arte e moda

Bordado inspira mulheres na estação primavera em Lagoa Santa

Neste sábado, casa na orla da cidade recebe projeto social 'Linhas da Vida' e desfile de moda com trabalhos das designers Thelma Palha e Lúcia Bosco

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Com delicadeza, mãos seguras e calejadas pelo tempo, perfuram a agulha no tecido em repetidos movimentos. O olhar atento no vaivém da arte manual é quase uma terapia. Enquanto os pensamentos viajam por memórias e lembranças do passado, as linhas coloridas traçam elos com a trama e surge daí o extraordinário. Em bordados delicados, nascem flores, paisagens, canteiros, buquês, pássaros e retratos que trazem a alma de quem, contemplativamente, os executou.  

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Se o Brasil pudesse ser definido por um único traço, seria, sem dúvida, um ponto de bordado. Assim como linhas, agulhas e tecidos se entrelaçam para formar figuras e palavras, a cultura e a identidade brasileira se constroem na fusão de influências e histórias. Em cada canto do país, essa diversidade, tanto cultural quanto natural, é visível. O bordado, além de ser uma forma de expressão artística e fonte de renda, atua também como uma prece, uma conexão com as raízes e, como uma prática terapêutica, sendo um grande aliado na cura dos tormentos da alma. Essa técnica rompe barreiras e abre novos horizontes e aproxima do sagrado.

Quadro Ninho é outro trabalho que estará a venda na exposição
Quadro Ninho é outro trabalho que estará a venda na exposição Linhas da Vida

Neste sábado (18/10), em plena estação primavera, a Casa da Orla – espaço multicultural de Lagoa Santa – abrirá as portas para a vernissage do projeto “Linhas da Vida”, onde 11 mulheres independentes e "arteiras", movidas pela crença no potencial criativo de homens e mulheres da periferia da cidade do Vetor Norte, uniram-se para criar algo único, belo e instigante – obras de arte em bordados, expostos em quadros.

 
 
 
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Idealizadora do projeto, a psicóloga Sidônia Siqueira conta do desejo de poder ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social: “a intenção do grupo é encorajá-las a se soltarem, se descobrirem e transformarem sua arte em um estímulo para a vida, gerando retorno emocional e financeiro. Não foi por acaso, o nome “Linhas da Vida”, com promove a esperança de que ele inspire essas mulheres e, também homens, a traçarem um novo horizonte para si mesmos”, comenta.

As criadoras do projeto Linhas da Vida criam arte através do bordado
As criadoras do projeto Linhas da Vida criam arte através do bordado Linhas da Vida/Divulgação

Na exposição prevista para começar às 10h, três trabalhos estarão em exposição na charmosa casa na Avenida Getúlio Vargas, 1732, na orla de Lagoa Santa. Por se tratar de um projeto social e sem fins lucrativos, o valor arrecadado com a venda dos quadros será doado a uma instituição escolhida pelo comprador, que poderá utilizar o comprovante de doação para dedução no Imposto de Renda, conforme a legislação vigente.

As arteiras do projeto "Linhas da Vida": Sidônia Siqueira ( idealizadora), Rejane Salomé (artista plástica e orientadora dos trabalhos) Cátia Maia, Adiles Meyer, Rosário Oliveira, Sávia Jardim, Rosângela Verdolin, Josiane Pellas, Simone Estanislau, Márcia Mourão e Wanessa Leite.

Entre os destaques, o quadro PEREGRINO:

"O pano de fundo, em azul profundo, acolhe o caminho entre o visível e o invisível. De um lado, o arco dos fenômenos: flores de crochê azuis e brancas, alinhadas em repetição delicada, evocam o mundo das formas e dos ciclos. Do outro, o silêncio do eterno: o vazio, pleno e sereno, onde um homem, bordado em linha branca, atravessa purificado para o nada luminoso.Este quadro foi bordado por várias mulheres — mãos unidas por um mesmo gesto. Cada ponto, um respiro; cada fio, uma prece.O bordado tornou-se uma travessia compartilhada: o visível rendendo-se ao invisível".

Rebordando em desfile

Thelma Palha lança neste sábado a coleção de bolsas "Rebordando"
Thelma Palha lança neste sábado a coleção de bolsas "Rebordando" Carlos Altman/EM

Lagoa Santa está prestes a ser palco de um desfile performático vibrante com as criações de três criativas designers: Thelma Palha, Lúcia Bosco e Heliana Lages, que unem suas visões para transcender os limites da arte e da moda. A artista têxtil Thelma se dedica ao universo do jeans reciclado. Inspirada por sua avó, Emília Palha, antiga mestra da alta costura e bordadeira singular, Thelma não apenas costura tecidos, mas tece narrativas de transformação. Neste sábado, 18/10, a artista vai lançar a coleção ‘Rebordando’, com a mais recente coleção de bolsas femininas, com formas audaciosas e texturas que reimaginam o cotidiano, é um manifesto em movimento: arte que resgata, emociona e encontra poesia no que foi deixado para trás.

Lúcia Bosco, a mente criativa da grife Cocoon com sua peças leves e florais
Lúcia Bosco, a mente criativa da grife Cocoon com sua peças leves e florais Carlos Altman/EM

Lúcia Bosco, a estilista visionária que cria uma moda autoral que é pura poesia em movimento. À frente da Cocoon, ela desenha camisas, batas e kaftans florais que capturam a leveza e a vivacidade da natureza. Suas peças, com estampas que evocam jardins em flor e silhuetas que fluem como a brisa da lagoa de Lagoa Santa, são mais do que vestimentas: são expressões de liberdade e conexão com a terra. Inspirada pelas cores e texturas da cultura mineira, Lúcia transforma tecidos em histórias, criando roupas que celebram a feminilidade com elegância fluida e um toque de ousadia contemporânea. Cada criação é um convite para habitar a moda como uma extensão da alma.

Heliana Lages cria brincos e colares em formato de orquídeas moldadas em crochê de metal
Heliana Lages cria brincos e colares em formato de orquídeas moldadas em crochê de metal Carlos Altman/EM

A Heliana Lages, empresa mineira fundada em 1998, transforma crochê em fio de metal em acessórios exclusivos, como brincos, colares e pulseiras, destacando-se no cenário nacional e internacional pela delicadeza e pioneirismo. Com foco em sustentabilidade, utiliza materiais recicláveis, promove economia circular com reaproveitamento de resíduos e prioriza a inclusão social, contratando pessoas com limitações físicas e mulheres chefes de família de periferias, oferecendo trabalho flexível. O processo artesanal, feito ponto a ponto, reflete a filosofia de tecer histórias e conexões, criando joias que unem beleza, propósito e impacto social.

Linhas da Vida e Rebordando

Casa da Orla - Avenida Getúlio Vargas, 1732, Bairro Joana D’Arc, Lagoa Santa

Horário - 10h às 19h

Desfile - 17h 

Instagram: @casadaorlamg


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