No dia 1º de abril de 1964 se instaurava um regime que prolongou-se por 21 anos no Brasil, fundamentado pela censura e repressão: a Ditadura Militar.

O recente lançamento do livro “Se baterem, cantem!” em Belo Horizonte relembrou o papel da arte durante o período. Artistas encontraram na metáfora uma maneira de evitar a opressão e levar ao público mensagens de contestação.

Músicas, filmes, peças de teatro e livros foram necessários para estabelecer e reconstruir uma consciência política no período repressivo. As obras da época usavam uma linguagem simbólica, que exigia do público uma interpretação atenta para entender as críticas veladas ao autoritarismo, à falta de liberdade e à violência de Estado.

Artistas brasileiros foram perseguidos, presos e exilados, mas a produção cultural permaneceu, se reinventando cada vez mais para sobreviver e continuar seu papel de denúncia. Essas manifestações artísticas não apenas documentaram as problemáticas de seu tempo, mas também ajudaram a manter viva a esperança por dias mais democráticos.

Obras icônicas para entender o período

Explorar a produção cultural da época é uma forma prática de compreender o contexto histórico e a importância da resistência. Abaixo, listamos algumas das várias obras que se tornaram símbolos da luta contra a ditadura.

  • Música: “Cálice” (Chico Buarque e Gilberto Gil)
    A canção de 1978 usa a semelhança sonora entre “cálice” e “cale-se” para criar um dos mais potentes hinos contra a censura. A letra, repleta de referências políticas, transformou-se em um retrato de resistência.

  • Cinema: “Terra em transe” (Glauber Rocha)
    O filme marcante do Cinema Novo, de 1967, é uma forte representação sobre a instabilidade política na América Latina. O longa critica o populismo e o autoritarismo por meio de personagens e situações fictícias.

  • Teatro: “Roda viva” (Chico Buarque)
    A peça de 1968, escrita por Chico Buarque é uma comédia musical que julga a sociedade de consumo e a violência institucional. O espetáculo se tornou alvo de perseguição política por desafiar a moral burguesa, baseada em valores capitalistas.

  • Literatura: “O que é isso, companheiro?” (Fernando Gabeira)
    Publicado em 1979, o livro é um relato autobiográfico do jornalista Fernando Gabeira durante a luta armada contra a ditadura militar no Brasil. O livro traz reflexões sobre os dilemas éticos, as contradições da militância e o impacto do autoritarismo na juventude da época.

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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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