Um policial penal foi preso nessa terça-feira (17/6) por balear uma menina de 10 anos na cabeça, em Ponto Firme, na Zona da Mata mineira. A criança, que estava internada em estado grave no Hospital Arnaldo Gavazza, na cidade do acidente, foi transferida na tarde desta quarta (18/6) para a Santa Casa de Juiz de Fora. 


O homem que atirou contra o carro onde estavam Marcelo de Oliveira e Souza e Lavínia Freitas de Oliveira e Souza, pai e filha, recebeu voz de prisão e, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), está detido na Casa de Custódia do Policial Penal e do Agente Socioeducativo, em Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, desde terça-feira.


De acordo com a Polícia Civil (PCMG), Márcio da Silveira Coelho responde por tentativa de homicídio, e foi realizado pelos policiais um auto de prisão em flagrante delito e o procedimento foi encaminhado para à Justiça.

A Sejusp também informou que foi instaurado um procedimento de apuração pela Corregedoria da secretaria que, ao final, poderá acarretar punições no âmbito administrativo, ou seja, o procedimento decidirá se ele será afastado de suas funções ou não. Enquanto o caso é apurado, ele segue preso.


Quanto à vítima, os bombeiros informaram que realizam transporte aéreo inter-hospitalar da menina na manhã desta quarta-feira.


Ainda de acordo com os militares, a criança teve o crânio perfurado pela bala e a transferência da paciente se deve à continuidade de cuidados médicos especializados. 


De acordo com a Santa Casa de Juiz de Fora, o avião do Corpo de Bombeiros pousou na cidade por volta das 16h30. 


Relembre o que aconteceu 


Segundo o boletim de ocorrência, no domingo (15/6), o pai de 46 anos e a filha de 10, estavam de carro, a caminho de Ponte Nova, para visitar os avós. Na estrada que liga Diogo de Vasconcelos e Porto Firme, o motorista percebeu que um carro os seguia em alta velocidade. 


Ainda de acordo com o registro policial, o  veículo os ultrapassou e parou mais à frente, cruzando o carro na estrada. O suspeito desceu do veículo vermelho e, pensando ser um assalto, o pai da criança acelerou pela direita da pista. 


Foi nesse momento que o suspeito começou a atirar contra o carro. Momentos depois, quando o pai conseguiu parar o veículo, percebeu que a filha, que estava no banco do passageiro, tinha sido atingida na cabeça. 


O advogado de Márcio da Silveira, Rafael Abeilar, disse que "o servidor público retornava de viagem com sua esposa, sua filha, de apenas 1 ano e um mês, e sua enteada, de 10 anos, quando passou a ser seguido de forma suspeita por um veículo com vidros totalmente escurecidos".

 

A defesa afirma que o policial sentiu-se ameaçado e, sem saber quem estava dentro do carro, por conta do insulfilme, o policial penal realizou disparos para o alto, com o único intuito de afastar o veículo e proteger sua família.

 

A defesa destaca ainda que "não houve qualquer intenção de atingir terceiros, muito menos uma criança, cuja presença sequer era possível identificar diante das condições do outro veículo".

 

O advogado entende que a liberdade de Márcio é de direito dele, por ser primário, possuir bons antecedentes e residência fixa e exercer atividade laboral lícita. "Diante da inexistência de elementos concretos que evidenciem que a liberdade do policial ofereça risco à ordem pública, a defesa irá impetrar Habeas Corpus perante o Tribunal, visando à revogação da prisão preventiva", conclui Rafael.

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*Estagiária sob a supervisão dos subeditores Humberto Santos e Thiago Prata

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