Além da sequência de mortes em presídios mineiros, 61 no total de janeiro até agora, o sistema penal mineiro lida, agora, com a descoberta de que existe uma "central de ligações" clandestinas operada por detentos dentro da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Policiais Penais. Uma operação de vistoria nas celas realizada na unidade apreendeu 34 celulares, 38 carregadores de celulares, 38 chips e 1098 pacotes de cigarros, o que é proibido.

Segundo informações do sindicato, tudo o que foi apreendido estava escondido em armários onde os presos têm atividades artísticas, chamado de “Espaço Melhor Arte”. As atividades, nesse setor, servem para que os presos diminuam suas penas.

Segundo os guardas penitenciários, os celulares são introduzidos no presídio por drones. As entregas acontecem durante a madrugada.

O uso dos aparelhos eram feitos mediante pagamentos de taxas, ou seja, o detento que quisesse utilizar o aparelho, tinha de pagar uma taxa, que variava de R$ 50 até R$ 1 mil, mensalmente.

Regalias

Dos presos que frequentam a ala “Espaço Melhor Arte”, 12 têm direito a sair das celas e frequentar as áreas externas dos presídios. Assim, eles saíam e recolhiam os celulares, que eram colocados junto a roupas limpas, sem chamar a atenção dos guardas. 

Todo o equipamento vendido foi repassado à Polícia Civil, encarregada de dar continuidade às investigações. O objetivo é descobrir a origem dos drones.

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança (Sejusp) afirma que a direção da unidade abriu procedimento disciplinar interno e que a Polícia Civil vai investigar como o material apreendido chegou ao presídio. A Sejusp, no entanto, não confirmou a existência de um 'central de ligações' nem que oa aparelhos chegaram à unidade por meio de drones. 

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Confira a nota da Sejusp na íntegra:

“Informamos que todas as providências administrativas relativas à apreensão citada na demanda foram tomadas pela direção da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Nessa segunda-feira (28/7), por meio de do trabalho de Inteligência da unidade prisional, policias penais realizaram  uma vistoria no setor onde trabalham 12 custodiados e encontraram 34 telefones celulares, 38 chips e 38 carregadores, além de  1.098 pacotes de fumo.

Não confirmamos a informação sobre suposta "central clandestina de celulares", tampouco que esses materiais teriam entrado na unidade por meio de drones. Os materiais apreendidos e os presos foram conduzidos para a Delegacia de Polícia Civil, para as providências no âmbito criminal.

 

A direção da penitenciária instaurou um procedimento interno para apurar administrativamente as circunstâncias do ocorrido. No curso das investigações internas, os presos envolvidos serão ouvidos pelo Conselho Disciplinar da unidade prisional e poderão sofrer sanções administrativas, que vão de advertência, em caso de classificação do ato como falta leve, à comunicação ao juiz da execução, caso seja classificado como falta grave; neste caso, poderá acarretar prejuízos à execução da pena pelos custodiados, de acordo com a avaliação da falta pelo juízo competente”.

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