Em uma fazenda às margens do Rio São Francisco, 18 trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão, nesta terça feira (22/7). As vítimas, dentre elas um idoso de 64 anos, foram encontradas em uma carvoaria, no município de Ubaí, no Norte de Minas Gerais após uma ação de auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho em Minas Gerais (SRTE/MG), os trabalhadores resgatados têm idades entre 35 e 64 anos, e estavam vivendo em "condições insalubres e desumanas" de alojamento, alimentação insuficiente, além de falta de água potável para consumo, falta de sanitários, falta de equipamentos de proteção e relatos de jornadas exaustivas de quase 12 horas de trabalho.

Ainda de acordo com a nota, há indícios ainda de crime de desmatamento ilegal em mata nativa para produção do carvão.

A ação foi realizada em conjunto com a Polícia Federal (PF), que afirmou que os proprietários do imóvel alegaram que as terras haviam sido arrendadas. "Os responsáveis foram notificados e estarão sujeitos a multas administrativas, além de arcar com a rescisão dos contratos de trabalho e encargos trabalhistas devidos", declara.

A SRTE/MG informou ainda que os proprietários foram identificados, notificados e se recusaram a pagar os valores devidos e o retorno dos trabalhadores para suas cidades.

A PF afirma que vai instaurar inquérito policial para apurar eventual cometimento do crime de redução a condição análoga à de escravo. Já a SRTE/MG tomará as ações legais cabíveis para que os trabalhadores resgatados recebam todas as verbas trabalhistas e indenizações. Além disso, acionará imediatamente a justiça para que todas as providências de responsabilização dos empregadores sejam aplicadas.

MG na "Lista Suja"

Vale lembrar que Minas Gerais continua liderando o ranking de empregadores inseridos na “Lista Suja” do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado mas recente foi divulgado em abril deste ano, destaca empresas e pessoas de todo o Brasil com ações judiciais por terem submetido trabalhadores a condições análogas à escravidão.

Minas é responsável por 21% dos nomes, sendo 159 no total. Em 2024, 155 empregadores foram incluídos na lista, sendo 80% ligados a atividades rurais e 18 casos comprovados de trabalho análogo à escravidão em atividades domésticas.

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*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos

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