MAIOR VILÃ

Beatriz Segall: quem foi Odete Roitman na primeira versão de ‘Vale tudo’

Atriz é considerada a maior vilã da história da teledramaturgia brasileira. Ela morreu em 5 de setembro de 2018, aos 92 anos

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A nova versão de “Vale tudo” termina nesta sexta-feira (17/10). A icônica vilã, vivida por Débora Bloch, se eternizou na história da teledramaturgia brasileira ao ser interpretada por Beatriz Segall, em 1988. A atriz morreu em 2018, aos 92 anos, em São Paulo.

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Ao contrário da vilã carismática da nova versão, a ricaça era cruel desde o início da primeira trama. Tanto que a morte da personagem já era algo esperado pelo público.

“O Brasil inteiro está aceitando um assassinato”, disse a atriz em uma conversa com o apresentador Rolando Boldrin (1936-2022), em 1988, quando a novela estava na sua reta final.

“Se alguém comete um crime, esse crime tem que ser julgado. Então, ela (a pessoa) teria que ser acusada pelos crimes que cometeu, presa, levada a julgamento e condenada. E, nesse país, não existe pena de morte”, completou a atriz na entrevista.

Reflexiva, Segall apontou que o assassinato cometido pela personagem Leila (Cássia Kiss) era uma barbárie. “Achar que ela ser assassinada é uma coisa boa é muito sério. Porque (pensar que) a morte dela é um grande castigo, uma catarse nacional, como se fôssemos os justiceiros... isso é uma coisa muito séria nesse país”, destacou.

Na ocasião, ela defendeu o direito de todas as pessoas ao devido processo legal. “Nós não podemos aprovar isso (o justiçamento). Temos que aprovar a lei — que a pessoa seja presa, julgada e condenada”, finalizou.

Quem foi Beatriz Segall

Nascida em 1926, no Rio de Janeiro, Beatriz de Toledo Segall estudou para ser professora, mas, ao conhecer o teatro, se apaixonou. Ela estudou teatro e literatura na França.

Porém, ao voltar ao Brasil, casou-se e passou 14 anos fora dos palcos. Em 1941, começou a carreira no cinema. Na década de 1950, teve seu primeiro contato com a televisão, na TV Tupi.

Com 74 anos de carreira e mais de 70 produções no currículo, Beatriz chegou ao estrelato em 1978, vivendo Celina na novela “Dancin’ Days”. Mas foi em 1988, com “Vale Tudo”, que ela ganhou o público.

“O papel da personagem má é sempre um bom papel. Vale Tudo tinha uma história incrível, um texto primoroso, inteligentíssimo. Odete Roitman é uma personagem que vai ficar na história; não por um valor meu, mas por tudo o que a novela reuniu. Até hoje eu sou chamada de Odete na rua. Em Cuba, me chamaram de Dona Odete. Sempre me encabulo quando tenho que falar da Odete Roitman, fico com medo de parecer pretensiosa, e tenho certeza de que não sou, mas acho que ninguém na televisão brasileira recebeu um presente tão grande como esse. Mas criou-se um mito, que atrapalha um pouco, de sempre fazer papel de chique, de bem-vestida. Eu queria fazer o papel de uma mulher bem povão, mas o público não aceitou”, disse ao projeto Memória Globo.

Além dessas, ela participou de inúmeras novelas, como “Água Viva”, “Barriga de Aluguel”, “De Corpo e Alma” e “O Clone”. O último trabalho na teledramaturgia foi na série “Os Experientes”, em 2015. A última novela foi “Lado a Lado”, em 2012.

Beatriz Segall morreu em 5 de setembro de 2018, aos 92 anos, em decorrência de problemas respiratórios e da doença de Alzheimer.

Mágoa com a Globo

Em 2014, quatro anos antes de morrer, Beatriz contou, em entrevista ao site Notícias da TV, que sentia mágoa da emissora por conta da forma de contratação. "A Globo nunca me deu importância. Nunca fui contratada [pela Globo]. Sempre trabalhei por obra. Por quê? Eles nunca me ofereceram, e eu não procurei”, declarou.

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Na ocasião, ela refletiu sobre uma (até então possível) nova versão de “Vale Tudo”. Para ela, os elencos e produções contemporâneos eram aquém dos anteriores. "Os elencos de antigamente eram melhores. Hoje seria difícil fazer 'Água Viva' e 'Vale Tudo', por exemplo. Vejo só o noticiário em geral. As novelas do meu tempo eram muito boas. As de agora são mais fraquinhas. Ai, agora é que não me chamam mesmo depois de eu dizer isso", disse.

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