Volta das férias

BR-040: conheça o trecho mais fatal e o de mais desastres no fim de julho

Acidentes entre a divisa com o Rio e BH deixaram 3 mortos no fim das férias, entre 2022 e 2023, mas percurso de Goiás à capital mineira teve mais desastres

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No período final das férias de julho dos três últimos anos, a BR-040, entre Belo Horizonte e Simão Pereira, caminho de quem retorna da Zona da Mata ou do Rio de Janeiro, registrou 32 desastres, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com três mortos e 40 feridos. Os municípios com mais acidentes foram Nova Lima (Grande BH), com nove, Juiz de Fora (Zona da Mata), com seis, Congonhas (Região Central), com cinco, e Barbacena (na mesma região), com quatro.


Nesse segmento da BR-040, a chegada à Região Metropolitana de BH por Itabirito e Nova Lima (do Km 546 ao Km 577) tem tráfego intenso e muitos acidentes. No período final de julho entre 2022 e 2024, o Km 564 (Nova Lima) registrou uma colisão transversal por conversão proibida, que resultou em quatro feridos. A ocorrência de um engavetamento com cinco veículos (Km 550) e múltiplos acidentes por desatenção e manobras irregulares confirmam o perfil de uma zona de conflito, em que a rodovia federal corta áreas urbanas, comerciais e industriais.


Na região de Congonhas e Conselheiro Lafaiete, do Km 600 ao Km 625, há registros de um óbito (no Km 613) e dois outros acidentes com múltiplos feridos (três vítimas no Km 613 e dois feridos no Km 625). O Km 613, em Congonhas, é um ponto de acidentes graves frequentes ao longo de todo ano. No período observado, aconteceram um tombamento fatal à noite por velocidade incompatível e uma colisão transversal com três feridos durante o dia, devido a um retorno proibido.


Na região de Juiz de Fora, entre o Km 768 e o Km 801, está a segunda maior concentração de acidentes (seis ocorrências). Mesmo predominando pistas duplicadas nesse segmento, há trechos sinuosos e declives fortes. No Km 793, um tombamento de carreta resultou na morte do motorista. Em outros acidentes, foram destacadas “curva acentuada” e “queda de ocupante de motocicleta”, reforçando a necessidade de atenção contínua dos motoristas no percurso.


Trecho crítico na Grande BH


Na ligação com Goiás e Brasília, a BR-040 de Contagem (Grande BH) a Paracatu (Noroeste de Minas) registrou 43 acidentes, uma morte e 57 feridos. Os municípios com mais desastres foram Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital, com 11 registros, seguido de três com cinco ocorrências cada: Contagem, Esmeraldas, na mesma região, e Paracatu.


Praticamente a metade dos acidentes (21 dos 43) ocorreu em um segmento de 45 quilômetros passando por Contagem, Ribeirão das Neves e Esmeraldas (do Km 486 ao Km 530). Foram ocorrências em que predominou o perfil urbano, em segmento de com pista dupla, mas de tráfego intenso, em que há múltiplos acessos a zonas residenciais e comerciais, retornos e forte interação com o trânsito local. Uma zona de conflito constante entre o tráfego rodoviário e o urbano.


Nesse trecho, a pista dupla, embora mais segura que a simples, não consegue mitigar os riscos gerados pelo alto volume e pelas constantes manobras de mudança de faixa, entrada e saída da rodovia, muitas vezes feitas de forma imprudente.


Ainda na BR-040 na ligação com Brasília, o vasto segmento rural passando por Curvelo (na Região Central), João Pinheiro, Lagoa Grande e Paracatu (todas na Região Noroeste do estado) tem longos trechos de pista simples, retas que incentivam altas velocidades e curvas que surpreendem os condutores. Foi no Km 146 (em João Pinheiro) o único acidente fatal registrado no fim do mês de julho entre 2022 e 2024: uma colisão frontal em pista simples que resultou em um morto e três feridos.


Em condições semelhantes, o Km 413, em Curvelo, foi onde ocorreu o acidente com o maior número de feridos. Foram cinco vítimas em uma colisão lateral durante ultrapassagem indevida em um trecho de pista simples com interseção de vias. Uma ocorrência que combina falha humana grave com um projeto de via potencialmente perigoso (cruzamento em nível).


Viagem de volta é mais tranquila pela BR-262


Dos seis roteiros de estradas federais avaliados no retorno das férias de julho, a BR-262 foi a que menos acidentes registrou nos últimos três anos, segundo a PRF. Entre João Monlevade, na Região Central de Minas, e Martins Soares, na divisa com o Espírito Santo, houve um total de nove acidentes, uma morte e 12 feridos. Manhuaçu, na Zona da Mata, concentrou o maior número de ocorrências, com seis, enquanto Abre Campo, na mesma região, teve duas. Todos os desastres foram em trechos de pistas simples, sendo que a noite foi o período em que se deram dois terços dos casos.


No outro segmento da BR-262, entre Betim (Grande BH) e Campo Florido (Triângulo Mineiro), foram 29 acidentes, um morto e 13 feridos no retorno das férias de julho nos últimos três anos. Os municípios com mais desastres, somando cinco ocorrências cada, foram Betim, Nova Serrana (Região Centro-Oeste) e Uberaba (Triângulo). Luz (Região Central) vem em seguida, com quatro, e Bom Despacho (na mesma região) registrou um.


A ausência de reação do condutor e suas variações, como a reação tardia, foram as causas mais frequentes de ocorrências no período nesse segmento, com sete casos, seguidas de excesso de velocidade (quatro ocorrências) e ultrapassagens indevidas (três). Isso aponta para a falha humana como o fator preponderante na grande maioria dos casos.


O trecho mais perigoso foi o perímetro urbano de Uberaba (do Km 790 ao Km 814), onde foi registrada a única morte, um atropelamento no Km 814, ao anoitecer, com a causa apontada pela PRF como “pedestre cruzando (a estrada) fora da faixa”. Quatro dos cinco acidentes foram em perímetro urbano, no fim de tarde e à noite. Desastres diversificados, mas relacionados à interação da rodovia com o ambiente urbano: atropelamento, saída de pista em interseção, tombamento e colisão em viaduto.

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Outro ponto de conflitos e acidentes nesse segmento da BR-262 é a região de Nova Serrana (Km 434 a Km 456). Esse trecho se destaca por acidentes em pista duplicada, que teoricamente deveria ser mais segura do que a simples. Mas foi nessa condição que ocorreram quatro dos cinco desastres no município. As principais causas foram a velocidade incompatível com as característicass do trecho e a ausência de reação do condutor, levando a saídas de pista (duas), colisão lateral (duas) e colisão com objeto.

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