MORTES EM SÃO JOÃO DEL-REI

São João del-Rei: testes rápidos para detecção de bactéria chegam às UPAs

Cidade na Região do Campo das Vertentes esteve nos holofotes da saúde pública depois de crianças adoecerem com os mesmos sintomas clínicos

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Os 3.100 testes rápidos para detecção de Streptococcus adquiridos pela Prefeitura de São João del-Rei, na Região do Campo das Vertentes, já estão disponíveis nas unidades de saúde da cidade. Os exames foram comprados depois que crianças apresentaram sintomas de amigdalite, febre e problemas de pele. De acordo com a administração municipal, neste domingo (5/11), mais uma criança deu entrada na Santa Casa com febre e vômito. Apesar de todo o temor em torno dos sintomas clínicos, até então, não há confirmação de que os pacientes tenham se contaminado pela bactéria.

Em boletim divulgado no fim da tarde desta segunda-feira (6/11), a Prefeitura de São João del-Rei informou que a inclusão do novo paciente aos informes acontece em decorrência “à solicitação criteriosa de exame para detecção de alguma bactéria”. A criança, que não teve idade informada, passa bem e aguarda os resultados. Em relação ao outro paciente, que já estava internado na instituição, a Santa Casa informou que seu quadro clínico está estável e “segue evoluindo bem”.

No dia 26 de outubro, a Secretaria Municipal de Saúde adquiriu 3.100 testes rápidos para a detecção da bactéria do gênero Streptococcus. Ao longo do feriado prolongado, os exames foram distribuídos nas Unidades Básicas de Saúde com Estratégia Saúde da Família e Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Conforme a pasta, um tutorial de como os testes devem ser feitos foi encaminhado aos profissionais de saúde, bem como uma ficha de controle dos atendimentos, testes realizados e seus exames.

“Ressaltamos que o teste rápido só será realizado com critério médico baseado na análise dos sintomas, de acordo com o protocolo elaborado para os profissionais de saúde e disponibilizado ainda hoje”, informou a secretaria.

Onda de medo

Desde outubro, São João del-Rei está sob os holofotes da saúde pública em decorrência da grande quantidade de crianças apresentando os mesmos sintomas clínicos. A possibilidade da possível infecção, que teria causado a contaminação de outras crianças, se espalhar motivou o fechamento de escolas municipais em, pelo menos, cinco cidades: São João del-Rei, Conceição da Barra de Minas, Santa Cruz de Minas, Ritápolis e Tiradentes. Além de Felício dos Santos, no Vale do Jequitinhonha, que registrou 27 casos de escarlatina, diagnosticados clinicamente, sem realização de exames laboratoriais.

Além disso, a morte de três crianças, até então por causas desconhecidas, intensificou o medo na população. Na última terça-feira (31/10), a Secretaria de Estado de Saúde descartou que o óbito da última vítima, no dia 23 de outubro, foi em decorrência de contaminação pela Streptococcus do grupo A, como havia suspeita. Na ocasião, a pasta afirmou que amostras enviadas à Fundação Ezequiel Dias apontaram que não houve crescimento bacteriano do microorganismo.

A criança na qual os exames de amostragem já tiveram resultados deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), depois de passar pelo atendimento da Santa Casa da cidade. A causa da morte, então divulgada, teria sido disfunção de múltiplos órgãos em razão de choque séptico, ou seja, infecção generalizada. Apesar dos resultados, a SES-MG não informou o que causou o óbito.

Ainda sem um alvo

Com a entrega do primeiro resultado o Governo de Minas informou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do estado (Cievs-Minas) ainda aguarda os demais exames laboratoriais para conclusão das investigações epidemiológicas. No entanto, o executivo afirmou que o “laboratório de referência estadual não recebeu amostras das outras duas crianças que vieram a óbito”. A reportagem questionou a Prefeitura de São João del-Rei para onde as amostras foram enviadas, mas até o fechamento da edição não havia obtido nenhuma resposta.

Ainda segundo o Estado, até o momento as investigações sugerem que os pacientes que evoluíram ao óbito tiveram uma infecção disseminada, também conhecida como sepsemia. O quadro pode ser causado por diferentes agentes infecciosos. “Como os resultados disponíveis ainda não foi possível definir o micro-organismo responsável por cada um dos óbitos, nem afirmar que todos os óbitos tenham sido causados pelo mesmo agente infeccioso.”

Com isso, a Prefeitura de São João del-Rei afirmou que tem concentrado os trabalhos na capacitação de profissionais em relação ao protocolo que orienta aos sinais, sintomas de alarme e consequente informação à população, “para que não haja mais fatalidades”.

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