Co-fundador deixa a Ben & Jerry's depois de 47 anos - (crédito: Reprodução)
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Após quase cinco décadas, Jerry Greenfield, cofundador da Ben & Jerry’s, anunciou a saída da icônica famosa de sorvetes. A decisão ocorre devido a um conflito com a controladora Unilever, que, segundo Greenfield, restringiu a liberdade da empresa de se posicionar sobre questões sociais e políticas — um dos pilares da identidade da marca.
Em uma carta publicada pelo cofundador Ben Cohen na plataforma X, Greenfield afirmou que a independência que a Ben & Jerry’s possuía para se manifestar em apoio à paz, à justiça e aos direitos humanos foi perdida. “Essa independência existiu em grande parte devido ao acordo de fusão único que negociamos com a Unilever, que consagrou nossa missão social e valores na estrutura de governança da empresa para sempre. É profundamente decepcionante chegar à conclusão de que essa independência se foi”, escreveu.
Ele destacou que a perda de autonomia acontece em um momento em que direitos civis e liberdades fundamentais estão sob ataque, incluindo os direitos de imigrantes, mulheres e da comunidade LGBTQIA+. “Defender os valores de justiça, equidade e nossa humanidade compartilhada nunca foi tão importante, e mesmo assim a Ben & Jerry’s foi silenciada, marginalizada por medo de irritar os que estão no poder”, disse.
A Unilever, com sede em Londres, está desmembrando seu negócio de sorvetes, incluindo a Ben & Jerry’s, criando uma nova empresa independente chamada The Magnum Ice Cream Company. Em comunicado, a Magnum agradeceu a Greenfield por suas contribuições, mas discordou de sua visão e afirmou que continua comprometida com a missão da marca.
O relacionamento entre a Ben & Jerry’s e a Unilever tem sido conturbado nos últimos anos. Em março, a fabricante de sorvetes alegou que seu CEO foi removido ilegalmente pela Unilever em retaliação a posturas políticas da empresa, o que resultou em processos judiciais. Além disso, decisões da Ben & Jerry’s, como a retirada de operações em assentamentos israelenses na Cisjordânia, foram contestadas pela Unilever.
Em entrevista à CNN, Ben Cohen explicou que Greenfield decidiu sair devido ao intenso conflito, mas que parte dele sentiu alívio por encerrar a disputa. Cohen permanecerá na empresa para lutar internamente pela independência da marca e manterá o conselho consultivo, buscando convencer a controladora a vender a Ben & Jerry’s a investidores comprometidos com sua missão social.
A Yopa também apostou nos famosos palitos premiados, que se encontrados geravam brindes para o consumidor.
Reprodução Rede Social
A marca introduziu no mercado linhas inéditas de picolés, como Lolly Pop, Jatos e Cones. Além de ser muito forte no marketing, com promoções especiais valendo o Atari da época, assim como o rádio de pilha.
Reprodução Facebook Geração Atari - Anos 80
Outro destaque da Yopa era o picolé "Mivvi", de frutas amarelas, que derretia na boca e apresentado como uma novidade para a época. O produto buscava ser refrescante, além de trazer dois sabores tropicais. Um recheio cremoso completava a atmosfera diferenciada do produto.
Reprodução de Youtube
No auge dos anos 80 e 90, a marca fazia tanto sucesso que aparecia com frequência em anúncios, seja nos jornais impressos e revistas ou na televisão. Na foto, um refrigerador da empresa em um dos programas da apresentadora infantil Mara Maravilha.
Reprodução de Youtube Canal Mara Maravilha Oficial
Enquanto as concorrentes apostavam na variedade de sabores e em embalagens chamativas, a Yopa não se limitava apenas na arte da embalagem. Ela modificou os moldes apresentados pela concorrência e em personagens licenciados.
Reprodução de Youtube
A Yopa usou e abusou da sua criatividade, assim como combinou com o clima de verão, sobretudo no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Reprodução Redes Sociais
A Yopa também apostou nos famosos palitos premiados, que se encontrados geravam brindes para o consumidor.
Reprodução Rede Social
A marca introduziu no mercado linhas inéditas de picolés, como Lolly Pop, Jatos e Cones. Além de ser muito forte no marketing, com promoções especiais valendo o Atari da época, assim como o rádio de pilha.
Reprodução Facebook Geração Atari - Anos 80
Embora tenha marcado o fim da Yopa como a conhecíamos, a transição consolidou a posição da Nestlé no concorrido mercado de sorvetes.
