CNU 2025: maior concurso público do Brasil acontece neste domingo (5/10)
Provas serão aplicadas em 228 cidades pelo país em 1.294 locais. Quem for aprovado nesta primeira fase fará a segunda etapa do concurso unificado em dezembro
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Mais de 760 mil inscritos são esperados, hoje, na primeira fase do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) de 2025, o maior concurso público do país . As provas serão aplicadas em 228 cidades pelo país, em 1.294 locais. A edição deste ano oferece 3.652 vagas em 32 órgãos da administração pública federal.
A orientação é de que os candidatos cheguem com antecedência e levem caneta esferográfica de tinta preta ou azul (com tubo transparente) e documento oficial com foto. A ministra da Gestão e Inovação em Concursos Públicos, Esther Dweck, apresentará o balanço dessa etapa inicial do certame logo após as provas, às 19h30.
Embora não seja obrigatório, o cartão de confirmação impresso é recomendado para facilitar a localização do local de aplicação do exame. O início da prova está marcado para as 13h. Os portões abrem às 11h30 e fecham às 12h30 (horário de Brasília). O certame é organizado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
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O perito judicial Rone Cupti Amaral, 49 anos, fará o CNU pela primeira vez, enquanto aguarda ser chamado no concurso do Tribunal de Contas da União (TCU), que fez no ano passado. Para o concurseiro, o CNU é uma grande oportunidade para alcançar a estabilidade financeira e profissional.
Ele diz que está confiante e que acredita fazer uma boa prova. "Eu já vinha me preparando há um bom tempo, e a minha experiência em concursos anteriores me ajudou bastante. Agora, nesta reta final, eu foquei em revisar o conteúdo e também no descanso."
Ao longo dos meses de preparação, muitos concurseiros optaram por diversas estratégias, incluindo uso da Inteligência Artificial, como foi o caso da concurseira Lorena Gonçalves, 39 anos, que utilizou a ferramenta para poupar tempo e para memorizar conteúdos mais sistematicamente organizados.
Um dos fatores que a motivou a participar do CNU neste ano foi a ação afirmativa que assegura que mulheres terão no mínimo 50% das vagas na segunda fase da seleção. A equiparação será aplicada em cada cota, cargo e especialidade.
A medida busca equilibrar a presença feminina em carreiras historicamente dominadas por homens. Na primeira edição do CNU, por exemplo, 63% dos aprovados foram homens, mesmo com as mulheres representando 56% das inscrições confirmadas.
Diferentemente da primeira edição, o CNU 2 será aplicado em dois momentos. Hoje, os candidatos farão a prova objetiva, com 90 questões para cargos de nível superior e 68 para nível intermediário. A estrutura do exame será dividida em duas partes: uma com temas de conhecimentos gerais — como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades — e outra com conteúdos específicos de cada bloco temático escolhido pelo candidato.
Estratégia
Os candidatos de nível superior terão cinco horas para responder todas as questões. Já as provas para cargos de nível intermediário têm duração de três horas e meia. Segundo o professor do Direção Concurso Erick Alves, a gestão do tempo é um fator decisivo nas provas da Fundação Getulio Vargas, banca organizadora do certame.
Ele ressalta que a banca tem como característica textos muito grandes e a dica dada pelo especialista é que o candidato vá direto para o comando da questão e já leia as alternativas. "Às vezes, só com isso você já consegue resolver sem precisar ler o texto. Agora, é óbvio, o candidato precisa ter treinado essa estratégia ao longo dos estudos", explica o especialista.
A professora do Gran Concursos Letícia Bastos destaca que um dos erros mais recorrente dos concurseiros é deixar de lado a resolução de provas anteriores. "São fundamentais para treinar ritmo, interpretar enunciados complexos e lidar com pegadinhas", afirma.
Como dicas para gerir bem o tempo durante a prova ela sugere começar pelas questões em que se sente mais confiante, pois isso ajuda a ganhar ritmo e tranquilidade; dividir o tempo proporcionalmente; não perder muito tempo em uma única questão; e priorizar as questões mais fáceis primeiro, voltando às mais difíceis depois.
Cotas ampliadas
A segunda edição do certame nacional chega com mudanças significativas, a fim de torná-lo mais inclusivo. Em cumprimento à nova legislação federal — Lei nº 15.142/2025 e Decreto nº 12.536/2025 — o concurso destina um percentual fixo de vagas para diferentes grupos sociais: 25% para pessoas negras, 5% para pessoas com deficiência, 3% para indígenas e 2% para quilombolas.
Além de concorrer pelas cotas, os candidatos disputam as vagas de ampla concorrência, o que aumenta as chances de aprovação.
As cotas serão aplicadas aos cargos de níveis superior e intermediário sempre que houver número de vagas suficiente para garantir os percentuais previstos. Em situações com número inferior ao exigido, o Ministério da Gestão realizou sorteios para definir a reserva proporcional, conforme determina a norma.
A diversidade já é perceptível no volume de inscrições: pessoas autodeclaradas negras representam 27,7% do total (210.882 candidatos); pessoas com deficiência somaram 3,9% (30.053); indígenas, ;0,87% (6.657), e quilombolas, 0,66% (5.004).
Segurança
Novas diretrizes de segurança foram anunciadas conjuntamente pelos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e da Justiça e Segurança Pública (MJSP), com o objetivo de assegurar a lisura e a confiabilidade do processo seletivo.
O anúncio ocorreu após uma operação realizada na última quinta-feira pela Polícia Federal que indicou uma fraude pontual na primeira edição do CNU, em 2024.
Entre as medidas, estão detectores de metais em todas as salas e banheiros, além do uso de detectores de ponto eletrônico.
Também foram adotadas a identificação personalizada de provas — cada caderno trará códigos de barras únicos em todas as páginas — e a divulgação do tipo de prova apenas após a liberação oficial dos gabaritos.