Dado Villa-Lobos e André Frateschi apresentam hoje o show 'Oroboro' em BH
Nesta sexta (14/11), no Palácio das Artes, repertório terá hits da Legião Urbana, canções de Dado e músicas do The Cure e da banda Jesus and Mary Chain
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Ao longo dos últimos 10 anos, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá rodaram o país com três turnês consecutivas que repassaram a discografia da Legião Urbana, tendo como convidado André Frateschi. Encerrado esse ciclo, agora o guitarrista centra foco em sua carreira solo, com o projeto “Oroboro”. O show que mescla músicas de sua discografia, da Legião e de outras bandas de sua predileção chega a Belo Horizonte nesta sexta-feira (14/11), às 21h, no Palácio das Artes.
Nessa turnê, Dado está acompanhado por sua banda. Bonfá dá lugar ao baterista Lourenço Monteiro, na formação que se completa com Lucas Vasconcellos (guitarra e vocais), Mauro Berman (baixo) e Pedro Augusto (teclados), mantendo Frateschi como convidado especial.
“Ele é a cereja do bolo, um amigo desde sempre”, diz Dado, referindo-se ao cantor, ator e instrumentista, que entra em cena para assumir os vocais nas últimas oito músicas do roteiro.
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O repertório abre com uma canção da banda escocesa The Jesus and Mary Chain, “que indica que o que está por vir é um show de rock”. Em seguida, músicas de seus álbuns em carreira solo – “Jardim de cactus” (2005), “O passo do colapso” (2012) e “Exit” (2017) – compõem o roteiro com canções da Legião que, conforme Dado, têm maior valor para ele. Também entram, aqui e acolá, outras coisas, como The Cure.
Hits de Renato Russo
“Perfeição”, “Ainda é cedo”, “Sereníssima”, “Índios”, “Há tempos” e “Giz” são algumas das canções da Legião que Dado defende como vocalista e guitarrista. Frateschi vai cantar os sucessos “Pais e filhos” e “Quando o sol bater na janela do seu quarto”.
“É difícil fazer uma seleção do repertório da Legião, porque é um espectro grande de músicas que não podem faltar, e vão faltar, pois não cabe tudo”, diz Dado.
O nome da turnê se refere ao mito da Antiguidade representado pela cobra ou dragão que morde o próprio rabo, dando a ideia de início, meio e fim, de ciclo que se renova.
“Canto minha história na música como criador, produtor, compositor, guitarrista e cantor, trajetória de 40 anos dedicada ao rock e ao folk”, diz Dado Villa-Lobos, chamando a atenção para o fato de que é um show teatral, com projeções e roteiro que culmina com a entrada de Frateschi.
O convidado sublinha esse aspecto. “Mauro Berman faz a direção musical. Ele conta uma história com o repertório, tem certa dramaturgia na escolha e na sequência das músicas. As que canto foi Mauro quem sugeriu. Ele perguntou se para mim estava tudo bem. Respondi que sim, pois com muito talento, como sempre, ele faz ótimas escolhas”, diz André Frateschi.
Para ele, é uma honra e uma responsabilidade ser porta-voz da obra de Renato Russo. Frateschi assistiu a um show da Legião Urbana pela primeira vez quando tinha 11 anos, em Brasília. Isso foi determinante para sua vida. “Todo o meu destino foi traçado a partir dali, porque não tive dúvidas de que queria ser um cantor de rock”, revela.
Quando a banda ia se apresentar em São Paulo, onde morava, Frateschi marcava presença na plateia e nos bastidores. Em 2013, ele fez parte de um projeto concebido pela cineasta e produtora Monique Gardenberg em homenagem aos Beatles, que tinha em sua formação Dado Villa-Lobos, além de outros nomes, como João Barone, Tony Platão e Liminha.
“Ficamos um ano em cartaz com esse show. Em 2015, Dado me chamou para fazer parte da turnê de 30 anos do álbum de estreia da Legião”, relembra. Aquele projeto se desdobrou em mais duas turnês, que revisitaram os outros títulos da banda: “Dois”, “Que país é esse”, “As quatro estações” e “V”.
“A coisa deu liga e estivemos juntos até agora, 10 anos depois, fazendo shows que celebram o legado da Legião”, diz André Frateschi. Para ele, fazer parte dessa história é algo mágico.
“Reconheço o milagre que está acontecendo a cada vez que subo no palco com Dado para interpretar as músicas da Legião”, comenta.
Carreiras solo
Dado Villa-Lobos tem disco novo pronto, “O que você quiser”, com previsão de lançamento para depois do carnaval de 2026. São 11 canções inéditas, entre elas parcerias com Humberto Gessinger e Fausto Fawcett. “Oroboro” é projeto de passagem, ao qual as músicas do novo trabalho serão incorporadas.
“As pessoas não estão abertas a ouvir só canções novas. Para entreter o público, o show tem de fazer essa reciclagem, a partir do entendimento de que tudo se renova com o que aconteceu e continua acontecendo. O disco novo entra aí. Vamos continuar trilhando essa estrada do rock”, diz.
André Frateschi montou a banda Undo, que acaba de lançar seu álbum de estreia, homônimo, com 10 faixas inéditas e autorais. “O cenário atual é propício para o rock. O mundo está vivendo uma onda fascista e precisa de uma linguagem como o rock para ser um grito contra isso”, destaca André.
OROBORO
Show de Dado Villa-Lobos e banda, com participação de André Frateschi. Nesta sexta-feira (14/11), às 21h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos de R$ 95 (meia, plateia superior) a R$ 235 (inteira, plateia 1), à venda na bilheteria e na plataforma Eventim.