Agosto Caramelo: governo faz campanha contra o abandono de animais
Mais de 30 milhões de cães e gatos vivem em situação de abandono ou semi abandono no Brasil, sujeitos à fome, doenças e violência
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Siga noMais de 30 milhões de cães e gatos vivem em situação de abandono ou semi abandono no Brasil, sujeitos à fome, doenças e violência. Foi a partir desses números e visando conscientizar a população mineira que a campanha anual Agosto Caramelo foi criada.
O vira-lata caramelo, ícone e presente no imaginário popular brasileiro foi o escolhido para ser homenageado e dar nome à campanha.
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Mas é importante destacar que a campanha deste mês promove conscientização e quer proteger não só os cães de pelagem dourada, mas todos os animais sem raça definida que vivem nas ruas. O Agosto Caramelo é uma iniciativa do governo de Minas, que promete realizar ações educativas em escolas, campanhas de sensibilização pública, feiras de adoção, mutirões de castração e microchipagem, intervenções culturais e urbanas, produção de conteúdos informativos em formatos acessíveis e mobilização por políticas públicas efetivas de proteção animal ao longo dos 31 dias deste mês.
A escolha do mês também foi estratégica. No dia 26, é comemorado o Dia Mundial do Cão, mais uma forma de aumentar a visibilidade e atingir os objetivos.
Por que as pessoas abandonam?
Por mais que não sejam causas plausíveis, a fundadora da ONG Amor A Quatro Patas, Joyce Mendes, cita os motivos mais frequentes: falta de conhecimento sobre a responsabilidade de se ter um animal, problemas financeiros, mudanças de endereço, infelizmente a reprodução descontrolada, por falta de castração, “além motivos muito banais como quando o animal o animal envelhece ou quando não se comporta como o tutor esperava”, explica.
Para a Joyce, a campanha é importante porque ajuda a levar o tema para o debate público. “Conseguiremos alcançar pessoas que talvez nunca tenham parado para refletir sobre o assunto. E é essencial que venham campanhas e políticas públicas efetivas como programas de castração em massa, fiscalização de maus-tratos, apoio às ONGs e protetores independentes, para que o poder público oriente”, avalia.
Como ajudar?
A responsável pela ONG relembra um dos resgates que já fez. “Já resgatamos animaizinhos em situações totalmente vulneráveis, como a Jolie, ela é uma cadelinha que foi abandonada em estado crítico. Achamos que ela fosse ficar cega, mas graças a Deus e aos nossos cuidados e esforço, a gente conseguiu todo o tratamento e ela não perdeu os olhos. Hoje ela tem uma vida normal, enxerga, mas infelizmente ainda não foi adotada por causa da leishmaniose”, relata.
Jolie está para adoção. Os interessados podem entrar em contato pelo Instagram da ONG ou pelo telefone (31) 99159-2487.
A forma mais efetiva de ajudar a acabar com o abandono é a adoção. Joyce ressalta a importância de adotar e não comprar os pets. Outra forma de contribuir com a causa animal é fazer da sua casa um lar temporário para animais que aguardam um tutor ou que estão correndo risco de vida.
Joyce também destaca a importância de denunciar os maus tratos. “É importante denunciar, não fingir que não está vendo a situação que acontece no vizinho, que acontece na sua rua e, acima de tudo, é importante assumir a guarda responsável e adotar se tiver condição e consciência de que é uma vida, é uma responsabilidade”, afirma.
Para denunciar, acione a Delegacia de Polícia, Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Ministério Público (MPMG) ou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Abandono de animais é crime
A Lei contra Crimes Ambientais nº 9.605/98, prevê, em seu Art. 32, pena de dois a cinco anos, multa e proibição da nova guarda de animais para quem abandona. Caso ocorra a morte do animal por causa do abandono, a lei aumenta a pena de um sexto a um terço.
Ainda, a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados aprovou, em abril deste ano, o Projeto de Lei 25/24, que define como infração gravíssima utilizar veículo para abandonar ou auxiliar o abandono de animais em via pública. A lei prevê a suspensão do direito de dirigir por 12 meses e, caso seja um cão ou gato, a suspensão do direito de dirigir é ainda maior: por 18 meses. O texto altera o Código de Trânsito Brasileiro.
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*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos