Com o lançamento do single e do videoclipe “Telejornal animal”, nesta terça (11/11), Clara Bicho, de 24 anos, dá continuidade ao EP “Cores da TV”, lançado em maio passado, com influências da MPB, bossa nova e indie pop. “É uma continuação do EP tanto pelas referências mais diretas do universo semântico da televisão, quanto pelas cores e pelo próprio som”, diz a artista.
Leia Mais
O lançamento de “Telejornal animal” coincide com a semana do show de estreia da cantora em São Paulo – na próxima sexta (14/11) – e marca o início do primeiro álbum solo de Clara, previsto para 2026. Ela e o irmão Gabriel Campos, que formam a dupla Irmãos Bicho, pretendem lançar também no ano que vem um disco inspirado na música mineira, com referências do Clube da Esquina.
Vida feliz
“Para os próximos projetos, sinto que já consegui fazer uma coisa mais trabalhada, mais organizada, porque o que fiz no EP acabou sendo bem despretensioso”, comenta. O single foi composto em 2025, após o lançamento de “Cores da TV”. Clara avalia que, embora colorido e com arranjos divertidos, o EP tem letras mais tristes sobre o amadurecimento. As faixas foram escritas há aproximadamente quatro anos, num período complicado da vida da artista.
A nova canção tem mensagem mais positiva, apontando que, mesmo com a rotina do trabalho e das adversidades, há momentos que valem a pena. “Faço um arranjo divertido e uma letra falando que nem tudo são flores, mas a gente pode ter uma vida colorida e feliz apesar disso. Tento fazer isso na minha vida todo dia. Gosto de coisas alegres, de escutar músicas e de ver coisas alegres, porque acho que é uma forma de me jogar para cima”, afirma Clara.
O videoclipe de “Telejornal animal” é o primeiro da cantora. Clara Bicho é artista visual e jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sempre teve interesse pela mídia, especialmente por programas de televisão infantis. “Sou uma adulta que gosta muito de coisas que as crianças gostam, como fantoches, desenho animado, bonequinhos e coisas coloridas”, diz.
Entre as principais referências, Clara cita o grupo de teatro de bonecos Giramundo, o seriado paulistano “Castelo Rá-Tim-Bum”, o belo-horizontino “Dango Balango” e o franco-belga “Téléchat”. A cantora conta que, assistindo ao programa mineiro, decidiu fazer um videoclipe com estética semelhante.
Diferentemente dos processos de composição anteriores, a nova música foi escrita com a ideia do clipe em mente. Enquanto mandava a base de voz e violão para o produtor musical Gui Hope, Clara Bicho já estava em contato com as irmãs Mariana e Gabriela Barbosa, da produtora Slimbi Media, para iniciar o projeto audiovisual. “A gente gravou o clipe enquanto a música não estava pronta ainda, porque eu queria ser eficiente e que tudo andasse junto”, comenta.
O clipe foi inteiramente financiado pela cantora. Com a colaboração de amigos e da família, que formam a equipe de atores, Clara fez o cenário todo à mão, pintando e desenhando os elementos em cena.
A exceção é o fantoche da Lua, a âncora do telejornal, que foi feito sob encomenda pela artista Laura Kind. A Lua é figura recorrente nas obras de Clara Bicho e está, inclusive, na capa do EP “Cores da TV”. Ver a personagem materializada como um fantoche é, para a cantora, a realização de um sonho.
“Sempre fui meio fascinada por fantoches e sempre quis um dos meus personagens, especialmente da Lua. Isso foi um grande ponto alto para mim nesse projeto, porque ficou do jeito que eu queria, igual à minha personagem. Já quero ter uma casa cheia de fantoches”, confessa Clara.
*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes
