Perdeu? Confira os destaques do Fartura 2025 em Tiradentes
Com 75 mil visitantes, festival reuniu chefs de todo o Brasil e criações que marcaram a 28ª edição
compartilhe
Siga noFartura, substantivo feminino que remete a abundância e grande quantidade. Nada poderia traduzir melhor a 28ª edição do Festival Fartura, realizada em Tiradentes (MG) e encerrada no último domingo (31/8). Durante 10 dias, a cidade histórica foi palco de encontros gastronômicos, culturais e musicais, reunindo 75 mil visitantes e resultando na venda de mais de 35 mil pratos, segundo a organização.
Promovido pela Plataforma Fartura – Gastronomia do Brasil, o evento ocupou pontos tradicionais como o Largo das Forras, a Praça Santíssimo e a Praça da Rodoviária. Com entrada gratuita, o público teve acesso a aulas práticas e teóricas, cozinhas ao vivo, estandes de restaurantes, produtos de origem e apresentações musicais.
Leia Mais
Público fiel
Entre os frequentadores assíduos, o casal Júlia Magni França, de 28 anos, e Frederico Gabriel Ribeiro, de 29, vão ao festival há cerca de 10 anos. “Meus pais têm casa em Tiradentes, então sempre aproveitamos o evento. A gente costuma chegar perto da hora do almoço e fica até o fechamento. Experimentamos entradas, pratos principais e vamos circulando, sem pressa. É um programa que já virou tradição”, contou Frederico.
Ele e Júlia destacaram o trabalho de chefs que acompanham o evento desde edições anteriores - como o do antigo restaurante Mia, do chef Rafael Pires, que estava no evento com o restaurante Ilhote do Sul, resultado da parceria com o cozinheiro Renato Martins, - e não abrem mão da comida mineira, embora se aventurem por sabores de fora. “A culinária mineira é minha preferida no mundo, mas a gente também gosta de experimentar o que os chefs de outros estados trazem”, completou Júlia.
Para Guilherme de Paula, de 25 anos, o festival é uma oportunidade para provar pratos diferentes. “Desta vez, experimentei uma costelinha com mandioca na manteiga. Gosto de buscar pratos mais elaborados, que não encontro no dia a dia”, disse.
Encontros entre chefs
Entre os momentos mais disputados estiveram os Festins Fartura, jantares harmonizados que uniram grandes nomes da gastronomia nacional e internacional em menus de quatro etapas. Realizados no Espaço Raízes, os encontros reuniram chefs estrelados, muitos deles com passagem por restaurantes com estrela Michelin. No dia 29 de agosto, a reportagem acompanhou o jantar conduzido por Onildo Rocha (Cozinha Roccia – PB / Notiê e Abaru – SP) e Gabriella Guimarães (Okinaki – BH).
Onildo abriu o menu com uma entrada em homenagem ao caju, com musseline, carne de caju cozida em tucupi e cajuína, finalizada com coentro e ovas de salmão. “O coentro está escondido, até quem não gosta acaba comendo”, brincou.
Gabriella, por sua vez, surpreendeu com um badejo ao açafrão espanhol, avelãs e molho de chocolate salgado, prato inspirado em sua vivência de sete anos na Espanha. “Na Catalunha, o chocolate também é usado em pratos salgados, não apenas em sobremesas. Ele dá cor, textura e sabor marcante”, explicou.
O jantar seguiu com cordeiro ao ponto, feijão verde crocante e demi-glace, preparado por Onildo, e terminou com um sorvete de amendoim acompanhado de maçã com canela e calda de caramelo, criação de Gabriella.
A harmonização, conduzida por Frederico Langbehn, trouxe rótulos mineiros e portugueses, como o Chardonnay Reserva da Casa Geraldo, o Syrah Rosé da vinícola Maria Maria, um Douro tinto e um vinho do Porto branco.
Sunset Fartura
A grande novidade desta edição foi o Sunset Fartura, realizado na Vinícola Trindade, na Serra de São José. O espaço enoturístico recebeu dois encontros (23 e 30/8), que combinaram alta gastronomia, vinhos e música ao pôr do sol, em ambientes como o Jardim Trindade e o Vinhedo Trindade.
No dia 23, os destaques foram o atum confitado com aioli negro da chef Ana Bueno (Banana da Terra – Paraty, RJ) e o arroz caldoso de bochecha de porco com quiabo de Pedro Coronha (Koral – RJ). A noite foi embalada por Maria Bragança Trio.
Já no dia 30, a mineira Bruna Rezende (A Porca Voadora – BH) preparou um arroz de ossobuco com caju-passa, enquanto Paulo Machado (Instituto Paulo Machado – MS) trouxe o arroz de comitiva, prato típico do Centro-Oeste. “É uma homenagem às comitivas que trabalham no campo. Uso a carne de sol, que garante conservação e sabor marcante”, explicou. A programação contou ainda com música de Thiago Delegado e Clara Dias.
Para quem perdeu, o festival tem uma próxima parada: BH recebe o Fartura nos dias 27 e 28 de setembro.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia