Entidades estudantis ligadas à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) trocam acusações nas redes sociais devido a um episódio ocorrido durante uma caravana. Um grupo de alunos viajou a Goiânia para participar do 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune). No entanto, após o fim do evento, no último domingo (20/7), alguns deles não conseguiram embarcar para a viagem de volta a Belo Horizonte.
De acordo com o Coletivo Juntos (juventude anticapitalista, antirracista, feminista, LGBTQIA+ e ecossocialista), nove jovens dos cursos de Psicologia, Ciências Sociais e Letras da UFMG teriam sido impedidos de embarcar em dois ônibus fretados pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).
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Os universitários relatam que os coletivos retornaram à capital mineira com 19 lugares desocupados, que seriam mais do que suficientes para acomodar todos eles. No entanto, como esses estudantes não tinham feito a viagem de ida a bordo dos veículos fretados pelo DCE, foram impedidos de embarcar.
O Coletivo Juntos argumenta que os ônibus foram alugados com recursos públicos, com o objetivo de transportar universitários da instituição. "A posição do DCE foi de deboche, não de ajuda: incentivaram ao máximo a empresa a sair sem os estudantes", diz Sara Soares, que integra a direção nacional do Juntos em Minas Gerais.
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A líder estudantil atribui o impedimento do embarque a divergências ideológicas. "O DCE da UFMG é dirigido por uma organização política que se posiciona na UNE em um campo diferente do que nós", pontua. "Estamos falando de nove estudantes que ficaram em Goiânia simplesmente por defenderem ideias diferentes da gestão", complementa.
Sara relata ainda que delegações das demais partes do país, que também participaram do congresso, conseguiram embarcar estudantes em coletivos fretados por outras organizações estudantis. "Outras entidades, como o DCE da USP, mudaram a lista de passageiros por completo por meio de um termo de compromisso com a empresa, algo que apresentamos como saída à gestão do nosso DCE", pondera.
O que diz o DCE
Por sua vez, o DCE publicou, também nas redes sociais, um comunicado sobre o caso. Segundo a entidade, os estudantes que não conseguiram embarcar em Goiânia estavam fora da lista de passageiros exigida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), única para as viagens de ida e volta.
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De acordo com a entidade, esses alunos teriam ido à cidade da Região Centro-Oeste por meio de passagens compradas pelo coletivo. Porém, não haveria retorno garantido. "O Juntos é o próprio responsável pela sua delegação ter ficado em Goiânia. Não garantiu as passagens de volta e exigiu que o DCE obrigasse uma empresa contratada a burlar as normas de segurança", diz o comunicado.
O DCE afirma ainda que uma coordenadora e um tesoureiro presentes na viagem foram avisados sobre o embarque dos estudantes que não estavam na lista apenas uma hora antes do horário previsto para a partida dos veículos. Eles ocupariam vagas do Movimento Correnteza, também formado por universitários da UFMG.
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Ainda de acordo com o DCE, duas pessoas ocuparam essas vagas, sendo que outras seis também puderam se acomodar nos assentos ociosos. No mais, a organização alega que a empresa contratada para fazer o transporte não permitiu mais trocas entre os dois grupos de estudantes e chegou a acionar a polícia, uma vez que os universitários impedidos de embarcar teriam feito uma barricada para bloquear a saída do veículo.
Por fim, a nota do DCE afirma que o Coletivo Juntos realiza uma "campanha difamatória nas redes", após ter agido com "grande irresponsabilidade".
O Estado de Minas tenta contato com o DCE da UFMG. O espaço está aberto.
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