"� bem democr�tico", diz Djavan, sobre as 'cantadas' que recebe em shows
Cantor e compositor se apresenta neste fim de semana em BH, com ingressos esgotados; ele afirma que "cada vez mais os homens" gritam elogios para ele no palco
Embora "D", o �lbum mais recente do artista nomeie o show, o repert�rio re�ne sucessos da carreira
Handerson Vieira/Divulga��o
Demanda reprimida? Djavan ri diante do coment�rio. No in�cio desta semana, os ingressos (3,3 mil por noite) para as duas apresenta��es que ele faz em Belo Horizonte - nesta sexta (27/10) e s�bado (28), no Arena Hall -, se esgotaram. "A turn� est� realmente estimulante, com o p�blico �vido em todos os lugares", afirma. E justi�a seja feita: ele sempre teve casa cheia em BH.
A avidez de que ele fala teve in�cio em 31 de mar�o, quando estreou a turn� "D", em Macei� (AL), para uma plateia de 30 mil pessoas. "A temporada de shows foi prevista para espa�os maiores”, diz. "A principal quest�o � que uma turn� precisa de lugares grandes para se viabilizar. Mas isso n�o quer dizer que eu n�o esteja tocando em teatro. Me sinto confort�vel em qualquer lugar, mesmo porque esse show est� bom de fazer, pois envolve m�sicas de todas as �pocas."
Lan�ado em agosto de 2022, "D", seu 25º �lbum, nomeia a turn�. Mas, no palco, se faz presente apenas em duas can��es: "Num mundo de paz" e "Iluminado". Esta �ltima, que fecha o disco de 12 can��es, foi tamb�m a �ltima a ser composta e gravada. De acento pop e refr�o que gruda, � um libelo otimista.
Fam�lia
No �lbum, Djavan gravou com toda a prole reunida pela primeira vez: os filhos Max e Jo�o Viana (guitarrista e baterista), a cantora Fl�via Virg�nia, os ca�ulas Sofia e In�cio e os netos Thomas Boljover e Lui Viana. No show, tal coro cabe � banda que o acompanha. "Est� lind�ssimo, com todo mundo tocando e cantando."
"Em geral, quando se chega a uma idade maior, as pessoas mudam o tom para alcan�ar as notas mais altas. Ainda n�o fiz isso. Acho que a gen�tica ajuda o suficiente para uma boa performance vocal"
Djavan cantor e compositor, de 74 anos
Os instrumentistas que integram a banda j� t�m uma hist�ria com Djavan: Marcelo Mariano (baixo e vocal), Felipe Alves (bateria), Jo�o Castilho (guitarra, viol�o e vocal), Paulo Calasans (piano, teclado e vocal), Renato Fonseca (teclado e vocal), Jess� Sadoc (trompete, flugelhorn e vocal) e Marcelo Martins (saxofone, flauta e vocal).
Todos eles participaram das grava��es de "D". "Embora o n�mero de pessoas que participaram da grava��o seja muito maior, est� sendo �timo tocar com essa banda. Como os m�sicos j� tocaram comigo em �pocas distintas, requisit�-los para os shows foi bem natural, tanto pela rela��o musical quanto, principalmente, pela afetividade."
Quem d� a palavra final no repert�rio �, obviamente, Djavan. "Sei exatamente o que quero cantar. Mas todo mundo meteu o bedelho: meus filhos, minha mulher, m�sicos. Virou um show com muita gente opinando." S�o muitos sucessos ("Flor de Lis", "Meu bem querer", "Samurai", "Sina", "Lil�s", "Se..."), mas tamb�m alguns ‘lados B’, que n�o s�o propriamente desconhecidos ("Tenha calma/Sem voc�", "Tanta saudade").
Gringo Cardia assina a cenografia. Ele convidou tr�s artistas - Daiara Tukano, Heloisa Hariadne e Yermollay Caripoune - para criar pain�is que celebram a diversidade do povo brasileiro. A ilumina��o � de C�sio Lima e Mari Pitta, que j� trabalharam anteriormente com Djavan, assim como Serginho Almeida, que assina o desenho de luz.
Aos 74 anos (75 em 27 de janeiro), Djavan comenta que ainda canta absolutamente tudo o que quer no mesmo registro que gravou. "Em geral, quando se chega a uma idade maior, as pessoas mudam o tom para alcan�ar as notas mais altas. Ainda n�o fiz isso. Acho que a gen�tica ajuda o suficiente para uma boa performance vocal. E meu repert�rio abrange m�sicas dif�ceis. 'Cigano', por exemplo, tem uma tonalidade alt�ssima. Mas por enquanto continuo ali."
Seu p�blico, afirma, continua se renovando, quase 50 anos de ter estreado em disco. "� uma coisa que sempre observei: a diversidade de faixa et�ria, assim como de religi�o, ra�a, classe social. � tudo misturado, acho que pelo fato de a minha m�sica ser muito diversa."
H� outra coisa que n�o muda tamb�m, passe o tempo que passar. A plateia feminina ainda grita, e muito, para ele durante os shows (algo semelhante talvez s� aconte�a com Ney Matogrosso). Djavan ri de novo diante do coment�rio. "E a manifesta��o hoje n�o � s� feminina. Cada vez mais os homens se manifestam. � bem democr�tico", conclui.
NOVEMBRO EM OURO PRETO
Neste ano, al�m da temporada brasileira, Djavan j� levou a turn� de "D" para a Europa e os Estados Unidos. Volta no domingo (29/10) para o Rio de Janeiro e retorna a Minas no pr�ximo fim de semana.
Em 4 de novembro, ele leva a turn� para Ouro Preto (no estacionamento do Centro de Conven��es da UFOP). A temporada de shows de "D" vai at� julho de 2024. Terminada a fase, ele retorna para o est�dio. Grava o 26º �lbum no segundo semestre. "Esse � o verdadeiro grande trabalho de um artista", comenta. Mesmo viajando com os shows, afirma que j� comp�s alguma coisa.
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