Um ano após o lançamento de “O quarto”, seu álbum de número quatro dedicado às crianças, Adriana Calcanhotto, ou melhor, Partimpim, saiu com sua trupe para a estrada. O show “O quarto no palco” chega neste domingo (9/11) a Belo Horizonte, com apresentação única no Palácio das Artes.


Vai ser no fim da tarde, a partir das 18h, “exatamente para misturar as crianças e os adultos”, comenta Adriana. Com o figurino de Danielle Jensen, que explora cores, formas e adereços de Clara Zuniga – flores, pássaros, borboletas – e cenografia de Daniela Thomas, a cantora leva para a cena o repertório do álbum mais recente como também parte da história de Partimpim, projeto que já atingiu 20 anos.


“Tudo é lúdico, porque muitas crianças estão vendo seu primeiro show de música na vida”, comenta ela. Adriana diz que este é o espetáculo que “demanda uma maior preparação, de voz, colocação de figurino, make, bem como para montar e desmontar”, tanto que está unicamente dedicada a ele desde a estreia, no final de setembro, no Rio de Janeiro. Faz mais de uma década que Partimpim não sai em turnê – ou seja, as crianças dos shows passados já estão crescidas.


Banda completa

No palco, Partimpim está ao lado de uma superbanda formada por Davi Moraes (guitarra), João Moreira (baixo), Thomas Harres (bateria), Antonio Dal Bó (teclados e sintetizadores), Arimatéia (trompete), Marlon Sette (trombone) e Luizinho do Jêje (percussão). Esse último, por exemplo, foi o músico indicado por Pretinho da Serrinha, que assinou a produção do álbum.


A cada nova produção de Partimpim, Adriana faz uma lista grande de músicas, dela e dos outros, que gostaria de cantar. Das autorais do disco, estão no show “O meu quarto”, uma espécie de carta de intenções, em que ela chama a todos para “cantar juntos/ inventar o mundo/ ser cor, música e poesia”, e “Malala”, uma homenagem à ativista paquistanesa, Nobel da Paz.


“Boitatá” é outra das inéditas. Na verdade, a canção, uma parceria de Marisa Monte, seu filho, Mano Wladimir, e Arnaldo Antunes, tinha alguns anos quando Adriana a conheceu. Ao ouvi-la, pelo telefone, pediu a Marisa a canção para incluir no álbum. Quando foi gravar, ela convocou Arnaldo para fazer uma intervenção, como se fosse o próprio boitatá.


Reggae

Um dos bons momentos do álbum que estará no show é a versão em reggae para “Atlântida” (1981), canção de Rita Lee e Roberto de Carvalho que estava perdida no tempo.

Adriana busca contemplar sua discografia no espetáculo, que tem duas dezenas de músicas. “Coloquei aquelas que achei que tinham a cara do show, que fazem um passeio pelos quatro álbuns.” O projeto Partimpim (o apelido vem da infância, era como o pai a chamava desde pequena) nasceu de forma despretensiosa, em 2004. Na época, o álbum voltado para os pequenos era visto como um projeto paralelo – não havia sequer plano para show.


Pois fez um sucesso tremendo, a partir do single “Fico assim sem você”, versão do hit de Claudinho e Buchecha, e acabou ganhando os palcos. O projeto seguiu em frente, sempre muito popular, e Adriana foi intercalando os álbuns: ora Calcanhotto, ora Partimpim (o “Dois” é de 2009 e o “Tlês”, assim mesmo, como o Cebolinha fala, é de 2012). Junto aos trabalhos de estúdio, também saíram registros ao vivo.


Ela diz que curte à beça o projeto, a preparação, a relação com as crianças. A ideia, diferentemente dos shows anteriores, é ficar com “O quarto ao vivo” no repertório. “Os outros, quando terminaram, terminaram mesmo, cada um foi para um lado. Como nesse eu me preparei um pouco mais, a ideia é ele continuar existindo até quando for necessário”, comenta.


“O QUARTO NO PALCO”
Show de Adriana Partimpim. Domingo (9/11), às 18h, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos: Plateia 1 – R$ 220 e R$ 110 (meia); Plateia 2 – R$ 200 e R$ 100 (meia); Plateia Superior – R$ 180 e R$ 90 (meia). À venda no Eventim e na
bilheteria do teatro.

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