- Reprodução do Facebook Nestlé
Aos poucos, pesquisas de mercado começaram a apontar preferência crescente pelos produtos da própria Nestlé. Assim, a marca substituiu gradualmente os produtos Yopa pela sua própria identidade corporativa.
Reprodução de Facebook
Em 1997, a Unilever comprou a Kibon, o que intensificou ainda mais a força da marca líder do mercado no Brasil. A Nestlé, por sua vez, foi obrigada a ser mais estratégica com a sua marca Yopa.
Reprodução Rede Social
A joint-ventures ajudou a alavancar a marca de sorvetes da Nestlé. Foram diversos produtos em formatos diferentes. Entre eles, um em formato de foguete, outro em cone e um terceiro com dois palitos.
Reprodução de vídeo Kwai
A Yopa também passou a produzir sorvetes de pote, algo que fortaleceu ainda mais sua presença no mercado. A marca lançou revistas e livros de receitas que usavam sorvete como ingrediente principal.
Reprodução de Facebook
No auge dos anos 80 e 90, a marca fazia tanto sucesso que aparecia com frequência em anúncios, seja nos jornais impressos e revistas ou na televisão. Na foto, um refrigerador da empresa em um dos programas da apresentadora infantil Mara Maravilha.
Reprodução de Youtube Canal Mara Maravilha Oficial
Enquanto as concorrentes apostavam na variedade de sabores e em embalagens chamativas, a Yopa não se limitava apenas na arte da embalagem. Ela modificou os moldes apresentados pela concorrência e em personagens licenciados.
Reprodução de Youtube
A Yopa usou e abusou da sua criatividade, assim como combinou com o clima de verão, sobretudo no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Reprodução Redes Sociais
O sucesso da Yopa vai além do sabor e da sensação ao consumir o sorvete ou picolé. Na época, os formatos diferentes fizeram a alegria da criançada e segue firme no imaginário social do brasileiro.
Reprodução Redes Sociais
Embora tenha marcado o fim da Yopa como a conhecíamos, a transição consolidou a posição da Nestlé no concorrido mercado de sorvetes.
- Reprodução do Facebook Nestlé
Aos poucos, pesquisas de mercado começaram a apontar preferência crescente pelos produtos da própria Nestlé. Assim, a marca substituiu gradualmente os produtos Yopa pela sua própria identidade corporativa.
Reprodução de Facebook
Em 1997, a Unilever comprou a Kibon, o que intensificou ainda mais a força da marca líder do mercado no Brasil. A Nestlé, por sua vez, foi obrigada a ser mais estratégica com a sua marca Yopa.
Reprodução Rede Social
A joint-ventures ajudou a alavancar a marca de sorvetes da Nestlé. Foram diversos produtos em formatos diferentes. Entre eles, um em formato de foguete, outro em cone e um terceiro com dois palitos.
Reprodução de vídeo Kwai
Nessa mesma década, a Nestlé formou uma parceria com a Gessy Lever para criar uma joint-venture casando as operações das marcas Yopa (da Nestlé) e Gelato (Gessy Lever) no Brasil.
- Reprodução X @difalabella
Em 1990, a marca detinha cerca de 12% do mercado de sorvetes do país. Ficava atrás apenas da Gelato, da Gessy Lever (antiga Unilever), e da Kibon, líder do setor com cerca de 60% do mercado.
Reprodução Rede Social
Até 1982, a produção e distribuição dos produtos foi focada na região Centro Sul do país, completando dez anos em solo verde e amarelo. A partir de então, a Yopa concentrou as vendas e produções na região Sudeste, com operações no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Reprodução Rede Social
O icônico Comics tinha a silhueta do Mickey desenhada em um picolé redondo. Um atrativo para as crianças apaixonadas pelo universo da Disney, sobretudo nos anos 90 em que a programação infantil reinava na TV.
Reprodução Rede Social
Nos primeiros anos de atuação no Brasil, a Nestlé adaptou marcas de chocolate em sorvetes, o que ganhou a popularidade das pessoas. Foram lançados, então, produtos como Galak, Prestígio, Chokito, Lollo, Leite Moça e Brigadeiro, assim como o inusitado picolé de quindim.
Reprodução Rede Social
Nesse período, a empresa lançou picolés famosos, como o Comis, com a imagem do Mickey, e o famoso sorvete Sem Parar.
Reprodução de Youtube
Diante do sucesso no exterior, a marca foi lançada de forma oficial no Brasil em 1972. No entanto, para manter a pronúncia original, o nome foi adaptado de Jopa para Yopa.
