Belo Horizonte é muito conhecida pela gastronomia, mas pouco se fala sobre a vastidão de sabores que existem no estado mineiro além da capital. Por isso, a 11ª edição do Fartura Belo Horizonte, que vai ocorrer no próximo fim de semana (27 e 28/9), no Mirante Belvedere, Região Centro-Sul da cidade, traz o tema “Do interior para a capital”.
A curadora gastronômica do festival, Carolina Daher, explica que a escolha do tema é importante para representar, ao menos um pouco, esse estado que quase poderia ser um país (em termos de tamanho de território e de diversidade cultural).
“Belo Horizonte é um grande recorte de Minas Gerais. Encontramos essas tantas Minas Gerais de várias formas, por meio de pessoas que vieram de diversas regiões. Este ano queremos celebrar justamente essa presença do interior para a capital”, pontua.
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Segundo ela, para o público belo-horizontino, receber a comida e as pessoas do interior também é uma experiência necessária e interessante. “Apresentamos um pouco do estado grandioso para o belo-horizontino, mas é um jeito do mineiro também reencontrar suas raízes”, diz a curadora, que destaca o processo de identificação de pessoas do interior que vivem em BH e, por vezes, não têm suas origens englobadas pela cena gastronômica.
“Acho que Minas é a essência do festival. Ser mineiro é ir além da comida e o interior é vital para contar a história desse estado”, explica Carolina, ressaltando outras edições marcantes do Fartura, como em Conceição do Mato Dentro, Serro, Uberlândia etc.
Pratos típicos
O Casulo apresenta, em BH, duas opções do arroz vermelho da região Lapinha da Serra
Chefs e restaurantes do interior do estado vão trazer pratos típicos para que os belo-horizontinos possam degustar e aprender. Fred Rocha e Juliana Dourado, por exemplo, vão levar para uma aula o prato “Milagres de agosto”, com vinagrete de maxixe, farofa de pequi e carne serenada. A ideia deles é mostrar os métodos tradicionais, como o de curar a carne.
Em outro momento, na Cozinha Show, quando o foco é aprender a preparar um prato, Juliana vai ensinar uma receita de arroz geraizeiro, com pequi, milho assado, maxixe e carne serenada.
Entre as opções gastronômicas para degustar, destacam-se os bolinhos de rala, típicos do Serro. Eles são fritos e feitos com as raspinhas que sobram do processo de uniformização do queijo, quando ele é de fato raspado.
O petisco será servido por Simone Cardoso, do restaurante Quintal de Vó, e por Adriana Fernandes, do Santa Matula Quintal. Enquanto o de Simone poderá ser mergulhado em goiabada (R$ 45), o de Adriana será preparado com um molho de rapadura (R$ 40).
Outro prato difícil de dispensar é o risoto vermelho preparado por Marina Leite, do restaurante Casulo, que fica na Lapinha da Serra. Ele demandou muito tempo de pesquisa, por ser feito com o arroz vermelho da região, que é completamente diferente do arbóreo, normalmente usado no preparo de risotos.
No Fartura, será possível experimentar duas versões do prato: com linguiça de porco caipira, ora-pro-nóbis e pimenta biquinho ou com abóbora e requeijão de raspa (R$ 50 cada).
Produtos e produtores
Quem passar pelo festival também vai poder ver levar para casa produtos artesanais de diversas cidades de Minas Gerais. A Cachaça Século XVIII, de Coronel Xavier Chaves, no Campos das Vertentes; as balas de coco da Cocobellas, de Varginha, no Sul de Minas; e as geleias da Villa Emília, de Divinópolis, no Centro-Oeste do estado, são alguns dos itens que estarão à venda.
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Serviço
11º Festival Fartura Belo Horizonte
Sábado (27/9), das 12h às 22h
Domingo (28/9), das 11h às 20h
Avenida José Maria Alkmin, Belvedere (Mirante Belvedere)
Ingressos gratuitos (retirada pelo Sympla)
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino