ARTES CÊNICAS

Musical leva para o palco o jardim da vida de Djavan

Protagonizada pelo mineiro Raphal Elias, montagem em cartaz no Palácio das Artes relembra a trajetória do cantor e compositor alagoano

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Ao longo da primeira metade dos anos 1960, um garoto negro despontava como promissor meio-campista do CSA de Alagoas. O futuro parecia certo nos gramados, até que, em 1965, o encontro inesperado com a coleção de discos do pai de um colega mudou tudo. Ali, dividiam espaço Bach e Beethoven, o jazz de Miles Davis, John Coltrane e Ella Fitzgerald, além do vasto cancioneiro de Noel Rosa, Tom Jobim, Jackson do Pandeiro, Ary Lobo, Luiz Gonzaga. 

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Essas referências formaram o alicerce do jovem Djavan (sim, ele mesmo, a promessa do meio-campo do CSA), quando decidiu trocar o futebol pela música. Esse mergulho nas origens do artista guia “Djavan – O musical: Vidas pra contar”, que faz curta temporada no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, neste sábado e domingo (6 e 7/12). Restam poucos ingressos para domingo. 

 

Idealizado por Gustavo Nunes e dirigido por João Fonseca, o espetáculo percorre a trajetória que vai da juventude de Djavan à consagração dele na MPB. A dramaturgia, assinada por Patrícia Andrade e Rodrigo França, é fiel à vida do artista, com duas licenças poéticas: a inclusão de canções fora da ordem cronológica e a presença de Exu como conselheiro do protagonista. 

“Exu funciona como a voz da consciência. É a intuição que manda o jovem Djavan persistir na música e no jeito de tocar e compor, algo que muitos achavam estranho, mas que hoje sabemos ser a identidade dele”, explica Raphael Elias, que interpreta o músico alagoano. 

Mineiro de Divinópolis, Raphael disputou o papel com 250 candidatos. Teve três chances até finalmente conseguir o convite – e quase perdeu todas. Hoje, protagoniza seu primeiro musical com elogios do próprio Djavan. 

Presença de Exu 

O ator atribui parte desse percurso ao acaso – ou a Exu. “A preparadora de elenco Ciça Castello sempre diz que o personagem escolhe quem vai interpretá-lo. E foi assim”, afirma. 

Em dezembro, o mineiro viu a notícia das audições, adiou o envio do vídeo e perdeu o prazo. Ganhou a segunda chance graças ao amigo, o ator Drayson Menezes, mas faltou aos dois dias de teste. 

“Só muito tempo depois o Drayson me procurou dizendo que a produção não havia encontrado ninguém para interpretar o Djavan. Perguntou se poderia enviar um vídeo meu. Autorizei e fui chamado para um teste”, conta. “Como era a terceira oportunidade, resolvi ir, mesmo inseguro”. 

O timbre vocal semelhante ao de Djavan que chamou a atenção do diretor João Fonseca vem sendo destacado pela crítica. Até o modo de tocar violão dos dois se aproxima, resultado das aulas particulares que Raphael teve com João Castilho, guitarrista de Djavan. 

Canções do alagoano costuram a narrativa. “O espetáculo passa muito pela vida pessoal dele e vem me influenciando bastante”, diz Raphael. “Estou sempre aprendendo com ele. O principal é a persistência, a fé, a ideia de que a gente movimenta os próprios caminhos quando entende que está vocacionado para algo”, acrescenta. 

Outro aprendizado é o apreço pela diversidade e versatilidade artística. “É difícil definir a obra do Djavan. Ela não se limita ao jazz, que já é um gênero expansivo, ao reggae ou a qualquer outro estilo. A música dele tem identidade própria, muito rica. Isso me inspira demais. Procuro trabalhar em várias frentes, então Djavan é referência direta”, ressalta o ator. 

Além disso, acrescenta Raphael, “Djavan é um artista negro, assim como eu. Olhar para um cara como ele, sumidade inquestionável no que faz, me motiva a correr atrás das coisas que almejo.” 

DJAVAN – O MUSICAL: VIDAS PRA CONTAR

De Gustavo Nunes. Direção musical: João Viana e Fernando Nunes. Direção artística: João Fonseca. Com Raphael Elias. Sábado (6/12), às 20h, ingressos esgotados. Domingo, às 19h. Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Inteira: R$ 220 (plateia 1) e R$ 160 (plateia 2), na bilheteria ou na plataforma Eventim. Meia-entrada na forma da lei. 


OUTRAS ATRAÇÕES

>>> NOVA AURORA

Dedicado ao metal moderno, o Nova Aurora Festival será realizado nesta sexta (5/12), às 20h, na Autêntica (Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia). Participam as bandas Pense, Odeon, Nerveless e Others Than Me. Ingressos: R$ 140 (inteira) e R$ 70 (meia-entrada ou social), à venda na plataforma Sympla. 


>>> ÚLTIMO ROCK DO ANO

Sábado (6/12), das 14h às 22h, a Praça JK, no Sion, recebe o Festival Último Rock do Ano, com shows de Tico Santa Cruz, Balão Vermelho, Cash, Seu Madruga e DJ Siman. Entrada gratuita até as 15h30, mediante retirada de ingressos na plataforma Sympla. 


>>> VEIGH

O trapper Veigh traz sua “Evom tour” a BH, neste sábado (6/12), às 22h, no BeFly Hall (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi). O show marca o lançamento do álbum “Eu venci o mundo”. Abertura: Ghard, Niink, G.A e Nagalli. Cadeira Superior Prata: R$ 190 (inteira) e R$ 95 (meia/social). Cadeira Superior Ouro: R$ 230 (inteira) e R$ 135 (meia/social). À venda na plataforma Sympla e na bilheteria. 


>>> BLITZ

A turnê “Agora é a hora”, da Blitz, é atração de domingo (7/12), às 21h, no BeFly Minascentro (Av. Augusto de Lima, 785, Centro). O show celebra os 40 anos da banda. Inteira: R$ 430 (setor 1), R$ 290 (setor 2) e R$ 190 (superior), com meia na forma da lei. Ingresso social: R$ 235, R$ 175 e R$ 155. Vendas na plataforma Sympla e na bilheteria. 


>>> ATOM PINK FLOYD

A banda Atom Pink Floyd apresenta a turnê “Wish you were here – 50 anos” neste domingo (7/12), às 19h, no BeFly Hall (Av. Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi). Cadeira Setor 2: R$ 230 (inteira), R$ 115 (meia) e R$ 140 (social). Arquibancada: R$ 130 (inteira), R$ 80 (social) e R$ 65 (meia). À venda na bilheteria e na plataforma Sympla.

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