Reprodução Youtube Arca da Fuzarca
A negociação levou cerca de oito meses e criou uma nova empresa, chamada Insol, controlada 50% por cada companhia. Uma parceria que durou até 1993, porém resultou no lançamento de produtos de sucesso.
Reprodução Rede Social
Nessa mesma década, a Nestlé formou uma parceria com a Gessy Lever para criar uma joint-venture casando as operações das marcas Yopa (da Nestlé) e Gelato (Gessy Lever) no Brasil.
- Reprodução X @difalabella
Em 1990, a marca detinha cerca de 12% do mercado de sorvetes do país. Ficava atrás apenas da Gelato, da Gessy Lever (antiga Unilever), e da Kibon, líder do setor com cerca de 60% do mercado.
Reprodução Rede Social
Até 1982, a produção e distribuição dos produtos foi focada na região Centro Sul do país, completando dez anos em solo verde e amarelo. A partir de então, a Yopa concentrou as vendas e produções na região Sudeste, com operações no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Reprodução Rede Social
Nos primeiros anos de atuação no Brasil, a Nestlé adaptou marcas de chocolate em sorvetes, o que ganhou a popularidade das pessoas. Foram lançados, então, produtos como Galak, Prestígio, Chokito, Lollo, Leite Moça e Brigadeiro, assim como o inusitado picolé de quindim.
Reprodução Rede Social
Diante do sucesso no exterior, a marca foi lançada de forma oficial no Brasil em 1972. No entanto, para manter a pronúncia original, o nome foi adaptado de Jopa para Yopa.
Reprodução Youtube Arca da Fuzarca
Em 1969, a Nestlé assumiu o controle da empresa, expandindo a marca para diversos países. Entre eles, Espanha, Suíça, França Chile e México.
Reprodução Youtube Arca da Fuzarca
23/9 é Dia Nacional do Sorvete.
E muita gente tem saudade da Yopa. Uma das alegrias das crianças dos anos 1990 era parar em um carrinho de sorvetes da Yopa na praia. Na época, a marca de sorvetes e picolés fazia sucesso com personagens da Disney e formatos únicos.
Reprodução do Facebook
Na Alemanha, em 1933, o alemão Josef Pankofer criou o sorvete Jopa (iniciais do nome e do sobrenome dele). Esse foi um dos primeiros sorvetes e alimentos congelados fabricados industrialmente.
Reprodução de Youtube
Apesar do sucesso nos anos 1990, a Yopa perdeu espaço com a virada do século e foi substituída pela marca Nestlé. No entanto, deixou muitas pessoas órfãs de seus sabores e sensações.
Reprodução X @difalabella
23/9 é Dia Nacional do Sorvete.
E muita gente tem saudade da Yopa. Uma das alegrias das crianças dos anos 1990 era parar em um carrinho de sorvetes da Yopa na praia. Na época, a marca de sorvetes e picolés fazia sucesso com personagens da Disney e formatos únicos.
Reprodução do Facebook
“A missão tripla da Ben & Jerry’s — social, de produto e financeira — continua sendo prioridade”, destacou. Cohen ressaltou que a postura política explícita da marca contribui para seus resultados, mostrando que valores sociais e lucro podem caminhar lado a lado.
Apesar da saída de Greenfield, Cohen garantiu que o espírito do cofundador continuará presente na empresa, destacando a amizade que os une desde a juventude.
Linha do tempo da Ben & Jerry’s
1978 – Ben Cohen e Jerry Greenfield abrem a primeira sorveteria em Burlington, Vermont, com um investimento de US$ 8.000;
Década de 1980 – Expansão da marca com sabores criativos como Cherry Garcia e Phish Food;
Anos 1990 – A Ben & Jerry’s se torna famosa por seu ativismo social, apoiando direitos humanos, justiça e causas ambientais;
2000 – A Unilever compra a Ben & Jerry’s por US$ 326 milhões, permitindo que a marca mantivesse independência em questões sociais;
2021 – Ben & Jerry’s decide não atender assentamentos israelenses na Cisjordânia, gerando tensão com a Unilever;
2024 – Anúncio da cisão do negócio de sorvetes da Unilever, incluindo a Ben & Jerry’s, que passará a integrar a Magnum Ice Cream Company;
2025 – Jerry Greenfield deixa oficialmente a empresa, citando perda de autonomia para posicionamentos sociais e políticos.