Quem frequenta a Região Centro-Sul de Belo Horizonte já se deparou com algumas intervenções no cruzamento das Avenidas Getúlio Vargas e do Contorno e da Rua do Ouro, no Bairro Funcionários, próximo ao Serra. Com um grande fluxo de veículos, o local se tornou perigoso para a travessia de pedestres. 

Há três meses, a Prefeitura de BH (PBH) começou a implementar um projeto de intervenções para melhoria da acessibilidade e de segurança para os pedestres no trecho. Segundo o Executivo, a previsão é de que as obras sejam finalizadas na segunda quinzena de agosto. 

O projeto da PBH para melhorar a segurança do local prevê a construção de ilhas de refúgio de pedestres, aumento na largura do canteiro central, ajustes geométricos em rampas de acessibilidade e adequação das sinalizações horizontais, no caso de pinturas no solo, e verticais, que são as placas. 

A reportagem do Estado de Minas se deslocou ao cruzamento das Avenidas Getúlio Vargas, Contorno e Rua do Ouro, e o fluxo de veículos e pedestres estava intenso durante a tarde de sexta-feira (11/7). O vistoriador de uma imobiliária próxima ao trecho Edson Moreira, de 36 anos, relatou que já presenciou diversos acidentes no local. “Todo o trecho é confuso. Acredito que vai ficar mais fácil para atravessar, vai ficar mais seguro também”, conta. 

Na foto, o vistoriador Edson Moreira, de 36 anos

Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press.

Moradores próximos ao cruzamento também comemoram as mudanças. O fisioterapeuta Eduardo Cabral, de 55, explicou que tem dificuldade de atravessar no local. Ele acredita que, mesmo com as obras inacabadas, já está mais seguro transitar. Outros pedestres destacaram que, além da longa distância entre os passeios, o curto período de tempo entre os semáforos também torna o local mais inseguro. 

Profissional no setor comercial, Jaqueline Primo, de 49 anos, frequenta o local, principalmente para almoçar. Ela relata que se preocupa quando precisa atravessar o cruzamento, em especial quando está no canteiro central. “A gente tem insegurança de ficar em cima, com medo. É um fluxo de carro de um lado e do outro muito intenso.” 

Na foto, a profissional no setor comercial, Jaqueline Primo, de 49 anos

Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press.

Terceira avenida mais perigosa de BH 

Em maio deste ano, um estudante de medicina, de 25 anos, morreu ao ser atropelado neste endereço. Ele foi atingido por um carro, dirigido por um médico, de 65, que não viu o pedestre atravessar correndo. 

O acidente aconteceu durante a noite, por volta das 21h, quando o jovem estava saindo de uma academia na região. De acordo com testemunhas, o estudante não conseguiu enxergar o carro, e, no mesmo momento, uma ambulância atravessava a via, impedindo que o motorista visse o pedestre. 

O consultor de vendas, Douglas Anom, de 29, contou ao EM que acredita que as intervenções feitas pela PBH foram motivadas pela morte do estudante. Ele ressaltou a insegurança de transitar pelas avenidas, principalmente pelo ponto cego no local. “É complicado porque a gente não consegue ver quem está subindo, e a velocidade do carro está subindo”, explica. 

De acordo com o Observatório de Segurança Pública, do Governo de Minas Gerais, a Avenida do Contorno está em terceiro lugar no ranking de mais acidentes de trânsito. Entre janeiro de 2015 e junho de 2025, o local registrou 20.955 ocorrências. Até junho deste ano, a avenida protagonizou 1.863 acidentes.

A maior parte das ocorrências envolve carros e tem a falta de atenção como causa presumida. A lista é liderada pela Avenida Cristiano Machado e o Anel Rodoviário, que registraram 32.036 e 31.207 acidentes, respectivamente. 

Somente em 2025, 8.010 pessoas foram vítimas de acidente de trânsito em BH. Ainda segundo o painel disponibilizado pelo Governo de Minas, 71% dessas pessoas são homens, em sua maioria entre 18 e 29 anos. Entre as ocorrências, 73 tiveram vítimas fatais. 

Intervenções em outros locais da capital mineira 

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, além do cruzamento entre as Avenidas Getúlio Vargas e Contorno, outros três locais estão passando por intervenções destinadas à melhoria da acessibilidade para os pedestres. Também na Região Centro-Sul, está previsto que as calçadas, entre a Av. Álvares Cabral e a Rua São Paulo, vão ser abaixadas. O local ainda vai receber complemento semafórico para os pedestres. 

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Já na Região Leste da capital mineira, novas faixas de pedestre vão ser sinalizadas nas Ruas Niquelina, Santa Luzia, Euclásio e Tenente Anastácio de Moura. Na Av. Francisco Sales com a R. Sapucaí ,também vão ser instalados novos semáforos veiculares e de pedestres.

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Thiago Prata
 
 
 
 
 
 
 
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