A escritora Malluh Praxedes promove dois livros em BH nesta semana
Nesta terça-feira (25/11), ela autografa a coletânea ‘40 anos entre silêncios e sonhos’; na quinta, divulga ‘Primeiros acordes do Clube da Esquina’
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A jornalista, escritora e produtora cultural Malluh Praxedes lança nesta terça-feira (25/11) em BH “40 anos entre silêncios e sonhos”, em que reúne entrevistas que fez nos anos 1980 com personalidades de diversas áreas, sobretudo da cultura. Ela e personagens que desfilam pelas páginas do livro participarão de bate-papo, na Casa Outono.
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Malluh colabora com o jornalista e fotógrafo Cristiano Quintino, seu amigo, em “Primeiros acordes do Clube da Esquina”, que terá lançamento nesta quinta, no Bar Museu Clube da Esquina, com a presença dos autores. Quintino convidou a amiga para promover a ampliação de seu trabalho de conclusão de curso em jornalismo. O foco é o 1º Festival Estudantil da Canção Popular de Minas Gerais, realizado em 1969, que ele acompanhou de perto e que ficou marcado como o embrião do mais importante movimento musical do estado.
Sobre “40 anos entre silêncios e sonhos”, Malluh explica que é uma espécie de continuação de “40 anos de entrevista musical” (2023) – uma compilação de suas conversas com músicos e compositores que também remontam aos anos 1980, quando trabalhou no Estado de Minas e “Diário de Minas”.
Visão panorâmica
A diferença, segundo ela, está na abertura do leque: em vez de se ater ao universo da música, “40 anos entre silêncios e sonhos” reúne entrevistas com artistas plásticos, escritores, diretores de teatro e cinema, atores, jovens viajantes, uma dançarina, um sociólogo, uma modelo internacional e representantes de outras áreas. A obra compõe, portanto, uma visão panorâmica do rico universo das artes e da sociedade no Brasil dos anos 1980.
A autora diz que é possível, por meio das entrevistas, acessar os sonhos e as dificuldades de toda uma geração. “Acho que era mais simples viver. Belo Horizonte era uma cidade, vamos dizer assim, começando a crescer. Era como se o mundo fosse menor. Dá para perceber isso através dos relatos dos entrevistados. Já foi muito diferente, mas, ao mesmo tempo, tem problemas que permanecem”, afirma.
Um dos critérios de seleção das entrevistas é não terem se tornado datadas ou relacionadas a episódios específicos. Berenice Menegale, Domingos Gandra Jr., Elvécio Guimarães, Eymar Brandão, Jorge dos Anjos, Murilo Antunes e até Nega, uma dançarina do Montanhez Danças, um reduto boêmio que fez sucessos nas décadas de 1950 e 1960, são alguns dos nomes presentes na compilação.
Sobre “Primeiros acordes do Clube da Esquina”, ela diz que atendeu imediatamente ao chamado de Quintino, até porque também tinha acompanhado o festival realizado em 1969 que é tema do livro. Malluh conta que seu trabalho foi pesquisar, encontrar personagens da época e organizar a obra. “Chegamos a diversas pessoas e conseguimos falar com meia dúzia, porque muitos já haviam morrido. Fomos na hemeroteca da Biblioteca Pública Estadual e lemos todas as edições do 'Diário de Minas', que fez a cobertura”, diz.
Entre jurados, compositores e intérpretes concorrentes estiveram presentes no 1º Festival Estudantil da Canção Popular de Minas Gerais nomes como Egberto Gismonti, Antônio Adolfo, Tavinho Moura, Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Nelson Ângelo, Túlio Mourão, Lô Borges, Beto Guedes e Milton Nascimento, entre outros. Entre as músicas em disputa, havia “Equatorial” (Beto Guedes, Lô e Márcio Borges) e “Clube da esquina” (Milton e Lô), que, curiosamente, foi classificada, mas não venceu.
“40 ANOS ENTRE SILÊNCIOS E SONHOS”
Lançamento nesta terça-feira (25/11), às 19h, na Casa Outono (Rua Outono, 571, Carmo). (295 págs. R$ 80). Entrada franca.
“PRIMEIROS ACORDES DO CLUBE DA ESQUINA”
Lançamento nesta quinta-feira (27/11), às 19h, no Bar Museu Clube da Esquina (Rua Paraisópolis, 738, Santa Tereza). (119 págs. R$ 100). Entrada franca