
Prefeitura de Betim descarta relação entre casos de intoxicação
Hipótese era de que as vítimas teriam ingerido bebida adulterada; duas pessoas morreram por intoxicação em Betim, na Grande BH
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Siga noA Prefeitura de Betim descartou qualquer relação entre os casos de intoxicação exógena registrados na cidade na última semana. O comunicado foi emitido nesta quinta-feira (21/12).
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De acordo com o Executivo, após análise dos casos, não foi constatado evento ou bebida alcoólica comuns entre eles. Dez casos estão sendo monitorados pelas equipes da Vigilância Epidemiológica do Estado de Minas Gerais e da Secretaria Municipal de Saúde. Duas pessoas morreram na última quarta-feira (13/12).
A suspeita era de que os pacientes tivessem ingerido bebida alcoólica adulterada, depois que três vítimas relataram ter bebido um tipo de uísque artesanal.
No entanto, segundo a prefeitura, não foram constatados vínculo epidemiológico e nem relação entre alguma bebida específica ou adulterada. "Nos casos em que o consumo ocorreu em ambientes coletivos, não houve relato de outras pessoas com sintomas semelhantes”, disse por meio de nota.
A prefeitura ressaltou ainda que as amostras biológicas dos pacientes foram enviadas ao Instituto Médico Legal (IML), e as amostras de bebidas entregues à Fundação Ezequiel Dias (Funed) para perícias, que ainda não foram concluídas pelos órgãos estaduais. “O município mantém apoio e monitoramento”, destacou.
Intoxicação em Betim
O caso ganhou repercussão nesse sábado (16/12), depois que Betim divulgou a morte de duas pessoas por hepatite alcoólica e outras três foram internadas com os mesmos sintomas. Nessa segunda-feira (18/12), mais cinco casos entraram no radar da investigação.
Apesar de a hipótese de intoxicação por bebida adulterada não ter sido confirmada, a Secretaria Municipal de Saúde recomenda à população o consumo apenas de bebidas com procedência legal e registradas nos órgãos competentes. “Recomenda, ainda, o consumo moderado de bebidas alcoólicas”, destaca a nota.
Os casos acenderam o alerta para possíveis riscos de bebidas alcoólicas falsificadas ou sem registro durante as confraternizações e festas de fim de ano. O álcool ilegal não se refere apenas a bebidas contrabandeadas e réplicas de marcas famosas, é preciso ter atenção também aquelas fabricadas informalmente, sem registro, que muitas vezes são comercializadas como artesanais.
Em todos esses casos, além de não ter controle na produção, é comum encontrar substâncias tóxicas como, por exemplo, o metanol. Essas substâncias tóxicas são responsáveis por dores de cabeça e crises renais em curto prazo e, se ingeridas em grandes quantidades, podem causar cegueira e, em casos extremos, até a morte.
O perigo varia de acordo com o grau de falsificação e toxicidade do líquido. “Os sintomas mais comuns são os neurológicos, como confusão mental, movimentos anormais, convulsão e até o coma”, destaca o médico Último Libânio da Costa, especialista em clínica cooperado da Unimed-BH.
Suspeito de vender bebidas adulteradas é preso
Nessa segunda-feira (18/12), um comerciante e ex-policial militar, de 58 anos, foi preso suspeito de vender bebidas adulteradas e falsificadas em uma distribuidora no Bairro Citrolândia, em Betim, na Grande BH. Ele foi solto nessa quarta-feira após audiência de custódia.
Com ele, foram encontradas mais de 35 bebidas com suspeita de adulteração e falsificação. Além de ser solto, a Justiça determinou a suspensão de venda de bebidas no estabelecimento comercial do suspeito.
A investigação do caso segue com o Departamento de Fraudes da Polícia Civil, em Belo Horizonte.