EM INVESTIGAÇÃO

Policial penal morto por detento será velado nesta segunda na Grande BH

Euler Pereira Rocha fazia a escolta do suspeito em um hospital de BH quando foi atacado. Um segundo agente, que fazia dupla com a vítima, está desaparecido

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Euler Pereira Rocha, de 42 anos, será sepultado na manhã desta segunda-feira (4/8), no Cemitério Nossa Senhora da Piedade, no Bairro São Januário, em Justinópolis, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O policial penal morreu durante a escolta de um detento no Hospital Luxemburgo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O preso, que teria disparado contra o agente, fugiu da unidade de saúde, mas foi recapturado na sequência. O velório vai acontecer às 9h, e o enterro, às 11h. 

Câmeras de segurança registraram toda a movimentação do suspeito. As imagens mostram o preso, de 24 anos, andando pelos corredores da unidade de saúde vestindo a farda de Euler. Já do lado de fora do hospital, o detento embarcou em um carro de aplicativo, sendo preso pouco depois, durante a corrida.

O referido detento era interno da Penitenciária José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, desde o dia 14 de julho. Com passagens pelo sistema prisional desde 2018, ele responde a diversos inquéritos por crimes como tráfico de drogas, furto, posse ilegal de arma de fogo e homicídio.

O policial penal que fazia dupla com Euler está desaparecido desde o ocorrido. A Corregedoria de Polícia Penal iniciou uma investigação para descobrir seu paradeiro, e uma operação está sendo montada para tentar encontrá-lo — há temor de que ele esteja morto.

Como aconteceu

Conforme consta no boletim de ocorrências (B.O.) do caso, uma integrante da equipe de enfermagem do hospital ouviu, no corredor, gritos de “Perdeu! Perdeu!”, seguidos por dois estampidos semelhantes a disparos de arma de fogo. A profissional contou que tentou abrir a porta do quarto, mas alguém do lado de dentro a impediu e disse para aguardar. 

Na sequência, o detento abriu a porta e afirmou estar “tudo tranquilo”. A testemunha relatou ter visto respingos de sangue no chão, assim como observou o detento lavando as mãos ensanguentadas na pia. Logo depois, o homem deixou o quarto com pressa, vestido com o uniforme do policial penal. A equipe de enfermagem percebeu que se tratava do detento e não do policial, encontrado no chão do quarto. Os profissionais tentaram reanimá-lo, sem sucesso.

Ainda segundo apurado pelos policiais e registrado no B.O., o detento pediu a uma mulher que chamasse um carro de aplicativo, dizendo que a mãe estava passando mal e que ele não possuía telefone. A mulher pediu o veículo acreditando que o homem, vestido com a farda, era realmente um policial.

O detento foi capturado dentro do carro de aplicativo a poucos quilômetros do hospital. Durante a abordagem, ele pediu ao motorista que não parasse o veículo, porém o condutor acatou à ordem de parada dos policiais. Como o detento teve um corte na testa, que alegou ter sofrido ao cair na rua durante a fuga, foi levado para ser atendido no Hospital João XXIII. Em seguida, foi encaminhado para o sistema prisional.

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG), Jean Otoni, que acompanhou os trabalhos da investigação no hospital, o ataque aconteceu quando o detento pediu para ir ao banheiro. Sozinho com o policial penal, o preso entrou em luta corporal com o agente e tomou suas armas. Na sequência, deu dois tiros — um na nuca e outro no tórax.

Repercussão

O corpo de Euler Pereira Rocha foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), onde passou por autópsia. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) instaurou um procedimento interno para apurar administrativamente o episódio e destacou que as investigações criminais estão sob responsabilidade da Polícia Civil.

A corporação, por sua vez, informou que o detento foi ouvido pela 2ª Central Estadual do Plantão Digital, onde teve a prisão em flagrante ratificada pelo crime de homicídio qualificado, e foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça. “As investigações prosseguem para a completa elucidação dos fatos”, informou a Polícia Civil.

O Hospital Luxemburgo lamentou a morte do policial penal e destacou que tem colaborado com as autoridades competentes na investigação do caso. A instituição informou que o detento estava internado para tratamento médico pelo Sistema Único de Saúde (SUS), encaminhado pela Secretaria Municipal de Saúde.

Em nota, o hospital reforçou que nenhum civil entrou armado nas dependências da unidade e que todos os protocolos internos de segurança foram seguidos rigorosamente. E informou que, assim que a situação foi identificada, a equipe assistencial acionou o protocolo de emergência com Código Azul, prestando atendimento imediato e realizando todos os esforços de reanimação à vítima.

O Sindppen-MG publicou nota de "imenso pesar e profunda tristeza" ao comunicar "o falecimento do policial penal, servidor desde 2009, durante o exercício de suas funções profissionais". Ainda, o sindicato informou que segue acompanhando os desdobramentos da ocorrência.

“Sindppen-MG externa solidariedade e pesar aos familiares, amigos e colegas de farda neste momento de profunda dor. Que Deus conforte, traga paz e força para atravessar esse momento de tanta tristeza”, diz o texto.

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