Sucesso improvável: dadinho de tapioca celebra 20 anos em grande estilo
Chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó, em São Paulo, explica um pouco da história do petisco e da programação que celebra suas duas décadas de existência
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Crocantes por fora e macios por dentro, os dadinhos de tapioca já se tornaram ícones brasileiros no cenário internacional. Em bares e restaurantes espalhados pelo país e pelo mundo, os cubinhos à base de tapioca, leite e queijo coalho conquistaram um espaço cativo nos cardápios e nas mesas de muitos clientes.
O chef por trás dessa criação é Rodrigo Oliveira, do Restaurante Mocotó, de São Paulo. A casa de comida sertaneja referência na capital paulista tem duas unidades: a original, no Bairro Vila Medeiros, na Zona Norte de São Paulo, e outra na Vila Leopoldina, na Zona Oeste da cidade.
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Rodrigo explica que o petisco de sucesso foi criado um pouco ao acaso. “Eu aprendi a receita de um bolinho de tapioca com uma colega da faculdade, a chef Adriana Cymes. Ele levava tapioca, queijo minas, ovos, manteiga”.
O chef logo passou a servir um bolinho similar em seu restaurante, utilizando o queijo coalho. “O porém é que a massa era melindrosa. Um dia eu estava fazendo, tive que parar a produção por um tempo rápido e a massa endureceu num tabuleiro. Olhei aquilo e lembrei da polenta frita”, conta ele, dizendo que logo naquele dia, ao cortar a massa já firme em tiras e fritar, percebeu que havia descoberto outro petisco.
O formato, entretanto, se adaptou um pouco. “Pensei que pedaços menores seriam mais crocantes e mais fáceis de comer, por isso cortei em cubinhos. Assim, eles logo passaram a ser oferecidos aos clientes como ‘dadinhos de tapioca’”, completa Rodrigo.
Dupla perfeita
O dadinho de tapioca é conhecido pela versatilidade. No Mocotó, é servido com um molho de pimenta agridoce. Rodrigo destaca que não é geleia, mas sim um molho que utiliza vinagre de frutas, três tipos de pimenta, um toque de alho e cachaça. “Acredito que esse molho também é responsável pelo sucesso dos dadinhos”.
Este sucesso, aliás, é de impressionar. Para o chef, há alguns fatores primordiais que explicam tamanha paixão dos brasileiros pelos dadinhos. “Eles são gostosos, fáceis de fazer, se adaptam a diferentes contextos, podem ser mais condimentados, feitos em versão vegana, com recheios, toppings, podem ser assados ou fritos…”, explica, ressaltando ainda que a iguaria pode ser servida como base de um prato principal, além de sua finalidade original, que é abrir o apetite dos clientes, servida em forma de petisco para compartilhar.
Qualidade
Rodrigo conta que a receita que utiliza no Mocotó não é secreta, muito pelo contrário. “Utilizamos a receita que divulgamos e ensinamos para todo mundo. Ainda assim, as pessoas falam que não conhecem um dadinho igual a esse. Acho que isso vem da qualidade dos ingredientes usados. O nosso queijo coalho é feito pela Fazenda Atalaia só para a gente, a tapioca que usamos é do mesmo fornecedor há 20 anos”.
O cuidado com os processos também é destacado pelo chef. “Temos cuidado com a granulometria do queijo triturado, com a temperatura do leite”, explica Rodrigo, sem se esquecer de destacar o óleo para a fritura, que é trocado dia sim dia não, e fica em temperatura controlada. “Acho que o apego com essas sutilezas faz com que nosso dadinho tenha um gostinho diferente”.
20 anos
Os cubinhos mais queridos do país celebram, neste ano, 20 anos de existência. O restaurante Mocotó conta com uma programação especial para este marco. Rodrigo convidou quatro chefs para criarem suas versões do dadinho de tapioca. Cada criação ficará disponível no restaurante por um mês (ação acontece até o dia 2 de novembro).
A primeira semana, que foi encerrada ontem (12/10) contou com a versão do petisco do chef catalão Albert Adrià. Ela é feita com chorizo de porco e queijo manchego (espanhol feito com leite de ovelha) e coberta com páprica e uma azeitona recheada.
A programação segue com a criação da chef Alessandra Montage (disponível entre os dias 13 e 19/10). A brasileira que tem carreira de sucesso na França preparou um dadinho com trufa negra e queijo Comtè (francês, feito com leite de vaca), mel trufado e maionese de cebolinha.
Em seguida, a chef Helena Rizzo, referência no trabalho com ingredientes brasileiros, apresenta o seu dadinho de banana-da-terra e carne de sol confitada com tartar de carne de sol e conserva de pimenta biquinho no mel de cacau. Eles ficam no cardápio entre os dias 20 e 26/10.
Quem fecha o calendário especial dos 20 anos do dadinho de tapioca é o chef Fred Caffarena, que traz um pouco da culinária árabe com que trabalha para este petisco brasileiro. O dadinho dele é com falafel de grão-de-bico, mutaba (nome “abrasileirado”, advindo de ‘mutabal’, “nome das pastas no Oriente Médio”, segundo o próprio Fred Caffarena) de couve-flor tostada com tahine e pimenta harissa.
Cada porção com quatro dadinhos é vendida por R$ 28,90 nas duas unidades do Mocotó, em São Paulo. “Isso é para contarmos que hoje o dadinho já é do mundo, ele saiu das nossas mãos”, explica Rodrigo, em relação às criações inéditas e inusitadas dos chefs.
Campanha
O dadinho de tapioca não é sucesso só nas mesas de bares e restaurantes, mas também na casa dos brasileiros. Não é nada difícil encontrá-los nas gôndolas dos mercados ou mesmo em aplicativos de entrega. Segundo o Ifood, apenas nos últimos três meses, foram pedidas 68.813 porções de Dadinho de Tapioca pelo aplicativo.
Por isso, em homenagem aos 20 anos desse prato icônico, o Ifood se uniu ao chef Rodrigo Oliveira para o lançamento de um abaixo-assinado para que o dadinho de tapioca seja reconhecido como patrimônio cultural. O documento já conta com mais de 4.700 assinaturas. Aliás, caso queira assinar, basta acessar o link.
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Serviço
Mocotó Bar e Restaurante (@mocotorestaurante)
Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1100, Vila Medeiros, São Paulo
(11) 2951-3056
De segunda a sábado, das 12h às 23h
(unidade Vila Leopoldina)
Rua Aroaba, 333, Vila Leopoldina, São Paulo
(11) 3294-4814
De terça a sábado, das 12h às 22h
Domingo, das 12h às 16h