Dois homens de 28 e 33 anos ligados ao Comando Vermelho (C.V.) morreram durante operação da Polícia Militar no bairro Copacabana, na Região da Pampulha de Belo Horizonte (MG), na noite dessa segunda-feira (21/7). Uma mulher de 26 anos foi presa e foram apreendidas granadas, armas de uso restrito e um carregamento de drogas.
A operação teve início na equipe da Rotam com informações do setor de inteligência da PM, que identificou os dois suspeitos. Conforme os registros, eles eram integrantes da facção Família Teófilo Otoni, uma ramificação do C.V. com atuação no Morro das Pedras. Os dois tinham passagens por tráfico de drogas, lesão corporal, ameaça, furto e tentativa de fuga e ostentavam armas nas redes sociais para ameaçar rivais, conforme a polícia.
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A apuração policial concluiu que a dupla usava os apartamentos em que moravam no bairro Copacabana para armazenar drogas. Os militares chegaram à Avenida Universo às 18h50, encontraram o portão de entrada destrancado e seguiram ao primeiro andar. A porta do primeiro apartamento estava entreaberta e, da entrada, os militares registraram forte odor de maconha.
Os policiais entraram, retiraram a mulher para o corredor e deram ordem para que ficasse parada. No fundo do apartamento, dois homens armados perceberam a presença da equipe e correram para um dos cômodos. Os militares entraram e encontraram a dupla com pistolas em mãos.
Segundo o boletim de ocorrência, foi ordenado que soltassem as armas, mas eles não obedeceram. Como maneira de se proteger, conforme registrado, os militares atiraram. Mesmo baleado, um deles tentou pegar uma granada em cima de um móvel, e foi novamente atingido por disparos.
Das mãos dos autores, foram recolhidas as duas pistolas, de modelos G3C, com dez munições, e G17, com 17. Ambas estavam carregadas e prontas para uso. Os dois foram socorridos e levados ao Hospital Risoleta Neves, onde morreram logo após darem entrada.
A mulher que estava na casa se identificou como namorada de um dos autores. Aos militares, ela contou que o material era dele e que os dois moravam juntos na Comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, mas vieram a Belo Horizonte para evitar que o namorado fosse preso.
Apreensões
Após a ação, os militares seguiram ao terceiro andar do prédio, onde estava o segundo alvo. No local, uma mulher de 26 anos abriu a porta e foi informada da ação. Ela confessou que armazenava drogas no endereço a pedido da dupla e disse que recebia R$ 1.200 pelo serviço.
Ao todo, foram apreendidas três barras de cocaína, 2.590 tubos, 6.558 papelotes e 427 invólucros da mesma droga. Também havia 49 barras, 105 pedaços, 12 porções e 3.363 buchas de maconha, além de 440 porções com rótulo de skunk. A polícia recolheu ainda 5.190 pedras de crack, 156 comprimidos de ecstasy, uma balança digital, dois celulares e três cartões bancários.
Foram apreendidas munições de calibres 9mm e .40, seis carregadores de uso restrito e três do modelo caracol. Dos apartamentos, também foram recolhidas três granadas. Elas foram recolhidas e detonadas pela equipe do Bope.
O caso foi registrado como tentativa de homicídio contra militares, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas. A vizinha foi levada, juntamente com a droga, munições e armas, à Delegacia de Polícia Civil em Venda Nova, que segue com o caso.
As armas dos policiais foram recolhidas e encaminhadas à Justiça Militar e a Corregedoria da Polícia Militar acompanha a ocorrência.
Escalada do crime
A operação compõe mais um capítulo da escalada da violência no Morro das Pedras, em uma tentativa de impedir o crescimento das facções cariocas na capital mineira. Na noite de domingo (20), “Mustafá”, chefe do tráfico de drogas do Aglomerado Morro das Pedras e integrante do Terceiro Comando Puro (TCP), facção criminosa do Rio de Janeiro, foi baleado e preso em uma operação na Cabana do Pai Tomás.
O jovem, de 23 anos, é suspeito do assassinato de um membro da facção rival Comando Vermelho em 13 de abril deste ano. De acordo com a PM, Mustafá estava escondido no Beco das Chácaras desde a data do crime.
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Conforme os registros, a vítima morava na Vila Leonina e foi executada a tiros durante uma festa na Comunidade do Querosene. Desde então, diversos confrontos armados são registrados entre as facções na região.
O irmão dele, de 29 anos, não tinha antecedentes criminais ou ligação com o tráfico de drogas e foi morto a tiros em 11 de julho como vingança pela morte do membro. Os suspeitos do crime, dois irmãos, ainda não foram encontrados.