Já pensou em degustar drinques surpreendentes bem ali no tradicional Café Nice? O que para muitos poderia parecer difícil de imaginar vai se tornar realidade. A partir desta sexta-feira (3/10), a casa vai servir três opções de coquetéis, inicialmente apenas às sextas e sábados.
A carta de drinques assinada pelo mixologista Albert Coelho, mais conhecido como Bebeto, tem três bebidas completamente diferentes. O primeiro coquetel é a “Batida do Nice” (R$ 20), espécie de batidinha de coco, feita com o tradicional frapê de coco do Café Nice (que leva leite, leite de coco e um pouco de açúcar), cachaça branca e licor de pequi. A bebida também pode ser comprada em jarra com quatro copinhos (R$ 55).
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O segundo é chamado de “Pena de Galo” (R$ 25), uma releitura do tradicional Rabo de Galo feita com cachaça envelhecida em carvalho, água tônica e adoçado com calda de ameixa do Café Nice, item que compõe o clássico pudim de maisena com ameixa do Nice.
O último drinque da carta é o “Ubá” (R$ 22). Ele é feito com suco de manga, cachaça envelhecida no carvalho e café.
Insumos brasileiros
Drinque com manga e café do novo menu do Nice
Bebeto, o responsável pelas criações, já tem quase uma década de atuação na coquetelaria. Uma de suas marcas é o uso de ingredientes brasileiros e, sobretudo, mineiros. “Me considero um mineiro, apesar de ter nascido no Rio de Janeiro e crescido na Bahia, em Minas passei minha adolescência e conheci grande parte do que aprecio, já tenho mais de 15 anos em Minas”, explica.
Ao elaborar uma carta para um ícone belo-horizontino, evidentemente, ele não deixou de lado o que preza. Seu apreço pelos drinques com cachaça, que já se tornou parte de sua identidade profissional, está estampado na nova carta do Nice, que conta com três drinques feitos com a aguardente.
“Sinto uma responsabilidade grande, estamos falando de uma cafeteria e normalmente nesse ambiente não temos trabalho com coquetéis, especialmente com uso da cachaça, que ainda é um produto marginalizado, muita gente tem preconceito”, completa Bebeto, destacando sua luta pela valorização dessa bebida brasileiríssima.
Novos ares
"Pena de Galo", releitura do tradicional Rabo de galo
A implementação de uma carta de drinques no Café Nice faz parte da revitalização do espaço após campanha para evitar o fechamento da casa que contou com apoio público. O espaço reaberto preserva muito do que o povo belo-horizontino conhece como o Nice. O cardápio de comidas também permaneceu igual ao anterior à revitalização. A grande mudança, de fato, é a carta de drinques.
“Até os anos 1950, o Café Nice vendia bebidas alcoólicas como cerveja e vinho. Eu dei carta branca para o Rafael [Quick] e Gabriel [Azevedo], que estiveram à frente da campanha na parte da revitalização, a ideia de servir bebidas alcoólicas novamente veio deles”, e clica Renato Caldeira, um dos proprietários da tradicional cafeteria.
Rafael Quick, empresário que esteve à frente da campanha, explica que as ações específicas se unem em um objetivo de transformar o Nice em um destino. “A ideia era mover ele de um lugar mais pautado pela conveniência e o tornar em um destino, um lugar que as pessoas saem de casa para ir exclusivamente ou principalmente até lá”.
A carta de drinques está inserida nesse contexto. “O objetivo não é transformar o Nice em um bar, mas trabalhar com coquetéis para que alguém que for visitar, um turista, passar mais tempo lá e relaxar”, conta.
Além dos drinques, Rafael destaca a implementação de dois outros tipos de cafés: um especial (feito com frutos maduros, com dulçor alto, amargor extremamente baixo e acidez alta); e um gourmet (amargor baixo, doçura de equilibrada a alta, e acidez de equilibrada a alta). “Isso é para atender o público mais exigente com café”, diz, ressaltando a preocupação em atender diferentes perfis de consumidores.
Novos públicos
Batida do Nice é leve e refrescante
Tanto Bebeto quanto Renato contam que a aposta nos coquetéis também significa um aceno para um público mais jovem, sem deixar para trás nada de tradicional e histórico do café.
História
Ao longo de 86 anos, o Café Nice recebeu inúmeros belo-horizontinos, turistas e figuras notórias, como ex-presidentes. Foi fundado por Heitor Resende em 1939, e há 55 anos é comandado pelos filhos dele, Renato e Tadeu Caldeira. No início deste ano, a campanha para resgatar fundos para a revitalização do espaço, que quase precisou fechar as portas, foi anunciada. O projeto “Abrace o Nice” uniu clientes, empresas e o público em geral.
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Na última semana, o café foi reaberto e, a partir desta sexta (3/10), o novo cardápio de drinques vai poder ser apreciado por quem passar por lá.
Serviço
Café Nice (@cafenicebh)
Avenida Afonso Pena, 727, Centro
(31) 3222-6924
De segunda a sexta, das 8h às 19h
Sábado, das 8h às 13h