Marisa Monte reinventa sua obra na turnê 'Phonica', que estreia hoje em BH
Acompanhada de orquestra com 55 músicos e banda, cantora se apresenta neste sábado e domingo (18 e 19/10), no Parque Ecológico da Pampulha
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Ao longo de sua trajetória, Marisa Monte teve a oportunidade de, em algumas ocasiões, se apresentar acompanhada por orquestras tanto no Brasil quanto no exterior. Foram experiências que ela classifica como “extraordinárias, emocionantes e inesquecíveis”. Esse entusiasmo gerou o projeto “Phonica”, turnê que estreia em Belo Horizonte neste sábado (18/10), no Parque Ecológico da Pampulha, com ingressos esgotados. Show extra será realizado amanhã (19/10), com entradas disponíveis.
O projeto, que contempla seis cidades brasileiras, traz Marisa acompanhada por sua banda e orquestra formada por 55 músicos. “Phonica” começou a tomar forma a partir do encontro da cantora com o maestro André Bachur, regente da Sinfônica da USP. Em 2024, ela se apresentou com o grupo no concerto de comemoração dos 90 anos da universidade paulista.
Marisa e o maestro arregimentaram instrumentistas das melhores orquestras do país. Bachur diz que se buscou montar um grupo que mesclasse diversidade, perfil jovem e alto nível de performance. “Outro critério foi ter músicos que transitam entre os universos da música de concerto e da música popular”, afirma. Violinista, pianista, bandolinista, violonista e guitarrista, ele próprio tem essas características.
Concerto da USP
Com relação ao repertório da turnê, o regente diz que ele é mantido em sigilo, mas entrega: várias músicas apresentadas no concerto com a Orquestra da USP estarão presentes. “Bem que se quis”, “Beija eu”, “Ainda bem”, “Vilarejo”, “Infinito particular” e “Maria de verdade” devem constar no roteiro. “Phonica” vai contemplar mais do que o dobro do programa apresentado no ano passado para 50 mil pessoas.
“O que posso dizer é que são mais de 20 músicas da carreira da Marisa, que todo mundo vai saber cantar junto do começo ao fim, mas com a nova cor que a orquestra confere a elas”, adianta. Bachur chama a atenção para a dificuldade de selecionar temas de repertório tão vasto como o da cantora.
“Fomos trocando, pensando em quais músicas funcionam melhor na roupagem sinfônica, e chegando, entre algumas sugestões minhas e muitas dela, a repertório que abarcasse um panorama da carreira de Marisa”, explica.
O violinista Newton Carneiro, os pianistas Thiago Costa e Débora Gurgel e o regente da Orquestra Afrosinfônica de Salvador (BA), Ubiratan Marques, assinam a maior parte dos arranjos. Bachur conta que “Phonica” impôs dois grandes desafios. O primeiro é manter a identidade e o frescor da canção, evitando que ela perca suas principais qualidades em prol do pseudo glamour que a orquestra poderia trazer.
“Outra dificuldade ao criar os arranjos é que são músicas muito conhecidas, estão gravadas na cabeça das pessoas. Então, é preciso tentar não trair a memória afetiva e ao mesmo tempo colocar nova cor, achar um equilíbrio entre o conhecido e o novo”, destaca.
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A banda que dividirá o palco com Marisa e orquestra é formada por Dadi Carvalho (violão e guitarra), Pupillo (bateria), Alberto Continentino (baixo) e Pedrinho da Serrinha (cavaquinho e percussão).
Bachur destaca a alternância de sonoridades. “Em boa parte do tempo, toca todo mundo junto, mas tem momentos em que a banda se sobressai, tem momentos em que a orquestra se sobressai e tem momentos em que é só a orquestra, usada às vezes de maneira grandiosa e outras vezes de maneira camerística, explorando matizes”, explica.
O maestro se diz admirador de primeira hora de Marisa Monte. “É uma voz que trago na memória, que parece acompanhar o pessoal da minha geração desde que nascemos. Como cantora e intérprete, ela é um pilar indiscutível da nossa música e mesmo da música mundial. Me chama a atenção a versatilidade de Marisa, porque ela passa por uma gama enorme de coisas, o choro, o samba, o funk, o brega, o pop. Tudo com muita propriedade, mantendo sua presença com excelência”, exalta.
Música nova
O novo show terá novidade. Marisa Monte postou em seu perfil do Instagram que queria “algo inédito” na turnê. Ela se referia a “Sua onda”, composta em parceria com Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, disponibilizada nas plataformas na semana passada. A faixa foi produzida pelo argentino Gustavo Santaolalla, premiado duas vezes com o Oscar.
A música nasceu de frente para o mar, no Sul da Bahia. “Escolhi esta canção para realizar o antigo desejo de trabalhar mais uma vez com meu amigo Gustavo Santaolalla, desta vez como produtor. Ele sugeriu a Budapest Scoring Orchestra, tocou quase todos os instrumentos e fez o arranjo. Fizemos uma gravação remota, ele em Los Angeles, eu no Rio e a orquestra em um estúdio na Hungria, numa experiência que a tecnologia nos proporcionou de conexão, compartilhamento e sintonia”, anunciou.
“PHONICA”
Estreia da turnê de Marisa Monte com orquestra e banda. Neste sábado (18/10), às 19h30, e domingo (19/10), às 18h, no Parque Ecológico da Pampulha (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 6.061, Pampulha). Ingressos: R$ 270 a R$ 846, à venda na plataforma Ticket for Fun. Só há entradas para domingo.