores Nelson Cruz e Marilda Castanho, ambos de Belo Horizonte. Ele disputa com “Bento vento tempo” (Companhia das Letrinhas) e ela com “Entre tantos” (Maralto) na categoria Ilustração. Cruz já contabiliza seis prêmios Jabuti, por livros como “Chica e João”, em 2001, “No longe das Gerais”, em 2005, e “A máquina do poeta”, em 2013. Marilda também já mereceu a distinção, em 2012, por “Mil e uma estrelas”. O detalhe interessante é que Nelson Cruz e Marilda Castanho são casados, portanto, vão protagonizar uma disputa doméstica.
Instituto Cultural AbraPalavra, de Belo Horizonte, também é semifinalista do Prêmio Jabuti 2025 na categoria Fomento à Leitura. Referência nacional em ações de leitura, o AbraPalavra foi fundado em 2011 por Aline Cântia e Chicó do Céu, e atua em quatro frentes: formação, criação, pesquisa e produção cultural, com projetos que se expandem de Belo Horizonte para Minas Gerais, para o Brasil e além.
NOMES DE PESO
Na categoria Romance Literário, uma das mais prestigiadas da premiação, o belo-horizontino Marcílio França Castro está no páreo com “O último dos copistas” (Companhia das Letras), ao lado de nomes como Alberto Mussa, com “A extraordinária Zona Norte” (Todavia); Chico Buarque, com “Bambino a Roma”; Jeferson Tenório, com “De onde eles vêm”; e Tony Bellotto, com “Vento em setembro”, os três também publicados pela Companhia das Letras.
Ainda no eixo Literatura, Minas está representada por “Poesia reunida (1966-2009): livro um: Cave Carmen” (Editora Martelo), que joga luz sobre a obra de Maria do Carmo Ferreira, natural de Cataguases. A antologia é organizada pelo manhuaçuense Fabrício Marques e pela belo-horizontina Silvana Guimarães. Até o ano passado, Maria do Carmo permanecia inédita em livro, apenas com alguns poemas esparsamente publicados em jornais e revistas ao longo de 43 anos.
No eixo Não Ficção, a pré-seleção do Jabuti 2025 traz o nome de Guilherme Santiago Mendes, de Itaúna, concorrendo na categoria Saúde e Bem-Estar, com “Medicina excessiva” (Labrador). Outro nome de Minas na disputa é o do designer belo-horizontino Gustavo Greco (BH), que figura na categoria Projeto Gráfico com “Sonia Gomes – Assombrar o mundo com beleza” (Cobogó), que focaliza a obra da artista, da qual é parceiro desde 2005.
Os finalistas da edição deste ano do Prêmio Jabuti serão revelados em 7 de outubro. A novidade este ano é que a cerimônia de premiação acontecerá no Rio de Janeiro, para celebrar o título da cidade como Capital Mundial do Livro pela Unesco, em 27 de outubro, no Theatro Municipal carioca. Os vencedores de cada categoria receberão a estatueta do Jabuti e um prêmio de R$ 5 mil, e o vencedor, como livro do ano, leva R$ 70 mil e participa de uma viagem à Feira do Livro de Londres.
Há, nesta edição do Jabuti, três semifinalistas que concorrem de forma póstuma: Armando Freitas Filho, Carlos Heitor Cony e Heloisa Teixeira. As categorias de escritor estreante em poesia e romance chamam atenção pela presença unânime de editoras independentes. A personalidade literária homenageada na cerimônia deste ano é a escritora Ana Maria Machado.
MINEIRO CARIOCA
Ruy Castro também está na lista dos semifinalistas da 67ª edição do Prêmio Jabuti, concorrendo com “O ouvidor do Brasil: 99 vezes Tom Jobim” (Companhia das Letras) na categoria Crônica. Radicado desde a mais tenra idade no Rio de Janeiro, para onde seus pais se mudaram quando ainda estava nos seus primeiros anos de vida, convém lembrar que ele também é mineiro, de Caratinga. Fica como um caso à parte, um mineiro carioca, tanto quanto Milton Nascimento é um carioca mineiro. (Com Folhapress)