DOENÇA MISTERIOSA

Cidade mineira promove vacinação em massa contra H1N1 após mortes

Prefeitura de São Francisco decreta situação de emergência em saúde pública no município depois de ocorrência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

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A Prefeitura de São Francisco (52,7 mil habitantes), no Norte de Minas, decretou estado de emergência em saúde pública no município devido à notificação de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com evolução rápida na cidade. Também foi iniciada uma campanha de vacinação contra o vírus da gripe (Influenza H1N1), com foco em pessoas de grupos de risco.

As providências são adotadas porque três pessoas que participaram de uma festa na zona rural do município, entre os dia 27 e 28 de junho, apresentaram sintomas graves, e duas delas evoluíram para óbito em curto espaço de tempo. No decreto de emergência, é considerado motivo da medida o fato de os casos terem causa desconhecida.

Na investigação epidemiológica dos casos e na adoção das medidas preventivas, a Prefeitura de São Francisco buscou o apoio da Secretaria de Estado de Saúde e do Ministério da Saúde. O prefeito da cidade, Paulo Miguel de Souza (PSD), participou de uma reunião com equipe da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde e Ambiente, em Brasília, para tratar do assunto.

Além dos dois moradores que morreram com sintomas respiratórios, um terceiro paciente foi internado no hospital municipal da cidade e recebeu alta. Outras pessoas relataram sintomas inespecíficos. Toda elas têm vinculo familiar ou tiveram contato entre si em um evento social.

Ainda no início deste mês, a Secretaria Municipal de Saúde de São Francisco, por meio de suas redes sociais, divulgou um comunicado orientando aos moradores com sintomas respiratórios (febre, tosse e dor de garganta) para evitar a presença em eventos com aglomeração de pessoas, “com o objetivo de prevenir a Síndrome Respiratória Aguda Grave”.

Também recomendou à população a priorizar a frequência de locais abertos e ventilados. E anunciou que começou a investigação epidemiológica dos casos, juntamente com a Secretaria Estadual de Saúde.

No último fim da semana, em publicação em rede social da prefeitura, ao lado do prefeito Paulo Miguel e de equipe da Secretaria Municipal de Saúde, o médico Ítalo Carvalho, diretor clínico do Hospital Municipal Doutor Bricio Dourado de Castro, de São Francisco, informou que o resultado da “primeira fase” do estudo sobre os casos respiratórios indicou que uma das pessoas mortas no final de junho na cidade foi contaminada pelo vírus da Influenza H1N1.

Ele também disse que, “provavelmente”, o mesmo vírus infectou o segundo paciente que faleceu depois de participar de evento festivo na zona rural do município.

O médico destacou ainda que foi verificado que as vítimas dos sintomas respiratórios não foram vacinadas contra a Influenza H1N1. “A vacina é importantíssima para evitar o agravamento dos quadros (gripais). Então, venho pedir a todos, principalmente, pessoas do grupo de risco, diabéticos, hipertensos, pessoas imunocomprometidas e com problemas renais, para que procurem os postos de saúde e se vacinem o mais rápido possível”, conclamou o médico.

O apelo para o reforço da imunização também foi feito pela secretária de Saúde de São Francisco, Andressa Vieira Rodrigues. Ela disse que a gestão municipal montou um plano de ação para vacinação em massa da população, visando atender, sobretudo, os integrantes dos grupos de risco, crianças, gestantes e idosos. E destacou que as equipes de imunização estão atuando nas praças, escolas, asilo e outros locais da cidade.

Já a coordenadora de Vigilância em Saúde do Município, lembrou que, nesse período do frio, aumenta os riscos de aumento dos casos de síndromes respiratórias. Ele alertou que, além da vacinação, devem ser adotadas medidas preventivas em relação aos idosos e pediu aos moradores com sintomas gripais para tomar cuidados como o uso de máscara e a higienização das mãos, a fim de a proliferação da Influenza ser evitada.

Casos de causa desconhecida

No decreto de emergência em saúde, assinado pelo prefeito Paulo Miguel, é destacado que a medida foi adotada, considerando, primeiramente, “a ocorrência de casos graves e óbitos com sintomas respiratórios e manifestações hemorrágicas, de etiologia desconhecida, em pacientes atendidos inicialmente no Hospital Municipal Dr. Brício Dourado de Castro”. Também leva em consideração “a ocorrência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e, inicialmente, com a suspeita de hantaviros, dentre outros agentes patógenos; o baixo índice de cobertura vacinal da população municipal, diante das perspectivas de imunização estabelecidas pelo Ministério da Saúde”.

O município ainda enfatiza como justificativa para a decretação da situação de emergência em saúde pública “a limitação da disponibilidade de leitos” no Hospital da cidade “para atender a possibilidade de aumento de demanda imprevista; a possibilidade de aumento da pressão sobre os serviços de urgência, inclusive pediátricos, indicando a necessidade imediata de reorganização da rede de atenção e intensificação das ações de vigilância e prevenção; a necessidade de adoção de medidas urgentes voltadas à prevenção e controle da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), devido ao potencial risco de extrapolação da capacidade de resposta do sistema de saúde deste Município de São Francisco”.

“Para atendimento das necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes do aumento da incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, as autoridades administrativas da Administração Municipal poderão requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização, nos termos da legislação vigente”, estabelece o decreto municipal.

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Além disso, foi criado o Comitê Municipal Gestor de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave para o monitoramento e gestão da situação de emergência em saúde pública na cidade.

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