A série documental “Sean Combs: O acerto de contas” analisa as acusações contra o magnata americano do hip-hop, conhecido como Diddy, sentenciado a quatro anos e dois meses de prisão por crimes relacionados à prostituição.

O documentário entrevista jurados que participaram do julgamento de Combs para que expliquem o que levaram em conta na hora de proferir votos.

O júri absolveu Diddy, de 56 anos, dos crimes mais graves, como extorsão, pelo qual poderia ser condenado à prisão perpétua, e tráfico sexual de ex-namoradas, que poderia acarretar mais duas décadas de prisão.

Porém, o compositor e produtor foi condenado por transportar pessoas através de fronteiras estaduais americanas para fins de prostituição, crime envolvendo duas ex-namoradas: a cantora Cassie Ventura e Jane, pseudônimo usado no tribunal por mulher que preferiu não se identificar.

Uma das juradas afirma que está segura de seu voto, mas sabia que o veredicto geraria polêmica justamente por ser mais ameno do que a opinião pública esperava.

“Quando estávamos na sala de deliberação e chegamos a um acordo no qual ele era apenas culpado por duas acusações, minhas palavras exatas foram: ‘'Oh, caramba'”, diz ela.

Outra integrante do júri afirma que votou sem levar em conta as acusações de violência doméstica contra o rapper. Em maio de 2024, foi divulgado o vídeo feito por câmeras de vigilância com Diddy agredindo fisicamente Cassie Ventura, sua então namorada.

Um homem que fez parte do júri afirma não ter certeza sobre o grau de culpa de Combs, pois Ventura permaneceu se relacionando com ele por 11 anos, entre idas e vindas.

“No dia seguinte (à violência doméstica), eles estavam se reconciliando e trocando mensagens de texto como se nada tivesse acontecido”, afirma o jurado. “Se você não gosta de algo, você sai completamente (da relação). Você não pode ter as duas coisas”, observa.

Com quatro episódios, a docussérie “O acerto de contas” foi dirigida por Alexandria Stapleton e produzida pelo rapper Curtis Jackson, o 50 Cent.

Diddy e 50 Cent se estranham há décadas e o produtor garante que a série não ato de vingança. Por sua vez, a diretora Alexandria Stapleton declarou que a docussérie é um “teste” para aferir como a sociedade lida com poderosos e celebridades que praticam abusos.

“Obra difamatória vergonhosa”, reagiu o rapper Diddy, acusando os responsáveis pela produção e a Netflix de lançar mão de “imagens roubadas que nunca foram autorizadas para divulgação”.

A plataforma alega que apresenta uma “avaliação detalhada” da trajetória dele.

“As imagens relativas ao período que antecedeu sua denúncia e prisão foram obtidas legalmente. Isso não é um ataque pessoal nem um ato de retaliação. Curtis Jackson é produtor executivo, mas não tem controle criativo. Ninguém foi remunerado para participar (da série)”, afirma nota da Netflix.

Diddy ameaça processar 50 Cent e a plataforma. Resumindo: vem aí mais polêmica nos tribunais.

“SEAN COMBS: O ACERTO DE CONTAS”


• Docussérie com quatro episódios, disponível na Netflix

compartilhe