O governador Romeu Zema, na companhia do vice-governador Mateus Simões, recebeu na manhã desta quinta-feira (25/9) embaixadores da União Europeia em busca de oportunidades de cooperação entre seus países e Minas Gerais em áreas estratégicas como economia, turismo, meio ambiente e segurança. O encontro foi no Palácio da Liberdade, no bairro Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde a delegação, composta por 20 representantes das missões internacionais do bloco no Brasil, foi recepcionada.

“É um prazer receber aqui diversos embaixadores da comunidade europeia. Temos aqui cerca de 15 países presentes, o que é muito representativo. [...] Eu tive aqui uma reunião com todos, deixando claro que qualquer investimento será muito bem-vindo a Minas Gerais, que tem o maior interesse em manter relações comerciais com esses países. Temos avançado muito, esperamos que o Mercosul e a Comunidade Europeia cheguem a um consenso, isso será excelente para ambos os lados“, comunicou Zema.

O governador está se referindo ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que, no início do mês, teve o texto final aprovado pela Comissão Europeia e seguiu para análise dos Estados-membros e do Parlamento Europeu. A expectativa é de que a assinatura seja consolidada em dezembro, em Brasília, durante a cúpula do Mercosul. Esse tratado promete eliminar barreiras alfandegárias, diversificar cadeias de suprimentos, atrair investimentos e modernizar setores estratégicos da economia.

Durante o encontro, Zema disse à comitiva europeia que a sustentabilidade tem avançado no estado, tendo destacado o incremento da segurança nas barragens, com as providências que foram tomadas após a tragédia de Brumadinho e os produtos agrícolas, que são produzidos com responsabilidade ambiental, principalmente o café, atestado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que dá o Selo Verde para o produto.

Ele ainda disse aos representantes europeus que Minas Gerais é protagonista na transição energética. “Somos, hoje, disparado, o maior gerador de energia fotovoltaica do Brasil, com cerca de 13 gigawatts, e ainda temos o Vale do Lítio, com diversas empresas já instaladas produzindo. O lítio é um metal fundamental na transição energética, principalmente nas baterias. Temos ainda o nióbio e as terras-raras. Essas últimas começarão a ser extraídas e beneficiadas na região de Poços de Caldas, e queremos estar muito próximos desses países”, resumiu Zema.

Marian Schuegraf, embaixadora da União Europeia no Brasil, falou sobre o interesse do bloco em intensificar as relações com Minas Gerais, com o qual já mantém laços sólidos: “Temos uma base sólida para aumentar a nossa cooperação econômica, sobretudo no contexto do acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Esperamos enviar esse acordo até o fim deste ano, que vai ser um divisor de águas, vai mudar fundamentalmente a nossa relação. Queremos estreitar a cooperação com estados do Brasil e o primeiro parceiro é Minas Gerais”.

Ela afirmou que, na cooperação com Minas Gerais, a expectativa é trabalhar na tecnologia e na inovação. “Vejo a possibilidade de aumentar bastante a nossa cooperação na área da indústria, porque vai aumentar a competitividade, a inovação, o emprego qualificado e vai aumentar os investimentos de ambos lados. [...] Esse acordo dá um sinal internacional de que a cooperação funciona, que o multilateralismo funciona, que é muito melhor cooperar do que se isolar”, resumiu.

Para Simões, ainda é difícil fazer estimativas sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia porque o tema ainda está em discussão. “Nós temos uma expectativa positiva de mercados alternativos serem desenvolvidos para os produtos mineiros, especialmente aqueles que ainda estão enfrentando dificuldades por conta do tarifaço. O governador lembrava agora há pouco que o tarifaço nos trouxe alguma preocupação, especialmente no setor de equipamentos eletroeletrônicos de grande porte. Esses poderiam, por exemplo, ter no mercado europeu uma alternativa ao mercado americano”, analisou o vice-governador.

Para ele, esse acordo também pode trazer uma diversificação de mercados, já que, hoje, a entrada dos produtos brasileiros no mercado europeu encontra restrições. “Outra forma disso acontecer é negociar investimentos diretos. Eu não preciso trazer o produto pronto, eu posso trazer a empresa. E isso a gente consegue fazer diretamente do estado com o país”, disse Simões.

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De acordo com o governo estadual, em 2024 as relações econômicas entre Minas Gerais e a União Europeia geraram um fluxo comercial superior a US$ 9,3 bilhões entre exportações e importações, com um superávit na nossa balança comercial de aproximadamente US$ 3,1 bilhões. Os nossos principais parceiros europeus são os Países Baixos, Alemanha, Itália, Bélgica e França. No último ano, Minas comercializou com todos os países do bloco econômico.

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